Capítulo 17

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Scott apareceu no corredor, ele se despediu de alguns homens que seguravam vários instrumentos e nos olhou.

-Violet.- disse abrindo sorrindo sem mostrar os dedos. Ele parecia cansado. Sorri de volta e aquela mulher ficou ainda mais furiosa. Não liguei se seus olhos me fuzilavam pelas costas. Confesso que a principio eu apenas queria falar com Alice, mas aquela mulher tinha me irritado tanto que eu nem sabia o que conversaria como Scott. E se ficássemos sozinhos em uma sala não saberia ao certo o que falar. Comecei a ficar nervosa. Passamos pelas salas de aula, a porta e as janelas eram transparentes então dava para ver tudo o que aconteciam dentro das salas, menos duas salas eram assim. Deduzi que deveriam ser o escritório dele e de Marco.

Ele me levou até sua sala. Era um escritório grande e haviam vários instrumentos de corda expostos. Scott se sentou em sua cadeira e pediu que eu me sentasse. Me sentei o encarando. Ele estava muito bonito. Vestia uma camisa social azul escuro e uma calça Jeans preta. Seus cabelos estavam bem penteados, mas algumas mechas caiam nos cantos de sua testa. Eram muito lisos que qualquer movimento os faziam vir para frente. Queria mexer naqueles cabelos.

-o que houve?- perguntou me olhando. Por que tão formal? Me perguntei. Ele me analisou. - você quer fazer aulas de musica?

-Não...- falei tentando evitar contato visual.

-tem alguma reclamação quanto a nossa escola?- perguntou.

-Não! Eu só...vim conversar...- o olhei e ele não sorriu como imaginei que sorriria.

-Violet. - Ele falou calmamente, talvez com o objetivo de não me magoar, mas só de ver seu cuidado eu fiquei completamente armada e na defensiva. - Aqui não é lugar de assuntos pessoais- disse de maneira bem fria- apenas falamos sobre assuntos que interessam a empresa. Não podemos misturar as coisas.

O observei. Sabia que ele estaca certo, mas ele poderia ser um pouco mais caloroso ao falar?

-aquela mulher parece não entender isso...- falei o olhando e esperando sua reação. Scott não moveu nenhum musculo. - não era para ela que você deveria falar isso?- eu estava brava.

Ele cerrou os lábios e respirou fundo, depois apoiou os braços na mesa.

-Aquela mulher se chama Helena – disse sério. Não sabia dizer se ele estava irritado ou não. - Ela é uma funcionária desta empresa. Você não tem o direito de ofende-la como fez agora a pouco. você não tem nenhuma ligação com esta empresa...

Me levantei na mesma hora. Pegando minha bolsa e colocando – a no ombro. O que eu estava pensando? Que ia chegar aqui e talvez conversar com Scott como velhos amigos que éramos?

-Será que você não deveria pensar nisso antes de namorar uma empregada? - as vezes eu tenho que apenas ficar calada. Eu perdi essa mania de deixar as coisas que penso dentro da minha cabeça. Scott bateu na mesa me assustando. Agora eu sabia que ele estava irritado.

-você é muito infantil. - disse se levantando – se não tem nenhum assunto que seja relevante a este estabelecimento eu peço que se retire.

Pisquei várias vezes. Me recusei a me sentir machucada. Só pegaria aquele sentimento e varreria para debaixo do tapete, como sempre fiz. Balancei a cabeça em modo positivo e dei meia volta saindo do seu escritório. Assim que abri a porta vi que a tal Helena escutava nossa conversa. Ela me olhou toda cheia de si, com a cabeça erguida. Respirei fundo e andei decidida até a porta.

Marco ia entrando quando estava saindo.

-Violet!- ele sorriu.

Levantei minha mão para ele em sinal de que queria que ele calasse a boca e sai de lá o mais rápido que pude, me sentia humilhada. Mas geralmente eu pegava esses sentimentos de humilhação, frustação, medo e transformava tudo em raiva, era mais fácil assim.

ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora