"Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são."
— Carl Jung.O lugar está lotado, tenho uma sensação de déjà vu permanente e fico olhando para os lados como se assim eu descobriria o motivo desse sentimento. Mas não encontro.
Perdi minha prima e sua amiga dois minutos que chegamos. E já estamos aqui a quase duas horas. Terminei um e-book que tava bem interessada mas confesso que foi quase impossível com essa barulheira toda. Pra quer essa música tão alta, tem gente fazendo faxina por acaso?
— Toma senhorita. - o barman me estende uma taça com uma bebida colorida e um guarda-chuva pequeno
— Eu não pedi isso. - eu franzo a testa
— Foi aquele senhor ali que tá te oferecendo. - ele aponta pro lado e um cara aparentando ter uns vinte e pouco me olha sorrindo
— Devolve pra ele e diz que eu mesmo compro minhas bebidas. - o barman parece chocado mas faz o que eu peço e eu volto a olhar pro meu celular
— Olha moça... - eu levanto meus olhos encontrando o mesmo barman segurando a mesma bebida — Ele insiste. - eu levanto a sobrancelha
— Ele tá te pagando uma boa gorjeta se eu aceitar, não é? - ele parece meio constrangido mas afirma — Quanto?
— Duzentos. - eu levanto minhas sobrancelhas e rio de escárnio
— Vai, deixa aí, bom proveito com seu dinheiro. - o barman sorri e deixa a bebida sobre a bancada
Eu volto meus olhos pro celular e tomo um gole da minha água. Não bebo. Além de não ter idade eu não tenho esse costume. Então água pra mim é que vai me levar durante a noite toda.
— Você sumiu! - eu dou um pulo com o grito da minha prima no meu ouvido e me viro encontrando ela e sua amiga suadas e sorridentes
— Você que sumiu, eu tava bem aqui. - ela sorri e pega minha água e bebe
— De quem é essa bebida, Lissa? - ela aponta para a bebida que o garçom deixou pra mim e eu dou de ombros
— Um cara pagou pra mim mas eu não bebo. - Isabel parece chocada e logo pega a bebida
— Mas eu sim! - ela vira a bebida colorida e eu fico impressionada com a facilidade dela pra beber álcool
— Vai dar pt não hein, praga. Sua mãe me mata! - Suiane puxa o braço dela e Isabel apenas ri — Lissa, que tal dançar com a gente? - eu nego — Vamos, você gosta de dançar. - eu nego — Por favorzinho. - Su une as mãos em um clássico gesto de petição e eu reviro meus olhos — Prima, a gente veio se divertir e você tá o que, lendo? Isso não é diversão!
— Pra mim é, ué. - eu dou de ombros e Suiane bufa, antes dela dizer mais alguma coisa eu levanto do banco alto e guardo meu celular — Vamos logo, antes que eu desista. - ela comemora com alguns pulinhos e logo me arrasta até a pista de dança
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Amor dos Sonhos
Novela JuvenilSempre me chamaram de sonhadora. Sempre me acusaram de não ter os pés no chão, de viver mais na minha própria imaginação do que na realidade. Mas o fato é que esse sempre foi meu caminho de fuga e nunca neguei a minha preferência por ele, porém meus...