Capítulo 6 (REVISADO)

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Roberto Eduardo

Ah se Dona Violeta estivesse por aqui agora! Ela me mataria, com certeza! Ela obviamente arrancaria as minhas orelhas e então falaria umas verdades bem na minha cara. Já o Seu Omar; bem, ele não ficaria atrás, dado que também daria-me um de seus tão extensos sermões. Que saudades deles!

Sabe, meus pais foram bem originais com o meu nome: Roberto Eduardo Florêncio Nascimento. Pergunto-me até hoje porque essa combinação de nomes. Enfim, eles foram bons pais, pena não estarem mais comigo e com a Vanessa. Já foram-se longos 10 anos desde que eles se foram para sempre de nossas vidas e tudo por causa de um maldito "racha", no lugar e hora errados. Aqueles "corredores" é que deveriam... Não! Não. Uma coisa que eles sempre me ensinaram é que nós NUNCA devemos desejar o mal de ninguém, entretanto muitas das vezes é difícil seguir esse bom conselho.

Voltando ao presente momento; por baixo de sua toalha rosa, ela estava com... um sutiã vermelho com preto de alça fina da... (Pucca?) e calcinha laranja vibrante com laços amarelos, de amarrar, na lateral do... (Frajola?). Joguei-me contra a porta do banheiro e comecei, literalmente, a suar frio. Como ela conseguia ficar tão mais... tão mais linda usando essa... usando uma combinação tão... tão infantil? É, Fran! Você tem toda a razão: Alice é uma MULHER. E que mulher, Senhor! Ela tirou uma foto minha e veio na minha direção, com "aquele" sorriso, e parou com suas mãos bem próximas ao meu pescoço. Faça alguma coisa homem! Respirei, profundamente, e tentei retirar suas mãos de mim.

-- O que foi, TIO? Você nunca viu uma mulher... - ela deu uma voltinha na minha frente, parando com a mãos em meu peito, e sussurando. -- de lingerie? - soltei o ar dos pulmões.

-- Mulher? ... Você ainda não é uma mulher de verdade... Menina! - tentei fazer graça, mas não deveria.

-- Só porque... Só porque VOCÊ... não quer, Roberto Eduardo! - sussurou meu nome, extremamente próxima a meu rosto, passando uma de suas mãos pelo meu peito, o que fez-me engolir a seco, novamente.

Juro que ela vai acabar conseguindo o que tanto quer de mim! Eu não sou de ferro! Alice parou com outra de suas mãos no cós da minha bermuda e eu dessa vez consigui "livrar-me" dela, parando em frente a porta do meu quarto.

-- Ali... Ali... Ali-li... Alice! Por que voc... Por que voc-cê faz isso comi-mi... Por que você faz isso comigo?

-- Porque eu... Porque eu... - respirou bem fundo e disse: - É porque eu te amo, Tio! Juro! É de verdade. Não é nenhuma brincadeirinha não. Se eu te escolhi pra ser o meu... primeiro... é porque é você que eu amo! Ninguém me faz tão feliz como você! Você que tá com... Medo! Medo... de mim?! - ela cortou-me o coração com seu olhar sofrido para mim.

-- Não. - respirei profundamente para voltar a olhá-la. -- Medo de...  de mim mesmo. Medo de... de te machucar.

-- Mais? - ela agora tinha lágrimas nos olhos.

-- Não fala assim, por favor! - coloquei minha mão direita sobre um de seus ombros.

-- Mas é verdade! - ela me olhou com raiva e soltou-se de minha mão. -- Eu juro, se... Se você não for meu... - ela suspirou fundo. -- não vai ser de mais ninguém!

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora