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Narrador.

Enquanto Alice brincava com um sorriso enorme no rosto, ela era observada por Carol e Carol por Day, que falava com Lauren pelo celular. Lauren por sua vez, não questionava a amiga sobre sua conta bancária, afinal, ela e sua esposa estavam mexendo sem a permissão dela.

Carol pensava em como poderia agradecer Day. Ela já não via a irmã sorrindo ou brincando por tempos, a menina nem parecia que só tinha oito anos. Qualquer pessoa que ouvisse ela falando, diria que Alice era uma mulher com idade suficiente para se enterrar numa depressão profunda, mas nem Carol sabia explicar com toda certeza se sua irmã tinha ou não algum tipo de depressão para crianças.

Day se pegou sorrindo quando viu Carol se levantar e caminhar até Alice que já tinha visto a irmã indo até ela. Não pensou duas vezes em se juntar com a irmã, fazendo Dayane desligar sua ligação, mirar seu celular nas duas e tirar algumas fotos. Talvez Carol quisesse vê-las mais tarde.

Era diferente o jeito que Carol tratava Alice, Day já tinha visto uma relação entre irmãos com a família da Camila, mas não era a mesma coisa. Camila era mais diversão e Carol parecia ser mais coração, mas não queria dizer que Camila não os amava, só era diferente.

— Carol? - Alice que encarava o final do escorregador com atenção passou a olhar para seus tênis.

— Não quer descer? - Alice negou ainda sem olhar para Carol, que a olhava. - Está com medo? Não precisa, é só ir do mesmo jeito que o outro. Esse é maior, mas não precisa ter medo.

— Não é isso. - Alice procurava o jeito certo de perguntar qualquer coisa, mas parecia não existir um jeito fácil.

— Quer ir embora? - Só então Carol se lembrou que não havia perguntado se Alice queria ficar ali, porém, se ela estava brincando, a resposta era positivo, não?

— Agora não. Eu quero te fazer uma pergunta. - Alice deixou seu corpo cair ao lado de Carol, qualquer coisa era só se jogar para frente. - Posso fazer?

— Quantas quiser, Ali. Mas você pode se virar para mim? Você olhando para os seus pés não é jeito de conversar.

— A Dayane...Day - Alice finalmente a olhou e Carol sorriu, ela só não sabia se era porque a menina tinha feito o que ela pediu ou era por saber que sua pergunta era sobre Dayane.

— Você gostou dela? - O sorriso de Carol cresceu mais ainda.

— Você gosta dela?

— Eu gosto dela. Ela é bem legal, você não achou? - Carol não escondeu suas expectativas de ouvir um sim, mas não sabia que Alice não pensava do mesmo jeito.

— A Day só pagou tudo isso porquê ela quer que eu goste dela? Eu sou obrigada a gostar dela agora?

— Não é nada disso, Alice. Não fala isso perto dela nem de brincadeira. Eu tenho um segredo, você quer saber qual é? - A menina assentiu timidamente. - Eu vou pagar a Day depois que eu receber o meu primeiro salário. Eu acho que não vai da para pagar de uma só vez, mas eu vejo isso depois. Ela vai me ajudar com um trabalho... Lá em São Paulo.

— Ela vai te levar embora? - Carol viu tristeza e medo no olhar de Alice, não era a reação que ela esperava ver.

— Ela não vai me levar embora, é um trabalho e eu que quero ir com ela...

— Então ela não é legal, não é. Ela vai te tirar de mim. - Um soluço escapou de Alice, que se jogou para frente, mas Carol a segurou firme.

— Você não vai descer não. - Carol puxou Alice para trás, o suficiente para sentar em sua frente e impedir qualquer ação da menor. - Alice, olha para mim? Por favor?! - Alice não olhou. - Lembra que a mana disse que queria estudar mas não tinha como? - Ela assentiu, mesmo sem olhar para Carol. - Então, eu vou terminar de estudar, vou conseguir pagar a sua escola e um dia vamos voltar para a casa da mamãe. Aquela que sempre te falei que sinto falta.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora