Let Me Love You Until The End?

48

Narrador. 

Quatro horas e meia. Foi o que Carol levou até voltar para São Paulo. Mais meia hora até chegar na casa que ela tinha certeza que não pisaria mais.

Carol respirou fundo antes de tocar a campainha, precisava de coragem. Antes mesmo de levantar sua mão, a porta foi aberta.

— Eu vi você de longe. - Lauren deu espaço para Carol entrar, fechando a porta novamente.

— E cadê ela? - A ruiva perguntou olhando em volta.

— Camila e eu não sabemos.

— Pensamos que você poderia saber. - Camila disse receio, até porque Carol não tinha falado com ela ainda.

—Você consegue lembrar de todos os lugares que vocês foram? -Camila pensou em alguns e eu em outros, mas a Day não está em nenhum desses lugares.

— De todos os lugares é impossível. Mas consigo pensar em shopping, mercado, cinema, obras, escritório e cemitério.

— Lauren pensou quase a mesma coisa. Mas você acha que ela foi até lá?

— Não sei. Talvez. Vou ligar lá para ter certeza, mas pode demorar alguns minutos.

Lauren e Camila assentiram juntas, pegando seus celulares para fazerem mais algumas ligações. Camila pensou em ligar para os vários restaurantes que Day gostava de ir. Já Lauren tinha um lugar específico para ligar.

Todas as ligações terminavam com Não. Muito obrigada. Essas palavras não impediram Lauren de pediu o número pessoal da médica de Day.

Quem ligou para Thaylise foi Camila. Esperou impaciente até ouvir uma voz feminina, pediu para falar com a médica e a ligação foi passada. Antes não tivesse ligado. Thaylise também não sabia de Day.

Um pouco mais longe, Thaylise colocava o telefone no gancho, pegava seu celular e ligava para Daniela. A estudante de medicina brigava para achar um ponto de sinal, se obrigando a sair e se arrepender por causa da obra de frente a sua casa. Respondeu as perguntas da médica e desligou.

Carol olhava a tela de seu celular a cada mensagem que chegava, mas obviamente não iria responder mensagem alguma se não fosse da Day.

Camila olhava Lauren em um canto da casa com sei peito gritando de saudade. Os dias sem a ver pareciam eternidade.

Lauren olhava para Carol em outro canto da casa. Não tinha muito tempo desde quando a viu desabar no bar, mas ela tinha a mesma visão que Alice, ela estava magra e com seus olhos fundos.

O silêncio ensurdecedor foi quebrado quando um barulho de chave foi ouvido por todas. Se as três estavam lá dentro, era Dayane que estava entrando.

— Fiquei com medo de ser só o carro parado lá fora. - Day sorriu ao ver Lauren se aproximando dela. - É bom te ver de novo.

— É bom te ver também, Day. - Lauren a abraçou forte, se controlando para não chorar. - Como você...

— Como estou? - Lauren assentiu ao sair dos braços de Day. - Estou morrendo, mas quem me olha não acha que estou no fim da vida. Senti sua falta.

— Pode ter certeza que nós também sentimentos sua falta. E não brinque... Com o que vai acontecer.

— Eu estou morrendo, brincando ou não. Já não tem mais o que fazer. E ainda não deu tempo da Camila sentir minha falta. Tudo bem que eu sumi o dia todo sem falar para qual lugar eu estava indo, mas ela me viu de madrugada. Acho que ela foi no meu quarto umas quatro vezes ver se eu ainda estava respirando.