Scott me olhou. Ele tinha os braços cruzados e estava bem sério. Seu olhar pareceu analisar-me com completo e eu me senti incomodada por isso. Mas para não passar mais vergonha do que já havia passado eu simplesmente estufei o feito ao respirar e olhei fixamente em seus olhos enquanto me aproximava. Parei bem em sua frente. Sorri.
-Por que está tão sério? - perguntei com um sorriso no rosto.
Ele abriu um sorriso e eu vi como ele era bonito. Scott mordeu o lábio inferior.
-Você entrou com o rosto todo inchado daquele jeito, achei que algo tivesse acontecido com você, mas não quis incomoda-la. - falou – como não ficar sério? E por que estava chorando daquele jeito?
-Fases da vida- falei dando de ombros- as vezes acontece, sabe? - tentei dar uma desculpa para não ter que me explicar, seria uma longa história e sentimentos, quando tentem a serem racionalizados, perdem sua acescência.
-Ah! - ele bufou se aproximando e me abraçou forte me levantando – nossa! Você está muito diferente! - riu.
-eu?- perguntei o olhando nos olhos. Me senti nervosa por estar sendo abraçada e ao mesmo tempo fiquei surpresa por não o rejeitar como sempre fazia. Na verdade eu gostei do seu toque.Uma sensação boa ocupou meu coração. Não imaginei que revê-lo fosse tão bom. Passei meus braços por seu pescoço e o abracei. Incrivelmente ele ainda tinha aquele cheiro amadeirado que eu tanto amava. Ele colocou no chão e eu desejei ter ficado um pouco mais abraçada com ele. Que estranho. Me lembrei da mulher dentro da escola e me senti culpada. Devia ser a namorada dele? Não, poderia ser noiva! Ou até esposa! Me senti muito mais culpada e me afastei um pouco mais.
-o que você vai fazer agora? - ele perguntou.
-ah...eu? Nada...- falei honestamente. Mas na verdade tinha que escrever o começo da ideia que tive!
-vamos jantar em algum lugar? - falou me olhando atentamente – quero ouvir suas novidades, o que aconteceu com sua vida?- ele perguntou abrindo um sorriso – como estão seus pais? - perguntou e eu percebi que ele não sabia de sua morte. A carta que mandei talvez não tenha chegado. Cerrei os lábios e sorri sem mostrar os dentes. Tinha que lhe contar muita coisa, por isso eu aceitei.
Ele respirou fundo depois que lhe contei sobre meus pais. Não queria que ele sentisse pena de mim, mas não podia esconder algo como aquilo.
-eu sinto muito...- ele disse. - Realmente não recebemos a carta- falou coçando a nuca enquanto parte do seu cabelo vinha para frente em lindas ondas lisas e pretas. Seu cabelo parecia ser muito macio e eu senti uma vontade de tocar neles, mas me lembrei da mulher que estava lá na escola e o chamou de ''meu amor''. Não podia ter tais desejos! - mas eu comprei seus livros. - Ele sorriu e eu fiquei surpresa e um pouco envergonhada. - admito que são muito bons. Você leva jeito para isso.
Eu tentei segurar o sorriso que surgiu em meus lábios, mas não consegui. Ser elogiada por ele me fazia sentir-me verdadeiramente especial. O nosso lanche chegou e eu peguei o hamburguer com ambas as mãos, parecia ser delicioso.
-é muito bom- Scott falou apontando para seu hamburguer – eu diria que é o melhor da região. Balancei a cabeça em modo negativo
– aposto que vai mudar de ideia quando provar um que fica perto da minha casa – disse pegando o hamburguer e mordendo-o. E me surpreendi com o sabor. Realmente estava muito bom.
Ele sorria ao observar minha expressão ao provar o hamburguer.
-nossa... é muito bom mesmo! - falei mordendo mais um pedaço.
-Eu não disse! - ele mordeu o seu. Scott olhou em volta e fixou seu olhar em mim. O encarei assim que notei que ele me olhava. Scott desviou o olhar e parecia um pouco desconfortável na sua cadeira. - você... esta... com alguém?- perguntou timidamente.
-Não mesmo – disse alegre com meu hamburguer. Eu estava me sentindo muito à vontade perto dele – eu até tentei namorar, mas vi que não levo jeito para isso. - falei colocando um pouco mais de ketchup e mordendo meu sanduiche. Me encostei na cadeira e percebi a pergunta que ele me fizera. - e você? - aproveitei e rebati a pergunta. Ele piscou várias vezes. - Aquela moça bonita lá era...
-Minha ex namorada- disse tomando um pouco do refrigerante coca cola - Terminamos faz 2 meses e ela insiste em me chamar assim sempre que alguma mulher aparece – riu. - Ela dá aula na minha escola, é uma professora excelente.
Senti um certo incomodo, mas fiquei curiosa para saber o porquê eles haviam terminado. Terminei de comer meu hamburguer e observei ele tomar aquela coca em lata.
-você nunca perdeu a mania de tomar isso?- falei rindo.
-Nunca. - Ele riu.
Depois dali ainda fomos até uma praça próximo a sua escola comemos um sorvete no frio. Ideia dele. Mas tenho que admitir que gostei muito. Scott ainda tinha aquele seu jeito meio animado e engraçado de ser. E eu me sentia completamente bem ao seu lado. Não precisava fingir ser durona ou alguém que eu não era. Ele parecia nunca estar me julgando. Eu poderia até mesmo dizer que eu gostava de mim mesma quando estava perto dele.
-Onde você está morando? - ele perguntou tirando uma mecha de cabelo que caia sobre meu rosto.
-Em um condomínio, não muito longe daqui. - disse – e você? Mora com o Marco?
-Não. - ele falou.- mas moro próximo.- riu. - Foi ele que deu o endereço da escola a você?
-Sim... - o observei. - Digamos que nos reencontramos de uma maneira um pouco inusitada ...
-hm... - Scott voltou a olhar as arvores daquela praça... Tinha parado de garoar, mas não demoraria muito para começar novamente – quando você foi embora nunca mais aquele lugar foi o mesmo – disse me fazendo olha-lo. Ele parecia está sendo sincero. - Eu senti muito a sua falta.
Aquilo aqueceu meu coração. Da mesma forma que aquele chocolate quente tinha aquecido meu corpo. Mordi o lábio inferior tentando disfarçar minha cara de satisfação. Deixei Scott na escola e ele se despediu de mim com um abraço e um beijo em minha testa. Fui para casa alegre.
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ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOR
Romance**CONCLUÍDA** **PLÁGIO É CRIME** Violet era uma garota tímida, apaixonada e romântica. Sua vida girava em torno dos irmãos Botelho, principalmente Marco Botelho, um jovem rapaz charmoso pelo qual ela tinha um amor platônico antigo. Mas um incident...