Sempre me chamaram de sonhadora. Sempre me acusaram de não ter os pés no chão, de viver mais na minha própria imaginação do que na realidade. Mas o fato é que esse sempre foi meu caminho de fuga e nunca neguei a minha preferência por ele, porém meus...
“Eu quero... Cuidar de você, porque esse amor só tem valor se for com você.”
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Gabriel
Eu nunca experimentei o amor antes. Eu achava que sim, que já tinha amado alguém antes, mas tudo se tornou substancial quando olhei para ela pela primeira vez.
Antes de realmente encontrá-la eu achava ser só desejo, ser meu corpo querendo o dela. Mas não é. Claro que meu corpo quer o dela, mas meu coração quer o seu coração mais do que qualquer outra coisa.
Antes beijar na boca era apenas um meio que me levava a saciar o desejo do meu corpo, um caminho para o quarto mais próximo. Mas não o beijo que compartilho com a Melissa.
Minha Mel.
Nenhum beijo foi como esse. Nenhuma boca se encaixou tão perfeitamente a minha quanto a dela. Não é só desejo ou destino. Nós nascemos um para o outro e esse beijo só comprovou isso.
Nunca fui do tipo que demostrava afeto em público. Andar de mãos dadas? Nunca fiz isso antes, mas com ela... Parece que tenho a necessidade de estar próximo dela quanto eu puder e, que Deus me ajude, não tenho planos de deixar que ela vá muito longe das minhas mãos.
Sempre fui possessivo com tudo ao meu redor. Nunca fui de compartilhar nada, muito menos algo precioso para mim. Não vai ser diferente com ela. Eu a quero pra mim, para manter e proteger, para amar e respeitar. Não me julgue se você também percebeu que isso pareceu mais votos matrimoniais do que qualquer outra coisa. Não seria rápido demais propôr a ela, seria?
A questão é que eu preciso saber o quão profundo ela está nisso. O quanto dela eu tenho e o tamanho de seus sentimentos por mim. Porque sim, eu vi sentimentos reais quando olhei em seus lindos olhos castanhos, só preciso saber o quão profundo eles são.
O beijo é calmo mas longo. Não é nada ardente mas coloca fogo em minhas veias. Eu perco a linha de raciocino quando ela usa sua mão delicada para me puxar pela nuca para mais perto. Eu uso o que sobrou da minha sanidade mental para me afastar, mesmo que meu corpo peça mais dela.
— Que tal aquele hambúrguer agora? - ela franze a testa e me olha toda confusa, se essa carinha dela não for a coisa mais fofa que existe no mundo não sei o que seria
— Eu... - ela se perde em suas próprias palavras e eu a entendo mesmo que ela não faça isso
— Se eu continuar te beijando assim eu não vou mais responder por mim, anjo. E isso não seria algo bom já que estamos em público. - ela parece perceber isso somente agora e eu vejo as bochechas rosadas que tanto gosto — Vem, vamos nos sentar na areia. - ela afirma e aceita minha mão estendida
Eu gosto disso, das nossas mãos juntas, mas gosto mais quando percebo que ela não se nega para mim. Qualquer outra pessoa pensaria um milhão de vezes antes de confiar em uma pessoa que acabou de conhecer, mas sei, bem em meu coração, que, de alguma forma, já nos conhecemos.
