Capítulo 50 - Parte 4

842 48 4
                                    

"-- Calma. - Beto falou em um tom de voz baixo e Alice não entendeu nada, visto que ainda estava a olhar o visor do celular em suas mãos. "Eu estou calma.", dizia em pensamento.

-- Abaixa a arma. - Daniel falou com a voz firme e a arma em punho, o que fez com que a jovem tri-gestante distraída tirasse seus belos e raros olhos claros da tela do celular que tinha em mãos e seguisse a direção do olhar de ambos os homens ao seu redor, e que a deixou aturdida com o que estava a se passar diante de seus olhos."

************

Roberto Eduardo

Um assalto. Na minha casa? O que eu faço?

NADA. Não vou ser tão irresponsável assim, pois a segurança de Alice e de nossos bebês é muito mais importante para mim agora.

-- Calma. - pedi novamente e movi-me lentamente com minhas mãos estendidas para ficar mais à frente de Alice como um escudo humano, o que de fato vou ser nesse momento custe o que custasse.

-- Fica aí. Eu vou atirar. - o mais alto falava piscando nervoso e o mais baixo deles apenas o olhava sem reação alguma, com medo, já que ainda era praticamente uma criança a julgar por seu tamanho.

-- Calma. - repeti um pouco mais alto, com uma de minhas mãos ainda à minha frente e a outra segurando em Alice colocando-a o mais segura que conseguia à minhas costas. O que mais eu podia pedir?

-- Eu não tô nervoso. - o alto gritou e sacudiu a arma.

-- Para cara. Não faz isso. A mãe não vai gostar. - o mais baixinho falou e tentou tirar a arma do outro, mas foi empurrado contra o chão com muita violência e quase levou um tiro acidental.

-- Larga a arma. - Daniel exigiu mais firme agora e vi que ele começava a suar.

-- Não. Não vou levar um tiro. - gritou e percebi que estava começando a ter alguma hesitação somente pela forma cuja arma balançava em sua mão e pelo suor que começava a se formar em seu rosto.

-- Que morra então. - o baixinho se exasperou e correu para dentro da minha casa.

-- Ninguém aqui vai levar tiro algum. Não é mesmo? - perguntei com uma falsa firmeza entre os dentes para meu amigo, que me lançou um olhar confuso, contudo acabou por decidir abaixar a arma dele com vagar.

-- Não confio em polícia. É tudo sem palavra. - falava ainda a balançar a arma.

-- Ele não. Eu prometo isso. O que você quer? - tentei negociar e comecei a dar um pequeno passo em sua direção.

-- Dinheiro. - ele passou a mão livre pelo rosto suado. -- Muito dinheiro.

-- Eu posso ajudar. - coloquei uma de minhas mãos no peito e dei outro mínimo passo. -- Mas abaixa essa arma primeiro, por favor.

-- Eu já te disse que não confio em polícia. - gritou de novo e vi que agora sua mão tremia muito. Drogas, bem provável.

-- Desculpa. Olha, eu... Eu posso chegar mais perto? - dei três passos dessa vez em sua direção com toda a cautela do mundo.

-- Beto, não. - Alice despertou de seu estado de choque e veio correndo me agarrar.

-- Calma. Não vai acontecer nada. - afirmei de frente para ela, com seu rosto em minhas mãos, porém nem eu mesmo sabia se isso era verdade.

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora