20

1.1K 101 23
                                    

25 de Abril.

— Thaylise Pivato?

— Sou eu. - Thaylise respondeu sem ao menos tirar seus olhos dos papéis em sua mesa. Sua paciência e seu tempo estavam curtos, precisava conseguir aquele resultados de uma vez por todas. Mas como? Se lembrou que não estava sozinha na sala e olhou para a pessoa que havia lhe chamado. As duas se encararam por um tempo, mas com pensamentos diferentes. Thaylise não a conhecia. - Posso te ajudar?

— Você me mandou alguns e-mails. Eu te mandei primeiro na verdade e você me respondeu. Você não está lembrando de mim, mas eu sou Daniela Costa. - Estendeu sua mão para a médica, que como um estalo de dedos, se lembrou de quem estava em sua frente oferecendo sua mão como cumprimento, qual ela retribuiu.

— Oh, me desculpe por isso. Não lhe reconheci. Pode se sentar. Eu não havia recebido mais os seus retornos, até pensei que não queria mais saber da minha pesquisa.

— Houve algum problema com o meu e-mail e acabei perdendo tudo o que tinha lá. Uma das secretárias do meu pai me avisou que tinha alguns e-mails seus, como ela não viu o que tinha, eu estou aqui.

— Vai ser melhor falar pessoalmente. - Thaylise fez um gesto para Daniela se sentar, que aceitou de bom grado.

— Então vamos ao que interessa. O que você pesquisou nesse tempo? E o que descobriu também! - Foi direta, não havia mais tempo para perder.

— Eles fizeram a pesquisa com algumas pessoas e só uma delas tiveram um bom resultado. O câncer era de pele, podemos ver tudo o que foi alterado no câncer dele e comparar com o da paciente que te falei.

— E você acha que daria certo com o câncer dela? São totalmente diferentes e de tamanhos diferentes.

— Sim! Mas o dela é um raro. Ele mata muito mais rápido, tanto que ela só tem menos de seis meses agora. Mas com tudo o que já pesquisei e estudei, eu acho que posso retardar o câncer dela. Com uma ou duas cirurgias, eu posso tentar curá-la. Tem muita falta de estudo sobre essas pílulas, esse é o nosso grande problema. Temos que estudar a fosfoetanolamina​...

— O que é fosfoeta-fosfoetanolamina? Eu nunca tinha ouvido falar ou ver essa palavra na minha vida.

— Uma substância química produzida no organismo humano. Indispensável para a vida humana. Dela vem outra substância, fosfatidiletanolamina, que está presente em todos os tecidos e órgãos humanos. E é isso que temos que estudar. A fosfatidiletanolamina é o grande responsável por normalizar o metabolismo oxidativo, que gera a energia no corpo. Esse processo fica prejudicado em células cancerosas. Em teoria, a ingestão do medicamento faria com que as células voltassem a trabalhar normalmente. Com isso, o câncer pararia de se desenvolver.

— Só de ouvir já achei incrível. E você tem algumas palavras bem difíceis. - Por mais que aquilo fosse importante, Daniela soou engraçada, mesmo sem ter a intenção. - Me diga uma coisa. Depois desse seu estudo todo, que ainda não terminou, qual foi a reação dela em saber que pode ter uma chance maior de viver mais tempo?

— Esse é o outro problema que temos. Esse é mais difícil que estudar a cura. - Thaylise suspirou pesado, deixando evidente que o problema era grande. - Ela não atende as minhas ligações e não responde as minhas mensagens.

— Como vai falar com ela então? Sabe que se demorar mais, não vai ter uma cura se quer.

— Eu sei, é isso que ando pensando por esses dias. Tenho que pensar em um modo rápido de trazê-la aqui. Ela tem uma teimosia que tira qualquer um do sério. Minha cabeça ficará cheia de cabelos brancos.

— Ela não é a única. Muitas pessoas tem essa ideia fixa na cabeça que irão sim morrer quando descobrem o câncer. Não da para culpar ninguém, nem elas mesmo. O medo se fantasia de teimosia.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora