Capitulo 43

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Já tinha montado meu narguilé para dar uns tragos, na hora do truco tinha até esquecido desse meu bebê novo, a resenha estava da hora e só estava ficando os mais chegados ali. Até que quando deu 23hrs escutamos fogos de artifícios e para quem mora na favela sabe muito bem o que isso significa INVASÃO.

Os vapores começaram a sair correndo para pegar os armamentos, o DG entrou para dentro de casa mais rápido que uma bala e eu fiquei ali sem saber para onde eu ia, até sentir alguém segurar meu braço.

TH: - Vem comigo ! Vou te esconder - Ele sai me arrastando da casa do DG e me leva lá para a boca.

Chegando lá ele abre uma espécie de cofre que tinha atrás de sua mesa, era claro e tinha comida, roupa, uma cama e umas paredes que apresentavam ser bem grossa.

Eu: - Me deixa ir com vocês, não me deixa sozinha aqui - Digo grudando em seus colarinhos.

TH: - Não, vai que acontece algo com você - Diz soltando minhas mãos dele - Nem pensar. - Ele sai deixando a porta entre aberta.

Que irônico isso né ? Não fecha a porta direito me dando a brecha para sair, pensei que ele seria mais inteligente. Dou uma risada com meus pensamentos e saio do cofre a procura de uma arma.

TH: - Eu sabia que você não ficaria quieta - Diz me fazendo assustar

Eu: - Então porque deixou a porta aberta - Pergunto cruzando os braços.

TH: - Melhor você correndo por esse morro junto comigo, do que com um cara idiota que não vai te proteger - Ele me joga uma arma e vai em direção a porta - Vamos ! 

...

Os tiros não sessavam e o TH estava impressionado com a minha mira, eu já tinha acertado 16 pessoas do morro que estava atacando é dessas 16, 14 tiros foram na cabeça e dois no coração. Esqueci de contar que quando fui para o Estados Unidos estudar medicina, estudei tiro também, para minha segurança.

Estávamos nessa a 2 horas, estava me sentindo exausta já, só queria ir para casa e tomar um banho, mas não ia deixar isso transparecer pra o TH. Fico imaginando o que meus pais pensariam se soubesse que eu to aqui no meio, quero ver quando minha ficha cair que eu estou aqui no meio, eita cachaça.

Vou colocar um lembrete na minha mente de nunca mais fazer nada bêbada, que eu fui fazer e olha onde
eu vim parar, atirando em todo mundo, pelo menos estou ajudando e retribuindo o Th por ter me salvo do sequestro.

Os tiros acabaram lá pelas 3hrs da manhã, o TH subiu por uma rua sozinho e me deixou ali no posto que eu estava só, comecei a subir atrás dele olhando para todos os lados, para que eu não seja pega de surpresa. Quando derrepente me trombo com alguém, quando eu destravo a arma para atirar percebo que era o DG.

Eu: - Quer levar um tiro na fuça ? - Pergunto travando a arma de novo.

DG: - O que você está fazendo com isso ? - Pergunta jogando a arma dele para trás.

Eu: - Vim com o TH, mas ele subiu sozinho, estou atrás dele - Digo colocando a arma nas minhas costas.

DG: - Como ele deixou você fazer isso ? - Me pergunta arqueando uma sobrancelha.

Vejo que tem 3 garrafas ali no beco que a gente estava, e bem atrás dele. Pego minha arma e atiro passando as balas por perto dele e fazendo quebrar todas as garrafas.

Eu: - Por isso - Digo colocando a arma de novo nas costas - Pela minha boa pontaria. - Lanço um sorriso para ele que se encontrava incrédulo.

Seu rádio vibra e prestamos atenção nele.

Rádio on:

Menor: - DG ?
DG: - Fala menor
Menor: - Pegaram o chefe, não encontramos ele em lugar algum.
Eu: - Como assim - Digo tomando o rádio da mão do DG.
Menor: - Então patroa, estamos todos aqui na boca e não tem nenhum rastro dele.
Eu: - Estamos indo aí.

Rádio off:

Devolvo o rádio para o DG que está com uma cara nada boa. Seguimos até a boca e tive que ouvir ele mesmo com uma cara amarrada me zoando pelo Menor ter me chamado de patroa e eu não ter feito nada.

Chegando na boca e eu chamei todos para a salinha, fui até a mesa do TH mesmo, e comecei a procurar um mapa do morro em suas coisas. Eu já disse que a cachaça faz mal ? Pois é, faz muito mal, faz você além de sair pra uma trocação, sair para caçar seu ex e mandar em todos os valores do morro.

Achei uma mapa daqui e comecei a traçar uma buscar por tudo que é beco desse morro, como eu sei que ele estava no morro ? Porque certeza que o morro inimigo não sabe da saída que tem atrás do morro e na contenção da entrada, quem entrou não sai fácil.

Eu: - Bom, sei que muitos não estão gostando de me ver aqui tomando a frente, vocês preferiam o DG, mas foda-se não to nem aí para o pensamento machista de vocês - Sento na cadeira e aproximo ela da mesa - Quem quiser ajudar o chefe de vocês, o que sustenta vocês, beleza, quem não quiser só porque eu to aqui, a porta da rua é serventia da boca.

DG: - Eu estou com a cabeça muito quente para pensar nisso agora, por mim, to com você até o fim. - Diz se sentando na cadeira de frente para mim.

Vejo que ninguém sai da sala, vejo que todos confiam em mim, mas que merda eu estou a fazer ? Puta que pariu, beber não é bom.

Eu: - Então vamos fazer assim, quero uma equipe aqui - Digo apontando para a parte de trás do morro aonde era a outra saída daqui - Na contenção, quero atenção redobrada, ninguém entra, ninguém sai até encontrarmos o TH ! Já passa o aviso para os moradores. - Pego fôlego e começo a reparar mais ainda no mapa - Quero patrulha a cada 5 minutos em todos os becos do morro, para não dar tempo deles ficarem andando de beco em beco. Se um de você passarem por um, o outro vai passar também, quero muita atenção. - Encosto na cadeira e encaro cada um - Pode ir.

Vejo o DG levantar e conversar mais alguma coisa com os caras, vou até a mesa que o TH deixa suas bebidas e eu pego um Wiskey para ver se tira essa tensão do meu corpo. Todos começam a deixar o morro aos poucos.

Eu: - DG, fica por favor - Ele volta e se senta no mesmo lugar de antes.

DG: - Diz aí ! - Pergunta se inclinando e apoiando seu braço na mesa.

Eu: - Cadê a casa daqui ? - Pergunto apontando para um lugar vazio que tinha ali no mapa, mas que hoje mais cedo durante a trocação eu tinha reparado por estar perto da gente.

O DG se aproxima mais do mapa e me olha sem saber do que eu estava falando.

Eu: - Aqui tem uma casa, estávamos perto dela quando ele sumiu, eles não saíram do morro, estão entocados aqui para fazer a gente procurar lá fora, e eles puderem sair ou tomar o morro. - Digo me encostando na cadeira.

DG: - Você pensa coisas que ninguém pensa - Diz rindo - Vou preparar uma equipe para ir lá.

Eu: Não ! - Digo tomando um gole do meu copo - Vamos ver até onde vai esse joguinho deles - Mato meu copo de uma vez só. - Vou para casa dele tomar um banho, me dê um radinho, eu já te conto meu plano. - Ee levanta e vai até um cantinho da sala, ele pega um, configura e joga para mim.

DG: - Cuidado, todo tempo aqui é dinheiro - Diz voltando a se sentar.

Eu: - Eu sei.

...

A Primeira DamaOnde histórias criam vida. Descubra agora