“Os outros eu conheci por acaso. Você eu encontrei porque era preciso.”
— Guimarães Rosa— Você acredita nisso? - Suiane ri e eu dou de ombros usando meu copo de refrigerante para esconder meu riso — Não riem, eu tô puto!
— Ed, foi só um mal entendido. - eu digo mas isso só faz com que ele fique ainda mais puto — Não fica assim, amigo.
— Ah, o que você acharia se perguntasse se você é a mãe da sua amiga? Eu tô tão velho assim? - eu nego e abraço ele
— Tá gatinho ainda, Ed. - Sui diz abraça seu outro lado — Com alguns pés de galinha, mas é a vida. - eu rio e Edson bufa — Anda vovô, que eu tô afim de usar seu desconto de velho pra ver um filme.
— Eu não vou comprar chocolate pra você, você vai ver. - eu rio e me afasto dos dois que ficam rindo e implicando um com o outro
A minha semana tem se passado assim, entre riso, brincadeiras, maluquices desses dois e saudades. Sim, estou morrendo de saudade de alguém que nunca vi.
— Jesus! - eu franzo a testa e encaro minha prima
Suiane está parada virada pra frente, olhando fixamente para um ponto que eu me viro para a imitar. Não vejo muito, vejo pessoas passeando no shopping numa tarde de sexta como qualquer outra pessoa e não entendo o porquê desse choque dela.
— É ele! - eu franzo a testa — É aquele idiota da boate! - eu fico procurando mas não vi o tal cara no fatídico dia — Loiro, alto, cabelos claros, tatuagens pelo corpo e olhos cobertos por um óculos preto. Tá de camisa vermelha, pelo amor de Deus. - eu procuro o cara que ela descreve e logo encontro e, nossinhora, como minha prima tem um puta bom gosto
— Aquele que te falou merda? Esse cara? - Ed pergunta e eu deixo de olhar pro tal cara e olhar para os dois
Minha prima está agarrada a Edson como se ele fosse um esconderijo bem eficaz, mas nem o rosto dela ele tapa, só fica lá abraçado a ela fazendo carinho por sua coluna e dando beijos esporádicos em sua cabeça. E depois ela diz que ele gosta de mim!
— Esquece ele, ele não te merece. - ele beija a cabeça dela outra vez — Que tal a gente guardar essas coisas lá no meu carro e depois a gente volta e vê aquele filme que minha velhice vai pagar pra gente? - Suiane sorri e eu fico tão grata ao Edson por isso que sou capaz de beijá-lo
Ok, não sou não. Nunca trairia meu lindo e imaginado namorado. Sim, Gabriel é meu namorado e não me pergunte porque eu ainda me deixo levar com meus sonhos.
— Posso ficar sentada ali? - eu pergunto apontando para um banco na frente de uma grande loja de eletrodomésticos, a loja em que saímos — Eu prometo ficar sentadinha aqui esperando vocês voltarem. - Edson iria negar mas minha prima afirma — Vou ficar aqui. - me sento no banco e vejo os dois irem em direção a escada rolante que os levará ao estacionamento
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Amor dos Sonhos
Ficção AdolescenteSempre me chamaram de sonhadora. Sempre me acusaram de não ter os pés no chão, de viver mais na minha própria imaginação do que na realidade. Mas o fato é que esse sempre foi meu caminho de fuga e nunca neguei a minha preferência por ele, porém meus...