Capítulo 49 - Parte 1

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Guto

Admito, eu já dormi com incontáveis mulheres, incontáveis mesmo, mas dormir e acordar todo dia com essa bela ruiva NATURAL ao meu lado tem me feito um bem danado. Nunca em meus 38 anos encontrei alguém igual a ela. Ela é... Sei lá! Ela é... Diferente. Ela... Nem sei explicar.

-- Arrrrrrrgh! - berrei e chutei o painel dianteiro do carro.

É sério isso?! Por que, cara? Logo eu?! Valeu aí, hein! Ohh!

PIIIIIII!

Norma apertou a buzina com tanta força que acho que agora estou surdo.

-- Guto! Guto! Gustavo! - ela berrou na última parte ao ver que não estava escutando direito.

-- Hã! O que foi? - perguntei irritado.

-- Será que você pode me falar o que foi que aconteceu? - Norma agora olhava irritada para mim. Droga!

-- Nada não. - menti e tentei abaixar a capô do carro. A buzina soou de novo, mais forte ainda dessa vez, o que me fez bater a cabeça no capô.

-- Aaaaaai! Quer me deixar surdo de vez? - falei bem mais irritado agora.

-- Não, surdo não. - ela falou sem sair de sua pose serena.

-- O que é então? - que raiva dessa mulher!

-- A verdade. Eu só quero a verdade. - engoli em seco.

-- Já disse! É só essa... É só essa bela porcaria que não quer pegar de jeito nenhum. - chutei de novo o carro. Ela ameaçou apertar a buzina de novo.

-- É só isso mesmo? - perguntou em um tom desconfiado.

-- É sim, juro.

-- Certo. - falou em um tom baixo e quase estragou a buzina dessa vez.

Corri até ela e retirei suas mãos do volante. Ela é louca?

-- Você é... Você é louca? - perguntei ainda irritado ao encará-la encostada no carro de braços cruzados e com o maxilar trincado.

-- Vai me falar a verdade ou não? - mas que droga!

-- Eu já disse, caramba.

-- Tá bom. - ela virou para apertar a buzina de novo, mas dessa vez eu a segurei pelos braços.

-- Chega! Vem cá, você tem algum problema?

-- Sim, você.

-- Eu?

-- Sim, VOCÊ. Vai me falar a verdade ou não.

-- Caramba, mulher! O que você quer que eu diga?

-- A... VER-DA-DE. Só isso, a verdade.

Existe mulher pior que essa?

-- Certo. Você quer a verdade? Eu vou falar. É que... - como eu falo isso? -- É que... Arrgh! É que o Lucas piorou, tá bom? Satisfeita? - me arrependi assim que falei.

Ela arregalou os olhos, inspirou forte e correu cambaleante até a porta do lado esquerdo do carro.

O que eu fiz?

--------------

Alice

Beto e eu estamos em uma discussão séria agora. Qual o problema dele? O Lucas é meu irmão e eu vou falar com ele o ROBERTO querendo ou não. Aí dele se tentar me barrar.

-- Me escuta, caramba. Você não vai entrar, ouviu? - é o quê? Bati nele ali mesmo.

-- Ai! - ele esfregou o braço. -- Por que isso?

-- Ele é meu irmão, tá me ouvindo? E eu vou entrar sim. - rebati irritada.

-- Mas não vai mesmo. - rebateu.

-- Eu vou sim. - falei bem baixo e ele recuou um passo. É isso aí, é bom mesmo você ter medo.

-- Você não pode.

-- Não só posso como vou. E você vai agora mesmo falar com o médico isso. - o informei.

-- Eu?

-- Sim, você. Anda! Vai logo. - mandei e ele ainda ficou parado que igual a um poste. Que ódio!

-- Olha, eu não sei...

-- Já foi? - perguntei ríspida e ele por fim obedeceu.

O vi sair irritado pelo corredor e fui ao vidro novamente. Coloquei minha mão nele e apoiei minha cabeça.

-- Você vai sair dessa, tá bom? Eu juro que vai. - falei baixinho em uma vã esperança de que ele me ouça. -- Eu te juro isso, tá bom? A gente vai vencer isso.

**********

I'm so sorry!

Muitas coisas na minha cabeça e inspiração indo e vindo o tempo todo.

Como já disse antes, não vou mais prometer que não vai demorar. Eu juro que vou tentar ser bem mais presente agora, tá bom?

P. S.: Esse capítulo é como um pequeno bônus explicativo do final do anterior. O próximo já é normal.

Bjos! 💋💋

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora