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5 de Julho

Quando o clima fica estranho, todos os envolvidos sabem que tem algo de errado, mesmo sem nenhum deles falarem nada uns para os outros. Em quatro meses de convivência, Carol sabia quando Dayane estava com dor, quando estava irritada com o trabalho ou com alguém do trabalho.

Também sabia quando estava triste por alguma coisa e sabia quando ela estava mentindo toda vez que Carol perguntava e ela falava que não era nada. Sabia quando Day estava bastante cansada e sabia quando Day pedia carinho em silêncio. Ela sabia o motivo da Day ter ficado mais calada nas últimas horas, só não sabia como tinha visto o que viu.

Carol respirou fundo quando saiu da sala de Dayane, ela não queria fazer nenhum tipo de cobrança, Day não tinha porque dar explicações de nada. Carol parou assim que viu Day através da porta de vidro da sala de reuniões, ela estava toda concentrada em alguns papéis sobre a mesa, nem ouviu quando Carol abriu e fechou a porta.

— Day? - Chamou baixo, mas o suficiente para a outra ouvir.

— Oi. - Se virou por alguns segundos e voltou sua atenção nos papéis mais fria que porta de geladeira. - Cadê a Alice?

— Está dormindo no sofá da sua sala. Daqui a pouco eu acordo ela. Nós podemos conversar?

— Deixa ela dormindo, acordar cedo nas férias não é nada legal. - Por mais que Day estivesse chateada com Carol, ela não conseguia ser fria por muito tempo. - O que quer conversar?

— Primeiro é sobre o projeto que você me deixou fazer. Eu já acabei ele.

— E o que sugeriu para colocar na frente e atrás? - Carol sorriu grande, indo até a enorme mesa para colocar seus papéis ao lado dos de Dayane.

— Como na frente tem a garagem, pode continuar sendo a garagem com a capacidade de dois carros. Não achei uma boa fazer um jardim na frente e tirar o lugar dos carros. - Day concordou em silêncio, ela pensava da mesma forma. - Já nada parte de atrás, eu pensei em uma piscina. Tem espaço suficiente para fazer até duas. Mas eu pensei em uma piscina e um jardim. Até mesmo colocar um balanço se caso o dono da casa tiver filhos. - Day concordou outra vez, olhando todos os traços, os pontos e os apagados dos rascunhos. Era perfeito.

— E o restante da casa?

— A estrutura está bastante firme, não vai precisar demolir e construir outra. Recebi todos os testes que a casa é mais firme que muitas casas novas.

— Isso me parece ótimo. Vamos ter mais tempo para entregar. Bom trabalho, Srta. Biazin. - Carol quase revirou os olhos com aquele jeito tão formal de ser chamada. - Nem eu faria melhor.

— Obrigada... - Carol viu Day sorrir, mas um sorriso de chefe satisfeito e não por está olhando para ela. - Você está muito ocupada ou podemos conversar mais um pouco?

— Sempre podemos conversar, ruivinha. - Por mais que tivesse sido chamada com o apelido que só Day a chamava, Carol ainda sabia que não estavam bem. - Você está bem?

— Estou sim, mas eu queria falar da Dani. - Day não continuou olhando para Carol, não poderia demonstrar outra vez o seu ciúmes.

— Pensei que fosse sobre a Alice. - Carol se aproximou mais ainda de Day, de um jeito que seus corpos ficassem juntos. - Sobre o que é?

— Sobre o que você viu no pescoço dela.

— Não precisa explicar, ruivinha. Você é livre para ficar com quem quiser. - Os dedos de Carol foram até o queixo de Dayane, onde levantou seu rosto para olhar em seus olhos.

— E eu escolhi ficar com você, Day. A Daniela me ligou e falou que você viu do jeito que o pescoço dela estava...

— Não precisa explicar. - Repetiu ainda olhando nos olhos de Carol.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora