Capítulo 12

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Como que eu, Roberto Nascimento, um médio Corretor de Imóveis, veio parar na sala da diretoria do colégio das meninas com a Vanessa, a Clara e a Alice? Eu explico. O dia foi como ontem. Levei café na cama pra Alice, ela foi acordar a Vanessa e eu trouxe elas pro colégio. Estava me despedindo da Alice quando tudo aconteceu.

Estamos novamente na porta do colégio delas. Elas de uniforme e eu de bermuda preta, sandália, óculos escuros, boné e a camisa do Clube. Precisava me acalmar um pouco e conversar com alguém. Vanessa me beija no rosto e nos deixa a sós. Puxo Alice num abraço carinhoso.

__ Amor? Sobre aquele assunto de ontem, eu... - ela me abraça e me puxa para um beijo, interrompendo-me.

__ Depois! Agora só quero meu beijo de boa sorte, tá bom meu Robin? - me rendo ao seu pedido.

__ Tá bom, minha Merida. - Atendo ao seu pedido. O sinal toca e ela corre, quase esbarrando na Dona Lu no caminho.

Dona Lu não é tão velha assim, é somente por respeito mesmo. Dona Luciana é uma morena linda, de cabelos cacheados e olhos escuros escondidos por óculos de armação grossa. Corpo escultural e muito atraente pelo tom da pele. Ainda bem que Alice não pode ler meus pensamentos. Dona Lu me lança um olhar frio e depois entra.

Estou entrando no meu carro quando sinto uma mão em meu ombro me puxando. Quando estou de frente quem eu vejo? Clara. Ela ia criar confusão.

__ O que você quer? - tiro-lhe as mãos de cima dos meus ombros.

__ O mesmo que a Alice.

__ O quê?!

Essa menina me agarrou à força e me beijou. Consegui afastá-la, mas Alice já tinha visto.

Por que isso acontece comigo? Ela corre na minha direção e agarra a Clara pelos cabelos, sentando em cima dela e esbofeteando-a. Nem Vanessa, nem eu sabíamos o que fazer.

__ Suazinha, eu falei pra não se aproximar dele, não foi? - Alice não deixava Clara se soltar e cuspia as palavras na cara da outra.

__ AAAI! Sua LOUCA, me SOLTA! - Continuava a bater na cara da outra.

__ Eu te AVISEI que ia ser PIOR! Agora você vai sentir o peso da MINHA MÃO!

O que eu faço? Devo interferir ou não? Procuro o olhar da Vanessa, mas ela está na mesma situação. Faço o que se deve fazer numa hora dessas, agarro a cintura da Alice e a puxo de cima da Clara.

Elas ainda tentam se atracar de novo, mas alguns rapazes seguram a Clara enquanto eu tento conter a Alice. Dona Lu vem ao nosso encontro e nos indica a diretoria. Só a Alice mesmo pra me fazer passar por isso!

Estamos todos sentados de frente pro olhar frio da Dona Lu e levando um grande sermão. Nem na minha época de colégio levei sermão e agora, por causa da Alice, eu tinha minhas orelhas quentes.

__ Amor! Amor, espera! Por favor! - ela corri atrás de mim.

__ Vai pra sua sala, Alice! Depois a gente se fala! - nem me virei pra falar com ela.

Deixei ela ali e fui para meu carro. Cheguei em casa e fui me jogar na minha cama. Hoje eu não iria para o escritório.

Dormi tanto que nem percebi que já estava na hora do almoço. Tomei um banho, vesti um bermudão e uma t-shirt e desci. À mesa já estava Vanessa e Alice. Eu ainda estava bravo, mas vê-la ali tão calada me fazia doer o coração.

__ Boa tarde! - tentei não soar seco.

__ Boa tarde, pai! - Vanessa estava envergonhada.

__ Boa... Boa tarde, Beto! - Alice ficou encabulada.

__ O que a Jaqueline preparou hoje, hein? - tentei cortar esse clima.

__ É... Fui eu que fiz, Beto! ... Você me perdoa pelo...

__ Não quero falar disso agora, tá? Vamos almoçar primeiro.

Almoçamos no absoluto silêncio. Disfarçadamente, olhava para as meninas. Vanessa estava com um vestido leve e rosa e os cabelos soltos. Já Alice, uma regata verde-claro e saia, acima do joelho, vermelha e com os cabelos num rabo de cavalo.

Terminamos nosso almoço e Vanessa subiu para deixar nós dois a sóis. Eu fique de frente pra ela no sofá da sala e a encarei por alguns (eternos!) segundos.

__ Beto, eu... - ela segurou na minha mão.

__ Espera! Deixa eu falar primeiro? - ela concordou. __ Olha... Eu... Eu ainda tenho medo! Por você. Alice, você tem que se controlar! Não quero começar um relacionamento com você e passar pelo que aconteceu hoje de novo. Não é bom pra gente e nem pra... Você! Quero que dê certo. Me permiti isso, mas ás vezes é difícil suportar essas suas "criancices". Você me entende? É novo pra mim! - me cortava o coração falar desse jeito com ela, mas era a verdade.

__ Não foi porque eu quis! Quando eu vi aquelazi... A CLARA agarrada em você foi mais forte que eu! Quando vi, já tava sendo puxada por você. Você me perdoa?

__ Claro que sim, meu amor. Me promete que vai tentar se controlar?

__ Prometo. - ela disse mais para ela do que pra mim.

Nos abraçamos e eu a puxei para um abraço amoroso. Nos beijamos e eu a levei para meu quarto. Ficamos deitados na cama, abraçados, e assitindo: Marte precisa de mães.

Alice, Alice, o que você fez comigo? Depois de anos, agora que eu fui me interessar por "seus" filmes.

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Acordei e vi meu relógio de pulso marcando 17h30m e decido acordar esse anjinho rebelde do meu lado.

__ Amor! Amorzinho! Meu anjo! Acorda, por favor! Já é tarde!

__ Hum... Deixa eu dormir mais um pouquinho com você, por favor! - ela ainda não tinha aberto os olhos.

__ Não, não, dorminhoca. Hora de levantar! Você não tem dever de casa pra fazer não é?

__ Você tá parecendo minha mãe agora!

Consigo fazê-la levantar e vou ajudá-la no dever de álgebra. Não que ela tenha dificuldade, era mais por ter companhia.

Ela se concentrando era irresistível de se olhar. Com os olhos presos nas folhas do caderno e o lápis na boca era preticamente impossível não olhar. Olho o relógio, 19h45m, e me  assusto com como o tempo passou tão rápido. Onde a Vanessa estava?

__ A-Alice? - ele levanta os olhos pra mim.

__ Amor?

__ Você viu a Vanessa?

__ Acho que ela foi na casa da Cris fazer um trabalho pra amanhã. - voltou a se concentrar nas folhas.

__ Vo... Você tá com fome?

__ Só um tiquinho. - não levantou os olhos pra mim.

__ Quer um lanche?

__ Se você fizer eu aceito.

Levantei-me da cadeira ao lado dela e lhe dei um beijo no alto da cabeça. Na cozinha preparei dois sanduíches de ovo e levei dois copos com suco de cajú. Ela guardava o material na bolsa dela eu despositei nosso lanche na mesa. Conversamos sobre o filme que vimos e escuto a porta sendo aberta.

__ Vanessa?! O que aconteceu? - ela estava com a roupa rasgada e toda machucada.

__ Foi o Pablo. - Alex?

Eu mato ele! Se ele fez alguma coisa com ela, vai sentir o peso da minha mão!!!

Te Amo, Tio! - (Em conclusão)Onde histórias criam vida. Descubra agora