ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOR

Capítulo 16

Comecei da digitar mais um capítulo, baseado em minhas experiencias pessoais hoje com o Scott. Era muito mais fácil descrever algo que nós sabíamos exatamente como era. Agora o amor... Não quero fazer uma história onde o amor é unilateral! Pensava rodando na minha cadeira giratória. E se fosse uma história de romance com suspense? Me animei. Seria perfeito. Talvez essa seja a emoção que a Bia estava esperando.

Amelia seria seu nome. Pensava enquanto digitava rapidamente o começo da história e reformava algumas partes já escrita. Seu par se chamava Jordan, mas também havia um que poderia ser seu par. Ele se chamava Lucas.

Agora a realidade não poderia ser literalmente no Brasil, poderia ser um lugar inventando em minha mente. Tilintei os dedos na mesa. Estava animada para poder escrever uma história de romance que fizesse as pessoas suspirarem!

Pensei no Scott enquanto eu escrevia. Talvez ele fosse perfeito para que eu inspirasse os meus personagens.

Você gosta dele. A voz em minha mente ecoou. Claro que gosto, ele é meu amigo. Não como um amigo. Você quer ele. De maneira romântica. De repente todas as minhas ideias sobre isso ficaram em branco.

-droga!- briguei comigo mesma.- que droga de bloqueio!- dei um tapa na minha própria bochecha.

Alguns dias passaram e eu não conseguia escrever mais nenhuma palavra sobre minha história. E ela tinha apenas 10 folhas. Meu telefone tocou enquanto eu passava creme em meus cabelos. Atendi o telefone depois de muita relutância para fazer o telefone reconhecer minha digital suja de creme. Era um número desconhecido.

-alô?- atendi. Ninguém respondeu e desligaram na minha cara. Olhei para o telefone confusa e olhei o numero desconhecido. Dei de ombros e minha campainha tocou. Tremi. Aquilo era de certa forma assustador.

Andei até a porta do meu apartamento e olhei no olho mágico, não havia ninguém, mas no chão tinha um pacote e um buquê de flores. Hesitei em abrir a porta. A destranquei e esperei que alguém aparecesse. Fiz muitas histórias com tema policial e com certeza aquilo era muito suspeito.

Abri, por fim, peguei rapidamente o buque e o presente e fechei a porta. Eram rosas vermelhas e não havia bilhete nenhum no meio. Abri o pacote e havia o livro do Kaike dentro junto com um bilhete escrito com uma letra bem feita.

''Acho bom você reconsiderar seus insultos

Vamos fazer uma parceria. E todos sairemos bem.''

O que era aquilo? Uma ameaça? Não entendi. Por que ele estava tão fissurado nisso? Nós nem ganhávamos tanto dinheiro assim para que pudesse virar uma briga. Kaike era filho de um grande escritor. Aquele dom tem passado de gerações, mas parece que ele não herdou o dom. Falava isso enquanto foleava seu livro. Mas por que ele está insistindo em entrar para esse ramo? Eles já eram ricos o suficiente. E por que ele quer me enfiar nisso?

Recebi ligações do mesmo número nos dias seguintes e bloqueei aquele número. Por que isso? Eu não estava entendo o que estava acontecendo. Tive que pedir ajuda a Aline para que ela me ajudasse a desenvolver as partes ''fofas'' da história. Então ficou bem comum vê-la na minha casa. Eu até gostava de tê-la por perto. Mas de uns tempos para cá Alice tem estado muito aérea. Como se algo tivesse tirando seu sossego. Pensei que seria inconveniência de minha parte querer me meter e então eu não perguntei. Deduzi por mim mesma que se ela quisesse me contar já teria o feito. Talvez esse tenha sido meu grande mal.

-você evoluiu muito! - Bia falava lendo minha história - mas ainda não está bom.- disse.

-mas você falou que eu progredi!

-antes estava péssimo. - ela retrucou .- Violet, você pode fazer mais do que isso.- ela suspirou, parecia preocupada.

-o que esta acontecendo, Bia?- perguntei a olhando.

Ela Hesitou em falar ,mas me contou.

-Aquele garoto – disse brava – abriu uma editora. - ela riu – e ele ofereceu uma quantia considerável por você.- Bia me olhou esperando minha reação. Eu fiquei estática. Ela estava se referindo a Kaike. Por que eu? O que ele quer comigo?

-e? - perguntei. - vocês não me venderam para aquele imbecil não né?

-claro que não!- ela falou batendo na mesa e me assustando.- você é nossa carta trunfo. Como poderíamos ceder uma menina tão industriosa e inovadora. - ela coçou a nuca quando viu meu sorriso – ele não passa de um menino mal criado. E Está usando o nome da sua família para se tornar reconhecido. E sabe o que é mais impressionante? Ele esta conseguindo. - ela parecia chocada com isso.

-esse imbecil.- o xinguei sem ligar se estava em frente a Bia ou não. Foi por isso que ele havia me mandado aquela ameaça.

-ele esta decidido a tirar nossos investidores.- Bia falou – mas se sua história for como promete ser, vamos dar a volta por cima.- ela sorriu animada.

Senti um grande peso sobre minhas costas. Aquela editora tinha anos de origem, não poderia ser destruída assim! Além do mais foi a editora que publicou incialmente os livros dos seus familiares, por que ele queria destrui-la? Não fazia o menor sentido a não ser que ele quisesse compra-la. Mas eu me recuso a trabalhar para ele. Bati meu pé . Entrei no meu carro e dirigi até a escola de música. Precisava falar com Alice.

Ela não estava. Mas aquela professora bonita que insistia em chamar Scott de meu amor estava lá e ela pareceu não gostar nada da minha presença.

-se você não vem fazer aulas, por que insiste em vir aqui? - ela perguntou mexendo em seus cabelos – quer ficar batendo papo com nossos funcionários? Se continuar assim terei que fazer uma reclamação e eles acabarão sendo despedidos.- ela falou indo para atrás do balcão de recepção e me olhando com aquele olhos de cobra. Mas eu não fiquei nenhum pouco atemorizada com ela. Me aproximei do balcão.

-agora eu entendi por que vocês terminaram...- disse isso por que sabia que era onde mais a incomodava.

-quem você pensa que é?- ela bateu no balcão mostrando seus esmaltes bem feitos - você aparece do nada e quer marcar sua presença, acha que é assim?

-realmente não .- ri - não sou uma cadela, não uso seus métodos. - vim falar com meus amigos de infância, algo que não te interessa. - falei a olhando fixamente. Os olhos dela pareciam muito raivosos.