Capítulo 45 - Parte 1

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Roberto


Uma semana depois...

UMA SEMANA. Hoje faz UMA semana que meu Anjinho foi embora. Por que ela fez isso? Não pode ter sido só por causa daquela foto, já que não tinha nada demais, era só um abraço entre amigos. Ela mesma já abraçou alguns de seus amigos e eu nem me importei, porque ela o faria então? Sei o quão ciumenta ela é, mas me recuso a acreditar que tenha sido só isso.

Enfim, estou agora deitado no grande sofá do meu escritório comercial, com o colarinho da camisa do terno aberto e sem a gravata vermelha, quando as imagens daquele dia voltam-me a mente. Por que será que vi DOR em seus olhos de cristal? Não entendo.

Apoio meu braço sobre a testa e fecho meus olhos. Então, vejo seus sorrisos, nossos beijos e... A dor. Por quê? O que será que aconteceu? Liga pra ela. Outra vez? Sim. O que custa? Ela não me atende. Repito, o que custa? Já disse que ela não atende. E daí? Só por isso não vai ligar? O que você quer que eu faça? Eu nem sei onde ela está. Isso não é desculpa.

Paro de debater comigo mesmo e volto a sentar-me à mesa para tentar fazer algum cálculo. Mal sento-me na cadeira e a porta é escancarada por Diana e ainda consigo ver Hermano tentando segurar Bianca que quer voar no pescoço da prima da mãe da minha filha. Ah, não. CHEGA!

-- FORA! - perco toda paciência que ainda tinha e berro com ela.

Ela fica chocada, mas mesmo assim não perde aquela cara de cínica e sonsa.

-- O que foi isso? - diz com a mão no coração.

-- Já disse. FORA! - continuei grosso e fui até ela segurando-lhe pelo braço para expulsá-la da minha sala.

-- Calma, eu realmente preciso falar com você. - desvencilhou-se de mim.

-- Não me importa. Procure o seu amante.

-- O quê? Eu não tenho amante algum.

-- E eu sou o Neymar.

-- Que grosseira!

-- Já saiu?

-- Eu já disse que preciso falar com você.

-- E eu já mandei você ir pastar.
-- Olha aqui, eu...

-- Fora daqui, PENOSA. - Alice falou.

Peraí! Alice? É um sonho, não é? Bato-me na cara para ver se é verdade e... Dói. Sim, é ela mesma.

Esqueço-me da prima da mãe da minha filha a minha frente e corro até meu Anjinho. Agarro-lhe logo levantando-a em meus braços no ar e beijo-a repetidas vezes pelo rosto e pelo pescoço fazendo-a rir e retribuir o meu abraço cheio de saudade.

-- Anjinho, que saudade! - beijo-a novamente e ela ri em meu rosto.

-- Eu sei. - beija-me de leve. -- Você me perdoa? - ela fala temerosa.

-- De quê? Não tenho nada que perdoar. - beijo-a pelo pescoço enquanto ela fala.

-- Pela joelhada. Eu te juro que não queria ter feito aquilo. Eu...

-- Psiu! - beijo-a rapidamente nos lábios. -- Você voltou e é só o que me importa. - olho bem em seus olhos de cristal que tanto senti falta.

Meu peito parece que vai... que vai explodir de tanta alegria. É como... Como... É... É difícil de explicar. Vocês já sentiram isso alguma vez?

Mas, a prima da mãe da minha filha ainda estava aqui e eu precisava mandá-la logo para o raio que a parta para que eu pudesse matar as saudades do meu Anjinho. Deslizo-a de vagar por meus braços e a coloco com cuidado no chão.Viro-me para a Diana e...

-- É surda? FORA! - Alice falou antes.

-- É claro que não sou surda, só não saí ainda porque preciso falar com o BETO. - vi o olhar da Alice e tive medo.

-- Amor! - a acalmei e a vi puxar o ar e soltar calmamente.

-- Não vou falar de novo. FORA! - falou já encaminhando-se na direção da outra, o que me fez segui-la. Nunca mais a deixo se afastar de mim.

-- Olha aqui, eu já disse que... Ai! - Alice deu um tapa que fez Diana quase cair em cima da mesa.

-- Louca! - gritou com uma das mãos no rosto.

-- GRÁVIDA. - Alice rebateu com altivez e orgulho.

-- O quê? - Diana continuava com uma das mãos no rosto e só agora reparei que o cabelo foi solto pelo tapa.

-- Sim. TRI-Grávida. - mostrou-lhe com três dedos erguidos.

-- Sua...

Corri e segurei a mão que vi Diana erguer para Alice.

-- Nem pensar. Nela você não toca.

-- Mas ela...

-- Diana de Arroio Salgado, já pra casa. - ouvi a voz potente de Seu Jorge.

-- Papai? - Diana perguntou com a voz assustada e os olhos de igual forma.

Vi claramente Diana virar uma menina assustada ao ver o pai.

-- Sim, já pra casa. - repetiu com sua voz potente e firme para não deixar dúvidas.

-- Mas papai, eu preciso...

-- Prefere seu castigo aqui?

-- Eu não sou mais criança.

-- E eu ainda sou seu pai. Já. Pra. Casa.

-- Papai, eu...

-- Um...

-- Papai, eu pre...

-- Dois...

Diana saiu bufando e agradeci com um único gesto de cabeça ao Seu Jorge. Acompanhei-lhe até a porta do escritório e dei-lhe um forte aperto de mão. Ele retribuiu e cochichou em meu ouvido:

-- Ela é linda. Não a deixe mais fugir. - piscou-me e saiu.

Sorri, fechei a porta e encostei-me nela. Olhei Alice de braços cruzados no meio do escritório e com a feição irritada pelos ciúmes. Sorri largamente e com minhas mãos às costas tranquei a porta. Hora de recuperar o tempo perdido.

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Me desculpem, aconteceram muitas coisas que me fizeram meio que abandonar vocês, mas já estou aqui. Vocês me perdoam?

Ah! Na parte 2 vocês querem a visão do Beto ou da Alice?

Bjos! 💋💋💋

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora