Capítulo Dois

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"O problema não é mal humor, é mau amor"

Sexta feira é o dia da semana que mais gosto

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Sexta feira é o dia da semana que mais gosto. Tá, o segundo, já que tenho que fazer faxina na casa. Mas amo poder acordar mais tarde e ouvir minhas músicas no último volume.

O bom de se morar em uma casa antiga numa cidade como a nossa é que, geralmente, essas casa estão mais isoladas do centro da cidade. É o que acontece na minha. Ainda moro na capital do estado, mas mais distante da bagunça da capital que posso.

Lindinha pula comigo quando Adam Levine volta a cantar depois do pequeno solo. Eu vou cantando - ou gritando - enquanto limpo a casa o máximo que consigo.

Eu e meu pai fizemos um acordo. As sextas eu não trabalho para arrumar a casa e folgo nos sábados para descansar. Meu pai folga aos domingos e eu fico na livraria sozinha.

Coloco água no fogo para ferver e descongelo o peito de frango. Separo alguns ingredientes e volto a varrer o quarto do meu pai. Quando termino o microondas apita e tiro a bandeja de frango de dentro. Coloco o macarrão na água fervendo e vou cozinhando o peito de frango. Não demora muito e já estou almoçando na panela que fiz a carne mesmo. Nada melhor do que comer na panela. Vovó dizia que no meu casamento ia chover e minha resposta a fazia rir.

"Melhor assim, só vai eu e meu noivo no casamento e sobra bastante coisa pra gente comer."

Vó Bia ria e me chamava de doida. Tenho saudades dela. Não só em momentos de lembranças assim, mas a cada segundo do meu dia. Hoje já consigo pensar nela sem chorar. Agora só tem um sentimento agridoce.

Termino a faxina quase duas da tarde, tomo meu banho e já me depilo logo. Sempre faço isso. Termino a faxina e tomo banho. Mania que peguei da vovó. Ela dizia que as sextas era dia de faxina, tanto na casa como nela mesma.

Eu coloco uma blusa velha e calcinhas, já que meu pai não vem agora, me sento na sala e faço minhas unhas. Posso até ser descuidada com minhas roupas, mas minhas unhas sempre estão bem feita. Nunca em cores fortes como vermelho, mas em cores nudes ou um pretinho básico.

Minhas sobrancelhas também são feitas. Outra coisa que não abro mão. Imagina, andar com uma taturana na cara. Deus me livre! Vovó me fez prometer várias e várias vezes que faria minha sobrancelha sempre que pudesse e cumpro essa promessa sempre.

Espero minha cara parar de doer - porque fazer sobrancelha dói - e coloco outra roupa. Está na hora de ir para outro lugar que eu amo ir as sextas. No abrigo de animais.

Coloco a coleira na Lindinha e fecho a casa antes de sair pela vizinhança. Não tenho intimidade com meus vizinhos, só com a doida da minha prima que mora na rua de baixo, mas essa hora ela deve tá no restaurante com a mãe. Então sigo pelas ruas até chegar no abrigo do seu Mirinho ( não me pergunte o nome real dele porque não faço a mínima ideia).

Amor dos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora