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Narrador.

— Carol? Ei? - Day tentou conter o sorriso quando acordou com Carol em seus braços, ela dormia tão inocente quanto uma criança. Mas Dayane sabia que precisava se levantar ou perderia a coragem. - Carol? Encontrei alguém com o sono mais pesado que o da Lauren.

Day nem se lembrava como Carol tinha grudado nela ou quando ela mesma tinha pegado no sono. Mas a sensação de tê-la em seus braços era maravilhoso.

Carol havia dormido primeiro que Dayane, nem ao menos tinha visto o desenho acabar ou Day sair para deixar as coisas e voltar para o quarto. Ela continuava do mesmo jeito. Não ouviu quando Day bateu a porta sem querer quando pegou as cobertas para fazer algum tipo de cama ali do lado, também não viu quando Dayane sentiu uma pontada na costela e se deitou ao seu lado, de lado para tentar amenizar aquela dor. Aquele jeito era o único que ela conseguia ficar nessas horas de dor. Carol nem imaginava que Dayane estava observando ela enquanto tentava lembrar como tinha se virado para o outro lado e quando seus corpos se grudaram na noite.

Como Carol não dava sinal de que iria acordar aquela hora, Day então puxou dois travesseiros que havia dormido e colocou em seu lugar quando levantou o braço de Carol e saiu. Foi direto para o banheiro, tomou um banho, fez tudo o que precisava fazer lá dentro e saiu desejando com toda força que Carol não tivesse acordado com o barulho do secador ou naquele momento que estava colocando sua roupa, ali mesmo no quarto. Correu para se vestir, mas Carol nem se quer movimentou um dedo.

Day saiu do quarto sem fazer mais nenhum barulho, correu na cozinha e preparou o café da manhã. Ela tinha quase certeza que Carol não iria querer sair do quarto sozinha até ela voltar para casa.

Na bandeja média, Day tinha colocado uma jara de suco, algumas bolachas, duas fatias de bolo de chocolate que Lauren tinha feito para ela, uma garrafa pequena de água, algumas torradas e dois minis pães com queijo. Deixou a bandeja na mesa de fotos que tinha no corredor e entrou no quarto para pegar uma segunda roupa, escova de dente e a mochila de Carol. Segurou tudo de um modo que nada iria cair, saiu do quarto de hóspedes, pegou o celular e tomou cuidado na hora de pegar a bandeja de volta.

Carol ainda dormia com o mesmo semblante calmo de antes. Day deixou tudo ao lado do seu notebook, escreveu um bilhete e saiu. Foram só alguns minutos até chegar aonde queria. Diferente da outra vez, Day saiu do carro e não demorou para entrar, anunciou sua chegada e esperou ser chamada. O que não demorou.

— Dayane Lima? - Ela se levantou ajeitando sua roupa. - Pode entrar, ela já está te esperando.

— Obrigada. - Agradeceu a mesma mulher do dia anterior e entrou na sala, vendo a médica surpresa com ela. - Bom dia, Thaylise.

— Bom dia, Dayane. Fiquei surpresa quando a minha secretária disse que estava me esperando. Do jeito que saiu daqui ontem, eu pensei que não iria te ver novamente. Fico feliz que tenha voltado, que tenha mudado de ideia e tenha aceitado a minha ajuda. Por favor se sente.

— Não, obrigada. Eu não pretendo demorar. E não é por isso que estou aqui. Quanto tempo eu tenho de vida, Thaylise? - Dayane foi direta, mais direta do que ela esperava, mas era só isso que ela queria saber.

— Eu quero te ajudar, não quero só te dar números. Quero que tenha mais tempo de vida, Day...

— Quanto tempo, Thaylise? - Repetiu a mesma pergunta de segundos atrás, mas Thaylise parecia querer mais que aquilo.

— O seu câncer já está em um estado avançado. Mas eu ainda posso te ajudar, Dayane. Me deixa te ajudar? Dê a si mesmo mais tempo para viver o que quiser.

— Por favor, Thaylise. Só responda a minha pergunta.

— Você descobriu esse câncer tarde, Dayane. Por isso eu sempre falo para as pessoas não deixarem de ir no médico. - Day não falou nada. Não era aquilo que ela queria ouvir e Thaylise sabia. - Você tem de quatro a seis meses de vida, mas isso é só se você não me deixar te ajudar. Podemos mudar isso.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora