Narrador.
— EU. SOU. DE. MAIOR. - Dayane foi tirada de seus pensamentos quando ouviu a voz alterada de Carol. - EU FAÇO O QUE EU QUISER DA MINHA VIDA, QUE SACO.
— EU AINDA SOU O SEU PAI, CAROLINE. VOCÊ ME DEVE SATISFAÇÃO SIM, ME DEVE RESPEITO TAMBÉM. - Day sentiu seu corpo tremer todo quando ouviu aquela voz. Ela não sabia se iria descer e assumir a culpa outra vez ou ficaria no quarto esperando Carol voltar.
— NÃO TE DEVO NADA, JÁ FALEI QUE SOU DE MAIOR. SE EU QUISER IR PARA MARTE, EU VOU E PRONTO.
— Merda. - Dayane saiu do quarto quase correndo, ela precisava falar outra vez que a culpa era dela. Já estava pronta para descer a escada quando ouviu um barulho vindo de um dos cômodos, olhou para trás e viu duas portas abertas. A que ela tinha saído e mais uma que dava para ver o rosa na parede. Não pensou duas vezes antes de voltar e colocar a cabeça no vão da porta, assim vendo Alice sentada no chão com a cabeça apoiada nos joelhos dobrados, suas mãos tentavam impedir os gritos que mesmo assim ainda passavam por seus ouvidos. E repetia a mesma coisa.
— Faz parar. Faz parar. Faz parar. - Alice falava com a cabeça ainda em seus joelhos. Day se viu na menina sentada daquele jeito no chão, era igual quando ela era a criança. Ela ouvia as brigas dos pais, pedia para eles pararem, mas nenhum dos dois ouvia ela. - Faz parar. Faz parar...
— Alice? - Day chamou ainda da porta, mas Alice não ouviu. -Alice? Ei? - Day respirou fundo e entrou no quarto, se aproximando rapidamente, parando de frente para ela. Colocou a mão em seu ombro, fazendo a menina levantar a cabeça com os olhos arregalados. - Não grita, por favor não grita. Eu posso fazer parar, só não grita, tudo bem?
— Por favor, faz parar? - Dayane sentiu seu coração se quebrar em mil pedaços com o sussurro que tinha saído da garganta de Alice. Ela tinha o rosto todo vermelho de tanto chorar, aquilo definitivamente não era um ambiente familiar para uma criança viver. - Por favor?
— Eu faço eles pararem. Só tenta ficar calma e aqui no quarto. Eu vou lá fazer parar.
Alice voltou a cobrir seus ouvidos, colocando a cabeça em seus joelhos quando viu Dayane sair do quarto. Assim que Day chegou outra vez no topo da escada, ela deu uma última olhada para o quarto de Alice e começou a descer. As vozes iam ficando cada vez mais altas em cada degrau que descia, ela tinha que dar um jeito daquela briga toda parar. Dayane só não contava com a pontada no peito, fazendo-a cair sentada no final da escada, chamando atenção das três pessoas na sala.
— Dayane? - Carol foi a primeira que correu até Day, sendo seguida por Isaías e Valentina. - Você está bem? Se machucou?
— Quem é essa agora? E o que ela faz na minha casa, descendo de um dos quartos? Caroline?
— Não me ouviu chama-la de Dayane? - Isaías encarou a filha sem ao menos acreditar naquele tom de voz que ela havia usado com ele. - E a casa é minha, eu coloco quem eu quiser aqui dentro.
— Já chega vocês dois. - Valentina se aproximou um pouco mais das duas, deixando Isaías para trás. - Como você caiu, Dayane?
— Ar. - Foi a única coisa que eles ouviram de Day, percebendo seu rosto todo vermelho.
— Ar? Você tem asma? - Day negou com seus olhos arregalados para Valentina. - Respira, Dayane. Eu sei que está difícil agora, mas você precisa respirar e ficar calma. Ninguém aqui tem asma, então não temos a bombinha. Calma e respira, faz isso. - Day já estava ficando roxa quando Isaías viu Carol começando a chorar e resolveu tomar uma atitude.
— Menina, você precisa ficar calma, entendeu? - Dayane assentiu para o homem, que já não falava com aquela voz assustadora. Ela precisava ficar calma como ele pedia ou iria cair outra vez inconsciente. Era tudo o que ela não queria. - Uma de vocês chame a ambulância. E eu preciso que fique calma ou as suas vias respiratórias não vão desinchar.
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Let Me Love You Until The End?
FanfictionE se você soubesse que vai morrer? Um dia todo mundo vai. Mas e se soubesse que é antes do previsto? O quanto isso mudaria sua vida? Ou o restante dela. O que gostaria de fazer em seus últimos dias de vida? ATENÇÃO!!! ESSA FIC É UMA ADAPTAÇÃO ENTÃO...