Capítulo Vinte e Dois

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“Sou mais do que seu olho pode ver.”
— Pitty

Suiane Andrade

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Suiane Andrade

Eu jogo o chiclete na minha boca e jogo a embalagem no lixo a minha direita. Sigo o caminho pelo corredor do inferno até minha sala.

Eu já deveria estar longe daqui mas aquele infeliz do meu professor de matemática é um professor horrível em explicar e aqui estou eu fazendo a recuperação quando a metade da minha turma já está de férias.

Saco!

Eu me sento no meu lugar de sempre e espero o professor chegar. Isa está sentada na mesa do professor falando sobre sua última conquista, o Paulinho do outro terceiro ano. Eu só bufo vendo que essa merda de adolescência é realmente tóxica.

Não mais de três meses atrás eu estaria bem ao lado dela falando do último menino que eu tinha pegado, ou até fazendo planos pra pegar alguém, mas depois de tudo que me aconteceu eu mudei e me afastei de tudo isso.

Poucas pessoas sabem a verdade sobre mim, poucas não, só uma realmente sabe tudo sobre mim e não é minha prima Lissa. É o Ed. Ele é o único que sabe que me afastei da Isa, que vivo como um ET na escola e que tô fudida e mal paga com essa merda toda.

Eu não podia sobrecarregar ainda mais minha prima. Mel tava passando por um tempo difícil, sonhando com um cara que nem sabia se existia ou não e vivendo no mundo da Lua como sempre. Ela já tinha aberto a porta da sua casa pra mim eu não poderia encher mais ela. Depois foi a loucura de encontrar o tal cara dos sonhos, começar um namoro e todo o drama que isso envolve.

Só me sobrou o Ed pra desabafar. Ele sim, mesmo tendo milhões de coisas na cabeça, ainda me obrigou a contar tudo sobre mim. Melissa nem desconfia de nada que tava acontecendo mas o Ed, de alguma forma percebeu. E isso, confesso, foi um alívio pra mim.

A real é que eu descobrir que a forma dos outros pensar sobre mim me afeta. Principalmente se essa pessoa for quem deveria me defender dos monstros que existem e não ser um monstro comigo.

Meu pai fudeu meu psicológico, não que eu não fosse fodida antes, mas dava pra viver. Agora eu fico brigando comigo mesma por gostar de roupas curtas ou de funk ou de qualquer merda que meu pai julgou ser coisas de prostituta.

Sério, não fiquei chocada por ser uma profissão tão discriminada como é. No meu ponto de vista, acho uma profissão normal como as outras. Se a pessoa tá vendendo o que é dela, porque eu tenho que me meter? Mas a questão foi o julgamento. Não bastasse ele me acusar de algo que não fiz, ele me julgou e me humilhou.

Amor dos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora