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31 de Julho

Day havia passado a noite no hospital, assim como Carol, Camila, Lauren e Alice.

Thaylise explicou que quando os aviões atingem sua altura de voo máxima, por volta de treze mil metros ou quarenta mil pés. A pressão atmosférica da cabine é equivalente a de dois mil e quinhentos metros de altura. Isso faz o oxigênio disponível no ar seja menor. É como se enquanto o avião ganha sua altitude, as pessoas estivessem subindo as cordilheiras. A pressão de oxigênio durante o voo é semelhante ao que temos nessas alturas.

Ela também explicou que Day teve um ataque de pânico por acordar antes do avião pousar, causando a palpitação e a falta de ar. A médica só não explicou que em pessoas saudáveis, nada acontecia e que o câncer de Day estava a matando.

Alice queria entrar e conversar com Dayane, mas ninguém deixava. Quando sua irmã se sentou ao seu lado, Alice fez um outro pedido e Carol atendeu. Pegou suas chaves e seguiu seu caminho.

— Bom dia, Dra. Meryl. - Alice foi até o lugar de sempre, mas não se deitou. Sentada já estava ótimo.

— Bom dia, Alice . Vamos começar pela sua viagem. Gostaria de me contar como foi? - Alice assentiu. - Pode começar por onde quiser.

— Quando a Day foi até a loja de viagens, eu fiquei muito feliz. Sempre tive vontade de viajar para vários lugares e ninguém me levava. Mas quando eu pensei bem, eu fiquei com medo.

— E depois?

— Depois eu acordei no avião e vi a Carol dormindo com a Day, aí me lembrei que você disse que eu não precisava ter medo com elas do meu lado .Eu fiz a viagem pela Day.

— Por que pela Day? - Definitivamente seu jeito de falar era mais maduro.

— Porque ela tem que fazer o que ela gosta, eu fiz de tudo para não ter medo e deixar ela aproveitar com a Carol.

— Você acha que a Day gosta de viajar?

— Ela gosta de ajudar as pessoas, gosta de ficar com a Carol. Também gosta de viajar, mas eu acho que ela prefere viajar de carro porque ela tem medo de altura e eu também tenho. Por isso ela dorme em todos os vôos.

— Você disse que fez de tudo para não sentir medo, sim? - Alice assentiu. - O que sentiu?

— Senti muitas coisas. Medo. Raiva. Alegria. Me senti feliz igual no dia que fomos comemorar meu aniversário. E eu também me senti livre. Eu sabia que estava longe dele.

— Da pessoa que você não gosta de falar? - Alice concordou de leve. - Quer falar sobre ele?

— Quero. - Respondeu firme. Meryl se surpreendeu com a resposta de Alice, sabendo que alguma coisa estava acontecendo.

— Sobre o que você quer falar?

— Tudo.

— Você não está com medo agora?

— Muito, mas estou fazendo isso pela Day. - Cada vez que Meryl ouvia Alice falar o nome de Day, ela via Alice diferente, nem parecia a mesma da última vez que a viu.

— Okay. - Meryl anotou alguma coisa em seu bloco de notas, sendo observada por Alice . - A Day te mandou falar sobre ele?

— Não! Eu quero fazer isso por ela. Ela sempre me ajuda e me faz sentir melhor. Então é por ela.

— Tudo bem. Eu vou te perguntar e você vai fazer o que estou falando. Saiba que pode parar quando quiser. - Meryl se levantou e se sentou ao lado de Alice, pediu para ela se deitar e ficar calma que ela não iria sair de seu lado por nada. - Volte no dia que tudo aconteceu. Quem estava na sua casa?

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora