- Fim- Capítulo 24

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Não posso afirmar que esse é o melhor final de todos. A vida real não tem exatamente um final enquanto ainda estamos vivos, mas como um livro não pode ser eterno eu termino esse dizendo que é impossível concertar-se sozinha. Por mais que desejamos ser independentes, é impossível permanecermos neste mundo sem alguém, não falo no quesito amoroso, mas falo de amigos. Por muito tempo eu achei que pudesse viver tranquilamente sozinha e sem precisar e nem prestar ajuda a ninguém. Acabei me afundando.

Naquele ano, depois de muito tempo, eu realmente me diverti e um aniversário. E agradeci muito ter reencontrado o garoto dos meus sonhos e o garoto dos meus pesadelos, que agora, todos sabem que já não é bem assim.

O que mudou em mim desde que tudo isso aconteceu? Simples, eu encontrei um motivo para sorrir. E não me importo se esse motivo, a princípio, foram outras pessoas, mas aprendi a encarar meus problemas de frente e não simplesmente fugir deles.

Eu publiquei meu livro e claro que ele fez sucesso, uma história de amor escrita por mim? Violet Valença... quem diria hein? Alice voltou para sua cidade natal e continuou ajudando seus pais onde estavam, as vezes ela viaja até São Paulo e nós saímos e nos divertimos, estou ajudando-a a escrever um livro e mostra-lo a minha editora. Sei que vai fazer sucesso, pois ela é realmente talentosa.

Marco deixou de ser socio de Scott e empreendeu uma viagem para fora do país com o objetivo de estudar psicologia. Era o que ele sempre quis fazer, segundo ele. Por causa disso Scott se tornou ainda mais sobrecarregado no controle de tantas filiais. Então, eu, sendo sua esposa, o ajudei com tudo o que era preciso e vi que eu também era boa com coordenação e administração de finanças. Admito que levava mais jeito para isso do que ele.

Bia continuava solteira, muito animada e brava como sempre, por causa do sucesso do livro a editora estava abrindo um novo ramo em outra cidade e Bia estava mais irritada que o normal por causa da contratação de novos funcionários.

Não posso dizer quem se casou no futuro ou não, quem se formou ou não, por que isso só o futuro pertence, nem posso falar que me desenvolvi mais do que outros, que sou melhor ou pior que outros por que consegui alcançar meus desejos primeiro. Não existe isso. Cada um cresce e desenvolve de acordo com sua esfera.

O que importa era que naquele momento eu estava feliz, tinha problemas claro, tinha dificuldades e brigas também...sim! Vivemos na terra! Isso é impossível de fugir, mas eu sabia que ia passar. De alguma forma eu tinha que aproveitar tanto as oportunidades que a vida me dava, quanto as pessoas que eu conhecia. Eu aprendi que nada tinha sido por acaso.

Depois de vasculhar minha casa inteira achei, no interior de uma caixa, bem no fundo aquele baú que eu costumava guardar coisas, e a caixinha de música que Scott me dera e a carta que eu nunca tinha lido. A abri observando Scott observar algumas fotografias numa caixa velha. Tínhamos levado tudo para minha nova casa, agora eu morava com ele, claro. Era legalmente sua esposa.

Ele ria de algumas fotografias e continuava a vasculhar as fotos entretido. Abri a carta. Será que teria mudado algo se eu tivesse lido ela antes?

Violet, eu sou muito ruim escrevendo e você vai perceber isso. Tive que digitar esse texto no word para ver se tinha algum erro ortográfico antes e espero que ele tenha corrigido todos.

Mas queria te dizer ,primeiro, um feliz aniversário. E depois que você é muito bonita. Eu acho você bonita, pelo ou menos. Eu gosto do seu cabelo e também dos seus olhos. E da maneira como você sorri.

Voltei a olhar para Scott. Ele me olhou curioso. Sorri. Scott se aproximou observando o que eu estava lendo e pareceu bem envergonhado ao ver que eu estava lendo.

-por que esta lendo isso?- ele tentou me tomar. Desviei dele caindo sentada um pouco mais a frente.

-eu estou lendo agora...

-agora?- ele piscou varias vezes.

-aconteceram muitas coisas, e depois eu esqueci.

-eu achei que você odiava cartas.

-eu amo cartas.- ri voltando a ler. Só que dessa vez em voz alta. - você não deveria se preocupar muito com o que os outros dizem de você. E nem ligar para eles. Eles não tem muito o que fazer...

Scott voltou a sentar na cama e fitou o chão, percebi que sua orelha estava bem vermelha. Ele passou a mão no cabelo e coçou a nuca.

-eu gosto de você do jeito que você é.- terminei de ler, dobrei a carta e a coloquei no lugar. Corri e me joguei em cima dele .-também gosto de você do jeito que você é!

-bom saber isso...- ele riu.-hm...- Scott cutucou minha testa – Lembrei de algo. Ano passado, quando você foi para o hospital você me perguntou sobre o que era o amor, lembra?

-Nossa, você só vai responder agora?

-se quiser eu respondo daqui a 7 anos.

-não...- ri- pode falar.

-acho que significa se importar com sinceridade.

-é uma boa colocação.- me deitei sobre seu peito .

Todos nós cometemos algum erro que desejamos apagar. Que em algum momento de insegurança vem nos atormentar

Todos nós em algum momento nos achamos indignos, nos achamos superiores, nos achamos indesejáveis, inferiores, invisíveis, desmerecedores.

Todos nós em algum momento queremos atenção. Queremos que alguém nos diga: Você é importante. Que alguém nos diga: Hey, eu me importo com você. Eu estarei aqui.

O problema é que muitas vezes queremos ter e não ser alguém assim. Mas não importa quem você seja: você só quer alguém que faça seu coração palpitar, alguém que te faça sentir especial. Alguém que diga: Eu senti sua falta. Alguém que te faça rir.

O problema é que a gente quer se fazer de forte e acabamos matamos o amor antes mesmo dele florescer. Mas, não importa quem seja. O importa é que se te faz sorrir, se te faz sentir importante, alegre, corajoso. Por que no fim só queremos alguém que alcance nosso coração.

Amar é simples, a gente que complica.


Obrigadaaa por lerem! ♥️

ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora