Senti uma pontada de dor atrás da minha cabeça, um puxão forte. Tentei gritar, mas não saiu nada. Fazendo força para respirar, abri os olhos.Sal tinha se virado para Garland e agora segurava a faca na mão direita. Na mão esquerda ele segurava o meu rabo de cavalo.
Meu rabo de cavalo. Meu rabo de cavalo. Eu não acredito. Ele cortou meu rabo de cavalo.
Ele jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada ruidosa. Depois atirou meu rabo de cavalo no meu colo.
— Vocês dois ainda se sentem tão corajosos?
Olhei meu cabelo e estremeci.
Aqueles homens eram malucos, os dois. Será que Brendan e eu sairíamos vivos dali?
— Você já fez sua piada, Sal — disse Garland. — Agora guarda a faca e me deixa pensar.
— Cansei de ver você pensar — Sal gritou para Garland. — Seus pensamentos não deram exatamente certo, cara. Talvez eu deva pensar daqui para a frente.
Ele deu dois passos em direção a Garland, segurando a faca diante de si.
Garland ergueu seu rifle.
— Pra trás, Sal. Estou falando sério.
Sal gesticulou com a faca e deu mais um passo em direção a Garland.
— Você ferrou tudo, cara. Você está acabado. E graças ao seu plano brilhante, eu vou cair com você. — Abaixa a faca, Sal. Pra trás. Não preciso de você. Vou pegar o dinheiro. Com ou sem você.
Sal se retesou.
— Temos que matar esses dois. Se quisermos escapar...
— Eu é que vou decidir o que fazer com eles. Não você. Não você, Sal. Pra trás. Vou contar até três. Sal manteve a faca erguida e não recuou.
Garland contou.
— Um... dois... — Ele estava com o rifle apontado para o peito de Sal.
— Pai... não!
De repente, Mac despertou do torpor. Ele pulou de sua cadeira e veio correndo até o pai.
Sal jogou a faca no chão para avançar e agarrar o rifle de Garland com as duas mãos. Garland girou o corpo, puxando com força, tentando arrancá-lo do parceiro.
Todos os meus músculos estavam tensos. Será que a arma ia disparar como antes? Será que alguém estava prestes a morrer?
— Pai! Para! Para! — Mac estava ali, impotente, vendo os dois homens brigando pela arma. Brendan e eu também não podíamos fazer nada com as mãos amarradas atrás da cadeira. Garland xingava e gritava enquanto Sal continuava a brigar pela arma.
— Eu vou te matar! Vou matar vocês todos! — Garland gritou.
Prendi a respiração quando a porta foi escancarada. Brendan e eu gritamos ao ver dois policiais de uniformes escuros correndo em nossa direção, de pistolas em punho.
— Larguem as armas! — um deles gritou. — Vocês estão presos!
Com um puxão forte, Garland arrancou o rifle das mãos de Sal. Ele o girou no ombro e apontou para os policiais.
— Largue a arma! — os dois policiais gritaram juntos.
Garland hesitou. Um bom tempo. Então, jogou o rifle no chão furiosamente, e a arma deslizou até os pés dos policiais. Garland ergueu as mãos devagar acima da cabeça. Sal ficou paralisado ao seu lado, com o rosto vermelho, boquiaberto de choque.
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J O G O S M A C A B R O S
HororA história se passa na velha cidade de Shadyside, nos EUA, conhecida por ser palco de acontecimentos misteriosos e aterrorizantes envolvendo os alunos da escola local. Todos na região conhecem a excêntrica e rica família Fear, e sabem também do pass...