Capítulo 50 - Parte 5

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Não importa quantos planos traçamos, ou quantos passos seguimos, nunca sabemos como o dia irá acabar.

(Grey's Anatomy)


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Alice

-- A pressão está descendo. - ouvi uma voz feminina abafada falar, mas nem abrir meus olhos estou conseguindo. O que está acontecendo?

-- Rápido. - agora foi uma tonalidade de voz masculina, acho, bem firme.

-- Pressão a nove e descendo. - uma outra voz feminina.

O que está acontecendo aqui? Por que não consigo abrir meus olhos?

Um bip insistente soa em algum lugar e um cheiro estranho está no ar. Sinto  algumas mãos em mim e, no meio do meu desespero, tento levantar, porém é em vão.

O que é isso? O que está acontecendo?

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Roberto Eduardo

Três horas.

E já são TRÊS longuíssimas horas sem uma notícia sequer de Alice, a mulher que amo, o meu Anjinho sem asas.

Eles são humanos? É bem óbvio que não. É uma tortura isso o que estão fazendo com a gente. Por que, hein?

Nesse momento sou a personificação perfeita da tristeza. Nem tenho mais lágrimas para liberar e muito menos força para tentar ir atrás de alguma informação, outra vez. Por que não podem vir aqui e me dar uma simples notícia? É porque não sou o marido dela? Que porcaria de burocracia é essa?

"Não morre, meu Anjinho. Eu te amo. Fica aqui comigo, por favor. Não me deixa. Não, você não. Isso não é justo. Você vai ficar bem aqui comigo, você ouviu? Você vai ficar aqui. Você TEM que ficar aqui comigo. Você..."

Levanto de novo do banco ao qual me obrigaram a sentar e começo a zanzar pelo corredor, novamente, limpando meus olhos de forma bem grosseira com meus braços.

Guto está com um pano no canto do olho, resultado do soco que jurei lhe dar assim que o visse. Vanessa está em algum lugar que agora não sei, Norma foi atrás de algum outro enfermeiro e até mesmo o Alex apareceu aqui para dar "apoio moral".

-- Ahhhhh! - soltei a minha frustração socando uma parede e nem mesmo assim uma pessoa sequer veio me dar uma única informação.

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Cinco horas.

E agora já são cinco horas sem saber o real estado de saúde de Alice. O que está acontecendo lá dentro?

Vejo um médico vir pelo corredor que vai até o Centro Cirúrgico e não penso duas vezes ao correr até ele e o atirar contra a parede atrás de informações. Deixo-o com uma leve cessão do ar e o olho firmemente nos olhos com meu maxilar trincado.

-- Alice da Silva Novais, GRÁVIDA. Veio para cá. Como ela está? - indago em tom ameaçador.

-- Eu não... Eu não sei. Sou novo aqui. - ele responde com medo.

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora