— Qual o problema com você? — James Alberdeen perguntou enquanto se preparava para a próxima rodada.
O homem jogou a peteca para lady Kriss Evans que conseguiu rebater após recuar dois passos. Ela quase se desequilibrou, mas conseguiu salvar o objeto antes que ele tocasse o chão. Lord Alberdeen, entretanto, nem ao menos deu tempo para que a moça se recuperasse. Assim que a bola chegou ao seu alcance ele a atirou novamente, dessa vez com mais força. O amontoado de penas foi ao chão.
— Qual sua intenção com isso, Alberdeen? — Kriss cruzou os braços e deixou os olhos puxados mais estreitos ainda — Marcar pontos? Não estamos contando.
— Irritar você. — James deu de ombros — E Morley, está me escutando? Eu pedi se há algum problema? Está tão calado.
Lord Morley revirou os olhos. Não havia nada de especial em sua conduta. Ele apenas estava sentado, em silêncio, assistindo os dois jogarem. Não resmungava, não parecia entediado nem irritado. Apenas estava calado. Um homem não poderia ser obrigado a falar.
— A Srta. Chesterfield também está calada e ninguém está implicando com isso.
Ruby ergueu o olhar começando a prestar atenção na conversa. Ninguém tinha ideia de onde sua mente estava antes. Provavelmente nem ela.
— Eu prefiro assim — Alberdeen deu de ombros, se preparando para o próximo lance. Kriss não se moveu — Vamos, querida. Sua vez.
— Quero jogar croquet não peteca. Milorde não sabe jogar apenas como um passatempo. Quer vencer de mim a todo custo.
— Você mesmo disse que não estamos contando... — James suspirou, atirando o cabelo loiro para trás — e não podemos jogar até que Cassandra ou lord Crosby decidam aparecer. Não poderemos fazer uma partida com três.
— Eu estou aqui... — Ruby murmurou.
Ela estava sentada em uma das cadeiras colocadas ao lado do marquês. Ruby usava um belo vestido em um tom claro de amarelo, com rendas e babados brancos e um laço destacando mais ainda a cintura fina. Seu cabelo extremamente loiro estava como sempre em um penteado perfeito no topo de sua cabeça. Toda sua beleza era valiosa demais para ser destruída.
— Sim, está em corpo, mas não em espírito. Não irá agarrar aquele taco com vontade.
A Srta. Chesterfield deu de ombros.
— Não pretendo destruir meu cabelo de qualquer forma. O parque está lotado demais para arriscar minha boa aparência.
— Também não quero jogar — Frederick disse.
Kriss Evans ficou boquiaberta em indignação. Lord Alberdeen teve que se controlar para não proferir palavras indelicadas para os dois. Frederick, porém, estava tão distante mentalmente deles que escutaria de bom grado o pior dos insultos.
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OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]
Historical Fiction❝ Confiem em mim, leitores. 1832 será um bom ano. - Srta. Silewood. ❞ Lady Eliza Gunning não é nem de longe uma das damas mais populares da sociedade. Acostumada a tomar chá de cadeira com suas melhores amigas, ela pouco nutre esperanças de se casar...