Capítulo 10

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Peguei o celular e li mais aquela mensagem em meu whatsapp. Era o único aplicativo de comunicação que eu usava. Bia estava perguntando se eu já tive alguma ideia. Revirei os olhos e olhei para meu notebook aberto num documento Word completamente em branco. Sentimentos. Pensei. 0 palavras. Observei.

-Isso vai ser impossível. - Joguei-me de costas na cama e observei o teto do meu quarto por alguns instantes. Meu celular vibrou e eu abri o Whats app, havia uma mensagem de um numero desconhecido. Abri.

'' vamos sair?'' estranhei aquela mensagem misteriosa e abri a foto da pessoa que me mandou a mensagem. Observei bem aquele homem e o achei familiar. Quando me lembrei quem era dei um pulo. Eu o conheci em uma festa da empresa. Ele era o filho de um escritor bem conhecido Nacional. Se eu não me engano, seu nome era... Não consegui lembrar ... '' sou eu, o Kaike'' a nova mensagem apareceu e eu lembrei. Ele mesmo.

Mas por que íamos sair? Eu nem conversei muito com ele. Nunca me senti muito bem-estando a sós com um homem, principalmente se ele for bonito e atraente. Pensei em recusar prontamente, mas lembrei do filme. Lembrei-me do meu trabalho. Será que seria possível que eu me apaixonasse por ele? - pensei olhando sua foto.

Kaike era de certa forma atraente. Ele era alto, tinha os cabelos castanhos claro, quase um loiro escuro, os seus olhos eram castanhos claros, se eu não me engano. Respirei fundo. Talvez fosse a minha chance de ter um grande amor. Pensei, mas ri na mesma hora do meu pensamento infantil e bobo. Digno de uma adolescente. Mas quem que definiu isso? Me auto repreendi. Apenas vá! Okay. Eu irei!

-Okay- digitei – quando? E que horas? - esperei ele visualizar, rapidamente ele respondeu.

-Amanhã as 18:00. Pode ser?

-Claro. - Escrevi olhando a minha foto de perfil. Talvez fosse a hora de eu mudar aquela foto de um panda comendo cana. Procurei na minha galeria uma foto decente minha, mas não achei nenhuma que me agradasse. Me levantei e olhei no espelho. Fazia tempos que eu não ligava sobre o que as pessoas achavam de mim.

Meus cabelos, com o passar dos anos se tornaram menos cacheados e agora faziam ondas de todos os tamanhos, mas ele continuava com um volume agradável e sua cor estava ainda mais preta e vivida. Minha pele tinha se tornado ainda mais clara por causa dos dias em casa. Meus olhos continuavam bem escuros, semelhantes aos da minha mãe. Eu gostava deles. Eram grandes e as vezes bem expressivos. Eu não havia crescido muito depois que sai da minha antiga cidade, mas meu corpo havia se tornado mais magro e curvilíneo nas partes certas.

-Tudo isso eu devo ao meu metabolismo de jovem. - Falei dando tapinhas na minha barriga seca. Eu não era uma pessoa feia. Pelo contrário, eu me achava bonita e atraente, mas quando se tratava de romance eu simplesmente não sabia como reagir. Nunca consegui ser eu mesma nos encontros que tive e no fim acabava dispensando-o por ficar tão frustrada comigo mesma. - Bom, se eu não gostar do encontro eu vou embora. - falei voltando para minha cama.

Vesti uma calça jeans preta de cos alto e uma camisa azul solta que eu coloquei para dentro da calça. Peguei um sinto preto para manter a calça no lugar e usei um salto baixo. Penteei meus cabelos molhados e os sequei com o secador de cabelo modelando-os para cachea-los ainda mais e dar um pouco de volume. Passei um batom não muito forte e me maquiei de maneira bem simples. Usei um brinco não muito cumprido e não coloquei colocar por causa dos detalhes que eu já tinha tanto no cinto como nos brincos.

Dirigi até nosso ponto de encontro que ficava em uma praça local. Estacionei o carro próximo a praça e esperei calmamente dentro do veículo. Observei a movimentação do lado de fora, haviam pessoas se exercitando, passeando com os seus cachorros e com suas crianças. Aquela praça era bem arborizada e muito bem conservada. Resolvi sai do carro. Andei um pouco pelo local até um banco onde me sentei e observei as pessoas. Coloquei a mão entre as pernas sentindo um pouco de frio. Meu casaco estava dentro do carro. Tinham muitos casais. Era uma ótima fonte de pesquisa para minha história, observa-los e ver como eles agiam apaixonadamente. Me entediei depois de alguns segundos de observação e me voltei para os cachorros.

Kaike estava atrasado. Observei o relógio. Peguei o celular depois de olhar em volta e liguei para ele. O ser místico, quase mitológico não me atendeu. Me irritei depois de quase 1 hora de atraso e resolvi ir embora. É isso que geralmente acontece quando resolvo dar uma chance! Perda de tempo!

Recebi uma mensagem dele dizendo ''agora você sabe como é ser rejeitado''. Que idiota pensei. No dia em que nos conhecemos eu não dei, realmente, muita atenção as coisas que ele falava. Talvez por isso ele tenha feito isso, para se vingar. Que grande moleque. Me aproximei do meu carro e vi que alguém tinha estacionado atrás de mim me trancando completamente.

-Ah! Não acredito! Quem foi o imbecil que colocou esse carro aqui!? - Olhei em volta na tentativa de encontrar o possível suspeito. Esperei alguns minutos e ninguém apareceu. Bufei de decepção .- rapidinho vai aparecer. - Com uma das mãos paradas bati no capô do carro e o alarme soou. Me encostei no meu carro e esperei o dono aparecer, ansiosíssima para dizer poucas e boas para ele.

O alarme do carro parrou com um clique e eu olhei em volta para ver quem era a pessoa. Observei que foi um homem não muito longe de mim. E ele ainda continuou ali, parado de costas para mim, conversando alegremente com uma mulher com roupa de academia. A raiva dominou meu corpo e eu fui rapidamente andando em sua direção. Cutuquei com muita força seu ombro o fazendo virar rapidamente para me ver.

-Será que você não percebeu que... - parei rapidamente boquiaberta ao observar aqueles olhos castanhos claros. Ele também pareceu surpreso ao me ver. Marco estava completamente diferente. Ele estava maior, mais forte e seus cabelos estavam mais curtos, mas continuavam bem penteados como sempre. Pisquei várias vezes na tentativa de recuperar minha compostura – Carro...- falei meio confusa, mas recuperei minha força - Seu carro esta me atrapalhando – cruzei meus braços.

Ele sorriu.

-Eu sei. - disse voltando a conversar com a mulher. Me senti claramente ofendida e o cutuquei novamente no ombro fazendo-o olhar para mim.

-você poderia tira-lo?- perguntei com um tom arrogante .

-Eu estou ocupado agora- ele respondeu rapidamente me deixando ainda mais irritada. Bufei olhando em volta na tentativa de achar uma saída para aquela situação constrangedora. Não queria ficar nem mais um segundo com aquele idiota. Não queria mostrar que eu tinha o reconhecido, por mais que isso fosse obvio e nem queria que ele percebesse que eu estava nervosa por revê-lo depois de tantos anos. Me lembrei do que ele falou sobre mim ser tão calminha e isso me enfureceu.

-Ah é? - olhei para a mulher que me ignorava completamente. Fui em direção ao meu carro andando a passos largos. Entrei no meu carro e coloquei a marcha no modo RÉ. Olhei para trás. E pisei no acelerador. Quando bati a primeira vez o carro soou o alarme e se inclinou um pouco. A porta de passageiro ficou levemente amassada. Vi que chamei atenção das pessoas da praça. Pacientemente coloquei o carro para frente e observei Marco vir correndo. Dei um tchauzinho para ele com os dedos enquanto ele falava algo que eu não conseguia ouvir por causa dos vidros fechados. Voltei a colocar ré e a trazeira do meu carro bateu novamente no carro dele. Ele se calou e foi até seu carro. Esperei até que ele tirasse o carro dele. Dei ré e com a cabeça erguida sai daquele lugar.

Me recusava a me sentir culpada. Ele não tinha nenhuma razão por estar ali! Eu tinha toda razão. E estamos em São Paulo, é normal as pessoas não terem paciência. Dirigi de volta para minha casa quando ouvi o telefone tocar, era Kaike. Desliguei. Homens só me traziam problemas.

ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora