Enquanto corríamos, dei uma olhada para trás, na escuridão, para ver se os morcegos estavam nos seguindo. Estava escuro demais, então não conseguia enxergá-los.Brendan virou num corredor à minha frente. Eu o segui, entrando em outro corredor comprido. Os gritos foram ficando mais altos. E, conforme nos aproximávamos, vi algumas pessoas reunidas na entrada de um cômodo. Todas elas olhavam para a luz clara de um quarto perto do fim do corredor.
— O que há de errado? O que aconteceu? — Brendan gritou, sem fôlego.
Ele não esperou a resposta. Foi abrindo caminho por entre a aglomeração do lado de fora da porta e eu o segui. Irrompemos num quarto decorado com papel de parede azul onde havia duas camas de solteiro junto a uma parede.
Perdi o ar e o equilíbrio quando vi a menina no meio do chão.
Levei alguns segundos para reconhecê-la. Patti Berger.
Ah, não. Ah, não. Por favor... não.
Patti estava no chão. Encolhida. De olhos fechados. Os braços e pernas retorcidos, como se ela fosse uma boneca de pano.
Respirei fundo. Meu estômago revirava de enjoo. Me esforcei para não vomitar.
Brendan estava falando baixinho, com o rosto vermelho. Sua mão tremia quando ele ergueu um pedaço de papel. Outro bilhete. Ele leu alto, com a voz falha:
— Alguém quer jogar Twister?
Soltei um berro. Meu corpo inteiro estremeceu e cambaleei para trás, de encontro com o resto do pessoal, estarrecido.
— Não — Brendan murmurou. — Isso não pode estar acontecendo.
Ele abaixou ao lado de Patti e estendeu a mão sobre seu rosto. Tocou seu pescoço. Colocou os dedos sob seu nariz para ver se ela estava respirando.
— Não. Ah, não.
Fiquei boquiaberta, em silêncio, junto com os outros. Estávamos em pé, bem próximos uns dos outros.
Brendan levou a cabeça até o peito de Patti para ouvir seu coração. Com um grito, ele agarrou-a pelos ombros. E a sacudiu. Ele a sacudiu com força. Depois depositou o corpo cuidadosamente no chão. Tentou respiração boca a boca. Uma... duas... três vezes...
Por fim, ele se virou de costas para Patti e ergueu os olhos para nós.
— Isso não é piada. — Sua voz era um sussurro rouco. — Ela está morta.
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J O G O S M A C A B R O S
KorkuA história se passa na velha cidade de Shadyside, nos EUA, conhecida por ser palco de acontecimentos misteriosos e aterrorizantes envolvendo os alunos da escola local. Todos na região conhecem a excêntrica e rica família Fear, e sabem também do pass...