Capítulo Sete

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“Na certeza ou no sufoco, todo mundo ama um pouco.”
— Fabrício Garcia.  

Era meu segundo mês sonhando com o Gabriel

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Era meu segundo mês sonhando com o Gabriel. Eu tinha prometido não sonhar mais com ele mas descobrir que não mando nisso. Também tinha prometido que o esqueceria e acabei descobrindo que também não sou boa com promessas. Não desses tipo, pelo menos.

Foram os meses em que mais me mantive focada, na vida. Foquei na faculdade, fiz boas provas e minhas notas estavam excelentes. Foquei no trabalho e, graças a Deus, a livraria estava indo muito bem. Foquei em mim. Me exercitei, comprei roupas novas, aprendi a me maquiar direito, estava indo em bares e baladas com mais frequência do que em toda minha vida, tudo parecia bem. Mas não estava.

Todos os dias acordava chorando. Era agridoce sonhar com o Gabriel. Eu passava as noites sorrindo mas as manhãs chorando. Era como mostrar um doce apetitoso a uma criança, iludir ela que aquele doce é dela, mas depois jogar o doce fora. Doía mais do que qualquer outra coisa.

Mas ninguém percebia. Para a Suiane eu o superei, meu pai nem deve se lembrar que já me viu chorando por um cara. Até o Edson achava que minha vida corria de vento em polpa. Mas não era verdade. Eu não estava seguindo minha vida, eu estava fingindo. E fingindo muito bem, por sinal. Ninguém percebia, mas eu estava morrendo aos poucos.

Não pense que é exagero, sou apenas intensa. Tenho mania de amar profundamente. Águas rasas não formam oceanos. Colocar restrições aos sentimentos não é amar. Se não é para amar eu nem me apaixonaria.

Não que eu tivesse escolha, não tive. Não quando o Gabriel resolveu, literalmente, invadir meus pensamentos e sonhos. Eu fiquei a mercê dele e do que ele me fazia sentir. Do que me faz. E, posso ser honesta? Não sei se gosto mais de como ele me faz sentir.

Durante os sonhos, eu sou feliz. Sorrio, choro as vezes também, passeamos, compartilhamos pensamentos e sentimentos. Eu sou do Gabriel e o Gabriel é meu. A vida é perfeita desse jeito. Duram apenas algumas horas, as vezes é pouco tempo, as vezes o tempo é irrelevante. Nesses sonhos, eu sou verdadeiramente feliz. Sem máscara, sem medo, sem mas. Na verdade com um grande mas. Eu sou feliz durante os sonhos mas os sonhos não duram para sempre.

Os sonhos acabam. E, no fim de cada sonho, sinto que estou perdendo o Gabriel. Como se aquele fosse o último sonho. A última vez que eu teria um vislumbre dele. Esse é meu maior medo, na verdade: nunca mais sonhar com ele. Tenho medo de esquecê-lo, mesmo que no fundo eu saiba que é impossível. Eu vivo com medo de perder a melhor parte de mim.

Eu estou perdida. Não só sem direção, sem saber para onde ir no meio disso tudo. Mas estou perdida no sentido de não haver mais saída pra mim.

Porque é matemática simples. Ou eu continuo sonhando com o Gabriel e vivo a vida inteira como uma pessoa dividida entre a realidade e a fantasia ou eu paro de sonhar com ele e perco o homem mais incrível que pudesse existir.

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