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5 de Julho.

Day sentia sua cabeça rodar, seu corpo já não aguentava mais tantos exames que não estavam dando em nada. Foram horas, dias e meses. Tudo jogado fora por uma coisa que ela tinha certeza que não daria certo.

Uma pesquisa falida sobre tumores. Pílulas que foram estômago abaixo, dinheiro jogado pelo ralo e tudo o que perderam com aquela maldita pesquisa. Antes mesmo de deitar, Day já tinha deixado claro mais uma vez que era a última vez, que para ela já dava, já estava conformada mais uma vez com a morte.

— Você se sente melhor, Day? - Thaylise questionou ao voltar para o quarto, vendo Day deitada do mesmo jeito de quando ela saiu.

— Só um pouco tonta, Thay. Dessa vez você sugou tudo o que eu tinha e não tinha.

— Olha só, temos uma pessoa de bom humor aqui, até me chamou de Thay. - Day não precisava revelar o motivo, ele estava estampado em cada canto de seu sorriso.

— Tenho motivos para ficar de bom humor. E eu já te chamei de Thay antes.

— Talvez em pensamentos porque eu não me lembro de ouvir! E eu acho que sei o motivo do seu bom humor. - Se sentou na cadeira que tinha atrás da cama de Day e começou a passar a mão em seu cabelo.

— Aposto que não. - Sorriu por dois motivos. Era um teste para ver se seu cabelo estava caindo e não estava. O outro motivo era que Carol lhe fazia cafuné por horas.

— Aposta aceita! Se eu falar o motivo certo, porque vou falar, eu quero um chocolate clássico com um croissant doce com chocolate que tem logo ali na rua de trás.

— Então me diga. - Thaylise iria aproveitar aquele bom humor até a última gota.

— Esse seu olhar é o mesmo que vejo na Daniela. - Day que ainda tinha seus olhos fechados, abriu no mesmo instante. A médica estava tão perdida com o seu cabelo, que não tinha percebido como ela travava sua mandíbula, tão forte que poderia sentir sua cabeça toda doer. - Até o humor é o mesmo de vocês duas. Isso é amor. Vocês duas estão amando. O nome do seu amor é Carol? - Por um instante Day relaxou outra vez. Parecia loucura, mas só de ouvir o nome da Carol tudo mudava.

— Ouvi o nome da Carol? - Daniela entrou como um furacão atrasado no quarto, deixando suas coisas no chão de qualquer jeito - Desculpe a demora, tive uma noite em claro e quando preguei os olhos, perdi a hora. - Dayane sentiu seu corpo pegar fogo, cada palavra de Daniela era como uma facada em seu peito. O motivo? Só ela sabia.

— Já acabamos? Eu preciso ir me... - Day se calou quando Daniela passou por ela prendendo seu cabelo, deixando visível dois ou até três hematomas em seu pescoço.

— Tudo bem, já acabamos. Você se sente melhor ou ainda está com tontura?

— Já passou. - Não, não tinha passado.

— Então pode se levantar e já está liberada.- Day se levantou o mais rápido possível para ir embora, ou acabaria fazendo uma besteira. - Te esperamos semana que vem para pegar as pílulas. E não se esqueça que você me deve um chocolate clássico e um croissant.

— Depois me fala qual dia da semana. E pode deixar que sempre pago minhas apostas. - Deu um sorriso forçado para Thaylise, indo até a porta. - Tchau.

— Tchau, Dayane. - Por mais que Day não tivesse falado com Daniela, ela respondeu junto com a médica, esperando Day fechar a porta.

— Ela estava nervosa?

— Hoje não, até me chamou de Thay e sorriu para a nossa aposta de agora mesmo. Quando você chegou ela ficou um pouco estranha, mas só deve ter se assustado do jeito que você chegou aqui. E você deveria deixar o cabelo solto, esses hematomas estão enormes.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora