Capítulo 23

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-eu posso leva-la para minha casa- Marco falou – por um tempo, até que você pague essa droga de divida.- ele cruzou os braços. Alice pareceu mais tranquila. Realmente com razão, meu condomínio não era nada seguro, mesmo tendo vigia, as vezes os próprios moradores deixavam aberto e o vigia dormia e acabava entrando qualquer pessoa.- mas vamos logo embora daqui por que esse lugar esta me dando arrepios.

Alice ficou na casa de Marco por algumas semanas até que conseguimos finalmente entregar o dinheiro para aquela gente perigosa, ela chorou aliviada ao saber que tinha se livrado daquela dívida. Eu já estava ajudando-a a comprar um apartamento mais em conta e seguro e as coisas estavam voltando para o eixo. Scott estava bastante ocupado nos últimos tempos fazendo viagens e resolvendo os assuntos das filiais, nos apenas nos falávamos por telefone, ainda sim eu sabia que as coisas estavam dando certo.

Estava na reta final da minha história e faltavam apenas 2 meses para que o livro fosse finalmente publicado. A minha antiga história foi sucesso na loteria, fiquei feliz pelas vendas, mas triste por não ser o meu nome ao estar lá, mas Bia falou que minha nova história, além de autentica, estava muito melhor. Scott tinha falado que ia dar um tempo na viagem para poder voltar e celebrar meu aniversário.

Tudo ficou realmente resolvido. Foi o que eu achei. Acredito que todo aquele ano foi o período mais emocionante de toda a minha vida. Quando cheguei em casa depois de deixar Alice na casa de Marco vi que na minha porta tinha um buque de flores e um bilhete. Estremeci, esperei que ele fosse parar com isso depois de tudo oque havia acontecido.

Saia da sua editora ou seu príncipe vai morrer

Era o que estava escrito. Peguei meu celular um tanto tensa, esperava que fosse brincadeira, mas quando liguei para Scott, quem me atendeu foi Kaike. Esse homem era mais louco do eu tinha imaginado. E eu tinha duvidado da sua loucura. Por que isso? Ceus!

-você leu o bilhete? Bem simples, nos noticiários quero você saindo da sua editora e dizendo que nunca mais irá escrever. Ai eu solto ele.

-deixe de ser idiota! Kaike!- briguei.

-bom, você quem sabe, o aviso esta dado.- ele desligou.

Respirei fundo e liguei para Marco. Eu nunca o vi tão bravo. Tive medo de que Kaike realmente fizesse mal a Scott. Tive medo que ele morresse. Que mais alguém que eu amava morresse, tive medo de chorar de novo. Fechei os olhos na tentativa de me acalmar quando senti o telefone vibrar, era uma mensagem de Marco. Desci as escadas correndo e encontrei seu carro em frente a portaria do prédio. Entrei e dei de cara com Alice.

-oi. -ela falou meio timida.

-o que vamos fazer?- perguntei.

-eu liguei para a policia.- Marco falou – Acho que esse seu amigo escritor não tem experiencias em sequestros . Marco mostrou uma conversa no whats app.- não tinha entendido por que Scott tinha me mandado essa localização mais cedo, esse Kaike vai ter uma surpresa. -Marco estava irritadíssimo, sua voz estava mais decidida que o normal. Estacionamos em um local perto de onde a localização apontava.

-e se eles estiverem armados?- perguntei segundo Marco. Era uma estrada de terra que dava acesso a um galpão onde se armazenava roupas. Mas fazia tempo que não era usado.

-se você não quer ajudar, por que veio?- Marco perguntou irritado. Me calei. Fechei meus olhos me sentindo uma covarde. Respirei fundo. Se morrer, morri. Pensei andando decidida a até a porta do galpão. Marco me chamou, mas fiz sinal para que eles apenas se escondessem.

Entrei no galpão e vi que ele estava pouco iluminado. E tudo ali cheirava a mofo. Cocei o nariz freneticamente sentindo vontade de espirrar. Não foi difícil achar Kaike. Ele estava sentando em uma caixa cheia de coisas e Scott estava amarrado, parecia desacordado. Próximo a Kaike tinha outros dois homens, me escondi e observei que um deles tinha um revolver na mão. Mordi o lábio inferior, não seria uma boa ideia chamar a policia. Tampei meu nariz tentando segurar o espirro que estava se formando. Agora não organismo! Fechei os olhos.

Observei Scott no chão e senti muita raiva daquele homem!

-ainda não vi nenhuma noticia...- Kaike falou pegando o celular – quero saber qual é desse garota – ele pareceu que ia ligar. Gelei! O celular estava no meu bolso. Peguei o celular rapidamente e ele começou a tocar chamando atenção de todos eles. Olhei em volta e deixei o celular no chão e me escondi na primeira caixa meio vazia que vi. Entrei lentamente e fechei a tampa jogando uma roupa por cima de mim. Graças que tinha aquela caixa meio vazia.

Eles passaram por mim, pegaram o celular.

-ela esta aqui! - Kaike gritou mexendo o revolve em sua mão. Estremeci orando para que ele não me visse. Meu coração estava acelerado.

-Senhor! Tem duas pessoas do lado de fora!- um dos homens gritou.

-droga!- Kaike gritou jogando meu celular no chão. Que idiota! Sabe como ele foi caro? Ainda tive que pagar o concerto do meu carro! Kaike foi até a porta e eu respirei fundo antes de sair da caixa lentamente. Vi que o caminho estava limpo até Scott. Corri até ele e o toquei. Scott abriu o olho no mesmo instante. Ele estava acordado esse tempo todo?

-Violet!- ele sussurrou bravo - maldição! Por que esta aqui?

-shiu!- mandei que ele calasse a boca e tentei desamarrar as cortas de sua mão.

-só afrouxa... só afrouxa, eu consigo sair assim...- a puxei vendo que eles estavam voltando. Orei para que Marco e Alice estivessem bem. Afrouxei também a corda dos pés dele e já ia correr quando ouvi um grito e um dos homens apareceu atrás de mim.

-que menina burra- disse apontando seu revolve para mim. Então essa é a sensação de se ter uma arma apontada para si. - senta ai!- Me sentei meio encostada em Scott, que ainda fingia esta desacordado.

-custava você fazer o que eu mandei você fazer, Violet?- Kaike sorria. Ele parecia bem tranquilo, talvez não fosse a primeira vez que fizesse aquilo. Cruzei as pernas e fiquei sentada os observando sem falar uma só palavra. - acho que você ultimamente esta pensando em perder a vida, não?- ele riu mostrando o revolve para mim.

Sinceramente eu não acreditava que eu fosse morrer ali. Respirei fundo mantendo-me calma. Kaike pareceu não gostar da minha postura . Ele se aproximou de mim me puxando pelo colarinho da minha camisa.

-você acha que eu não vou de matar?- ele gritou, mas Scott se levantou o segurando pela mão que segurava a arma e lhe deu um soco no queixo, foi tão forte que Kaike cuspiu no meu rosto uma mistura de baba e sangue, Limpei na hora. Scott agiu tão rápido apontando a arma para um dos homens que foi pego desprevenido que ele não teve reação a não ser levantar as mãos.

-coloca a arma no chão. - Scott falou. Observei Kaike desmaiado no chão, saia sangue de sua boca, imagino que deva ter caído alguns dentes . Que dor... Observei se aproximar o outro capanga de Kaike, ele vinha apontando a arma para Scott, meu coração acelerou. Gritei chamando sua atenção. O homem apontou a arma para mim e fechei os olhos ao ouvir um barulho muito alto e um disparo. Quando abri os olhos, me dei de cara com Marco, ele respirava ofegantemente e vi o capanga do Kaike caído mais a frente. Desmaiado, a arma estava próximo a ele.

Naquele momento temi que algo tivesse acontecido, o outro capanga aproveitou o momento de distração e tentou fugir depois de deixar a arma no chão, mas a policia chegou silenciosamente entrando no balcão e o pegando antes que fugisse.

-Marco...- minha voz estava falha. Ele caiu sentado e respirando ofegantemente. Me aproximei dele.

-você... você levou um tiro?- perguntei o analisando.

-claro que não!- ele deu um peteleco na minha testa.- o tiro ia ser em você se eu não tivesse batido naquele cara, besta. Olha.- ele apontou para o chão e havia uma marca de tiro.

Scott e eu respiramos aliviados ao mesmo tempo.

-eu não vou morrer tão cedo.- ele riu observando os policiais se aproximarem. Alice veio juntos com os policiais. Tivemos que ir a delegacia explicar tudo oque havia acontecido. Fomos repreendidos por não termos esperado a policia, mas um do homens que ajudou Kaike acabou confessando tudo e isso apenas nos ajudou a ter mais provas, levei os bilhetes que ele deixava com as ameaças e foi suficiente para condenar a Kaike a poucos anos de prisão. Eu sabia que ele ia sair bem mais cedo do que a sentença determinava, mas, fazer oque?

ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora