Capitulo 8

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Sinto alguém se aproximar de mim, não me viro para ver quem era, apenas vejo pela minha visão periférica que era o menino que tinha entrado e se meteu na minha discussão com o Dg, reviro os olhos e digo

Eu: - Que foi em ?- Pergunto olhando para a cara dele

Desconhecido: - Calma garota ! Vim perguntar se você está bem e se quer carona para voltar para o baile, mas pela sua ignorância acho que você pode ir muito bem embora sozinha - Ele ia saindo quando eu abaixo a guarda

Eu: - Espera - dou uns passos até chegar perto dele - Me desculpa, estou de cabeça quente, o Dg tem esse poder, só de pensar naquele babaca filha da puta, eu fico assim, me desculpa mais uma vez, prazer Giovana - Estendo a mão para ele e solto um sorriso de lado

Desconhecido: - Tudo bem - Ele estende a mão de volta - Prazer Thiago Henrique mas todo me chamam de Th, vejo que você e o Dg deve ter um problemão em comum né - Ele fala soltando minha mão e indo em direção ao carro, vou segundo ele claro.

Eu: - Sim, mas é uma longa história - Falo escutando ele destravar o carro e entrar , entro no banco da frente, coloco o cinto e encosto minha cabeça na janela.

Th: - Tenho muito tempo, não posso deixar você ir embora alterada assim, olha a hora que é, mesmo eu conhecendo a maioria do povo desse morro, alguns são cheio de gracinhas, é uma coisa que eu não aceito no meu morro é algo que faça mal a mulher - Ele da partida no carro e fica me olhando, acho muito fofo tudo que ele disse, mas pera aí ele dias "MEU morro" ??

Th: - Então, vai querer conversar vendo o nascer do sol ? - Ele diz me tirando dos meus pensamentos.

Eu: - Tem meus amigos, eles devem estar me esperando lá embaixo para ir para casa de uma amiga dos meu primo aqui no morro mesmo, porém preciso esfriar a cabeça mesmo - Pego meu celular vejo que são 04:40 da manhã, abro o WhatsApp e mando mensagem para o Luan explicando aonde eu estava, com quem e para eles dicaram tranquilo que eu já ia para casa da amiga do meu primo - Vamos ?

Ele da um sorriso e sai com o carro, encosto minha cabeça na janela do carro e fico olhando a paisagem do morro.A saudade da Leticia, doía muito no meu coração, era o meu ponto fraco aquilo, quando eu saio para curtir em alguma festa isso me faz esquecer da dor que eu sinto pela perda dela, e ver o Dg no baile fez a dor voltar umas 10x maior.

Th: - Ei ? Chegamos - Ele me chama me tirando dos meus pensamentos, vejo ele descer do carro e eu faço o mesmo seguindo-o até a frente do carro, sentamos no capô do carro e eu fico admirada com a linda vista que ali tinha, ela era maravilhosa, da para ver toda a cidade de São Paulo, acho que eu estava tão perdida em meus pensamentos que eu não percebi nossa chegada aqui e quanto tempo demorou.

Eu: - Porque me trouxe aqui e está me ajudando ? - Tiro meus olhos da paisagem e encaro seus olhos.

Th: - Digamos que eu tinha uma ligação com a Leticia também - Me espanto com sua fala e já penso no pior, tenho esse mal, já imagino a Leticia e Ele - Calma, Calma, não é isso que está pensando, se você está achando que eu dormir com ela, não é isso não - Ele da uma risada e eu dou um sorriso junto me sentindo aliviada - Ela era como um irmã para mim, varias vezes quando eu perdia a cabeça por algo que havia acontecido no morro, ou quando eu me machucava nas trocas de tiros, quando algo graça acontecia, não importa como ela estava, ela esquecia tudo e me ajuda com meus problemas, depois que ela morreu, eu me senta muito mal,porque não teria minha melhor amiga ali para cuidar de mim, digamos que eu era cheio deles, agora sem ela parece que meus problemas só aumentaram e não tenho ela para me ajudar. - Vejo uma lágrima escorrer em sua bochecha, levo minha mão e limpo ela, faço um carinho com meu dedão em sua bochecha esperando ele se acalmar.

Eu: - Eu sei como você se sente, acho que todo mundo deveria ter conhecido ela, sua doçura, sua alegria, seu bom humor, seu jeito de ser, ela era maravilhosa, não sei como vivi esse um ano sem ela, todos os dias eu sinto saudade dela, e a cada dia mais aumenta a saudade. - Falo lembrando de cada detalhe dela e me fazendo ter um sorrisinho - Mas eu não sabia que ela era tão próxima de você, ela nunca tinha me dito e nunca vi vocês perto.

Th: - Digamos que ela tinha medo de que eu chegasse muito perto de você, ela falava que era capaz de seu jeito me fazer se apaixonar por ti, e que eu te machucaria muito, e ela não queria isso, e eu acho que ela estava errada, não sou de me apaixonar pelas pessoas, para mim isso só trás dor de cabeça. - Ele diz respirando fundo e deitando no capô do carro, fico olhando ele vendo seus olhos tristes creio que por conta do assunto.

Eu: - Eu acredito que se nos apaixonarmos pela pessoa errada isso no trará dor de cabeça, agora se encontrarmos a pessoa certa e vivemos totalmente pela pessoa, ela não trará dor de cabeça. - O olho e deito de lado olhando para ela, e colocando minhas mãos em baixo da minha cabeça.

Th: - Pode ser, quem sabe né, mas eu acho que prefiro evitar - Ele diz me olhando e desviando nossos olhares.

Eu: - Isso deve ser medo de amar e de a pessoa te maltratar e fazer seu coração de brinquedo.

Th: Para quem não me conhece, para que você me entende bem né - Ele da uma risada - Você era melhor amiga da Lê né ? Você fala como ela, vê os problemas dos outros e tenta resolver como uma doçura. - Ele olha para mim com um sorrisinho de canto se rosto.

Eu : - Acho eu passei muito tempo com ela, e acabei pegando um pouco do seu jeitinho - Dou um sorriso agradecendo a ela por ter me "dado" um pouco desse seu jeitinho

Ficamos ali conversando sobre varios outros assuntos para espantar a tristeza, ficamos deitados ali até eu acabar fechando meus olhos e pegar em um leve cochilo, sinto Th passar sua mão em meu rosto e colocar uma mecha dos meus cabelos atrás da minha orelha, dou um leve sorriso sem mostrar os dentes, não sei quando tempo ficamos ali tirando um cochilo, levantei, me espreguicei e fiquei lá vendo o sol iluminando São Paulo e o movimento da cidade, Th levante e fica olhando um tempo também a cidade, olho para ele e fico reparando em seus detalhes, ele se aproxima de mim e inicia um beijo leve e calmo, coloco minha mão em sua bochecha e fico ali curtindo o beijo, terminamos com um sorriso e selinhos, descemos do carro e vamos para o morro, Th me deixa na frente da casa da amiga do meu primo, sem beijo de despedida nem nada, apenas como um amigo, entro em casa e vou direto para a cozinha aonde estava todos creio eu.

A Primeira DamaOnde histórias criam vida. Descubra agora