Capítulo 2 - Bônus (Alice) - (REVISADO)

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Cheguei há pouco tempo para acordar a preguiçosa da Nêssa para a gente ir para o colégio, como sempre fazemos. Juro que ia bater na porta dela, só que vi uma porta aberta e percebi que era do quarto do meu Beto e eu tive que entrar. Essa era a primeira vez que eu entraria aqui e vê-lo dormindo só de cueca e bermuda o deixou ainda mais sexy do que ele já era, se é que isso é possível. O som da sua respiração é como música para os meus ouvidos. O cabelo dele parece ser tão macio de se tocar, contudo, por medo de acordá-lo, somente o observei. Deitei-me ao lado desse homem alto, moreno, lindo e meu número, procurando não fazer barulho e então acabei soltando um suspiro baixo. Assim, eu nunca gostei de caras mais velhos, mas o meu Beto valia à pena. E como valia, ai, ai! Ele gago então, por minha causa, era uma delícia de se ouvir! E agora quando ele acordou se afastando, fugindo de mim, tive que provocá-lo um pouco.

-- Ué, eu só vim dormir com você, TIO! - dei "aquele" meu sorriso que sabia que o deixava louquinho por mim.

-- O quê? Do-Dormir comi... comigo? Não, não, não. Eu não quero você aq-q-qui! - ficou tão fofo meu gaguinho.

Confesso que a princípio eu só queria mesmo "brincar" com a mente dele, só que depois daquele dia na piscina, há uns cinco meses, eu decidi que ele é meu e ponto, e logo avisei as outras meninas para não se meterem no meu caminho porque eu SOU LOUCA.

Era um dia quente de verão e depois do colégio, Nêssa e eu fomos para a casa dela e decidimos nos refrescar naquela água fresquinha que estava ali nos chamando. Então, enquanto a gente conversava na borda, sobre os gatinhos lá do colégio, vi o meu Beto sentado em uma daquelas enormes espreguiçadeiras só de sunga bebendo uma água gelada no lado oposto a nós duas e meu coração parou. Eu queria ser O COPO.

-- Olha a baba Lice! - Nêssa brincou comigo jogando água na minha cara.

-- Nêssa, seu pai é um GATO! - soltei sem notar.

-- Sério?! - ela debochou e joguei água nela de volta, e dei a língua. -- Eu sei. Mas olha, é melhor desistir porque ele não curte "pirralhas"! - falou em tom de desafio pra mim.

-- E quem é PIRRALHA aqui? - rebati.

-- Você pode até tentar, só que não vai conseguir nada. - ela não me conhece!

-- Ah é? Vamos ver! - e foi assim que aceitei esse maravilhoso desafio.

Depois desse dia, sempre que eu tinha uma chance jogava indiretas para ele. No dia do aniversário da Nêssa, já no finalzinho da festa, vi que ele estava sozinho na cozinha e fui atrás dele. Passei minhas mãos pelo meu vestido florido, ajeitei meus cabelos ruivos e me aproximei o cumprimentando da forma mais inocente e alegre possível.

-- Oi, tio!

-- Ah, oi Alice! Tudo bem? - pela voz dele ele já parecia desconfiar de algo, mas procurou não demonstrar, o que não deu muito certo, já que eu logo percebi.

-- Agora, SIM! - falei em um tom sexy e ele perdeu a voz.

-- O que você... O que você q-q-quer? - e foi nesse dia que começou o meu gaguinho.

-- Só uma COISA. - falei rouca e ele se encostou na bancada da pia quase sem respirar.

Fui na direção dele, bem de vagar e enlacei meus braços em seu pescoço, sussurrando com a voz mais baixa e rouca ainda:

-- VOCÊ!­

Juro que ele quase desmaiou bem ali na minha frente e isso foi tão BOM. Então ouvi a Nêssa e o idiota do Pablo se aproximando, conversando entre si, e justo quando eu ia dar um selinho nele Nêssa saiu me puxando para a piscina. Com o Pablo já afastado da gente, com a desculpa de que ia ao banheiro, contei o que quase tinha acontecido e ela arregalou os olhos, logo depois rindo de leve para não chamar a atenção de algumas pessoas que ainda estavam ali. É, ele é MEU.

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora