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12 De Maio.

— Ela já está atrasada, Daniela. Você tem certeza que ela vem? - A médica olhava seu relógio impaciente a cada dez segundos, parecia uma eternidade angustiante.

— Tenho sim, Thaylise. Infelizmente eu tive que fazer uma ameaça falsa. Ela disse que estaria muito ocupada com algumas coisas e que hoje apareceria por aqui. Espero que seja verdade.

— Não sou mulher de mentir. - Day disse ao ouvir o restante do que Daniela dizia, assustando as duas.

— Que susto, Dayane. - Daniela se queixou enquanto a médica a olhava sem acreditar que ela estava mesmo ali. Finalmente ela estava ali.

— A porta estava aberta. Foi um susto sem intenção.

— Não tem problema. Pode se sentar. - Thaylise que andava de um lado para o outro desde o primeiro minuto que Day havia se atrasado, caminhou até a porta com um breve sorriso logo após Day se sentar e ocupou seu lugar na frente das outras duas. - Vamos começar então?

— Já vou avisando que é contra gosto meu estar aqui. Tenho que fazer uma viagem ainda hoje, eu não posso ficar muito tempo.

— Mas você precisa de tempo para entender tudo, Dayane. - O sorriso que Thaylise tinha se desfez. Era decepcionante ela ainda pensar do mesmo.

— Quando você diz tudo, o que é tudo para vocês duas?

— Tudo é tudo, Dayane. - Daniela se intrometeu quando Thaylise fez um sinal para ela, qual Day não viu. - Como você tem passado depois daquele dia que me conheceu?

— Eu estava bem até chegar aqui.

— O que está sentido? - Daniela já tinha seu estetoscópio em mãos, mas Day a impediu de toca-la.

— Estou sentindo falta de tempo. Podem falar o que querem de uma vez por todas? - Sorriu sem ânimo, ainda achava que tudo aquilo não ia dar em nada.

— Queremos fazer estudos com você. Com o seu tipo de câncer para ser exata. - Day encarou Thaylise por um tempo em silêncio, aquela mulher tinha os olhos brilhantes iguais o de Carol. - Vamos dar continuação aos estudos da pílula azul de onde foi parado. Vai levar um tempo até tudo estar certo. Quando desenvolvermos a pílula com a perfeição, vamos te entregar e ver o que dá.

— O que vai acontecer com meu corpo durante esse tal tratamento?

— Ainda não sabemos os efeitos, mas posso afirmar com quase toda certeza de que não seja tantos danos colaterais.

— Como não?

— A pílula vai agir somente no câncer. Segundo uma das doutoras que estavam com a pílula, a Giovana, os medicamentos contra o câncer que estão em desenvolvimento atualmente não são como uma das quimioterapias, que mata todas as células que se dividem no corpo humano. Esses medicamentos em desenvolvimento são chamados de "drogas alvos" e só alteram as células cancerígenas. 

— Já a pílula de fosfoetanolamina  reativa a morte celular programada, estimula o sistema imune e elimina a célula do tumor. Que pode impedir o desenvolvimento de vários outros ou mais tumores. Mas ainda não se sabe quais seriam seus efeitos colaterais. - Daniela finalizou a explicação com um sorriso, medicina era fascinante. Ao contrário da futura médica,Day não tinha se movimentado um centímetro se quer, nem mesmo com um sorriso. - Já contou para Carol?

— Isso também faz parte do tratamento de vocês? - Jogou o cabelo para o lado, cruzando as pernas enquanto matava Daniela com o olhar. - Sou obrigada a isso também?

— Ela é minha amiga, Dayane. Merece saber de tudo agora que o seu tratamento vai começar.

— Mas é a minha vida, Daniela. Sou eu que escolho o que vou fazer dela e quem precisa saber nesse momento.

Let Me Love You Until The End?Onde histórias criam vida. Descubra agora