CAPÍTULO XVI

7.1K 767 264
                                    

— Eliza Faith Gunning

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Eliza Faith Gunning. — Julian Stanley rangeu os dentes pela décima segunda vez naquele dia — Não. Não, não e não!

Lady Eliza cruzou os braços, indignada. Eles pairavam a frente da porta de entrada da Casa Gunning, preparados para o baile da noite, mas deveriam esperar lord Gunning ficar pronto antes de partirem. Era sempre assim. Eliza não conseguia entender como o pai demorava mais do que ela sendo que ele não tinha cabelo longo, não usava espartilho e — provavelmente — não usava maquiagem alguma. Seria um dos eternos mistérios de sua vida.

Julian também não era a pessoa mais rápida do mundo, porém nesse dia especificamente ele já havia chegado pronto. Aconchegou-se na sala de estar, pediu alguns petiscos para se distrair enquanto esperava os anfitriões, e encontrou lady Eliza poucos minutos depois. A jovem estava angelical. Usava um vestido cheio de babados, em tons claros de rosa e branco, mas seu visual não era infantil ou pesado. O tecido era leve, com mangas curtas e decote ombro-a-ombro. Duas mechas negras caiam pelo canto de suas bochechas, enrolando-se, nas pontas. Ela estava esplêndida.

Stanley foi gentil em elogiar a pupila. Disse como estava encantadora, como ficava bonita em roupas de verão e que seus olhos cintilavam tanto quanto as estrelas da noite. Eliza agradeceu, foi gentil, mas gerou desconfiança em Julian quando começou a elogia-lo também. Demais. Seus cabelos estavam mais dourados aquela noite, seu sorriso mais branco, ele havia conseguido mais músculos e... O corte de seu casaco era francês?

Ele estreitou os olhos, desconfiado. Eliza sorriu.

— O que você quer?

— Silewood. — Ela foi direta — Eu preciso de minha coluna de volta. Estou definhando em um mar de infelicidade.

— Quer criticar alguém em especifico?

— Quero escrever!

— Escreva para Daisy.

— Não, — ela revirou os olhos — não é a mesma coisa. Minha vida não é mai...

— Eliza, eu pensei que já tivéssemos conversado sobre isso — Stanley disse alisando o tecido azul de seu paletó — É muito perigoso e seu anonimato não garante nada. Quer continuar com Silewood? Então assine como lady Eliza Gunning. Veremos se você tem coragem.

Ela deu de ombros.

— Tudo bem.

— Não. — Julian disse pela primeira vez — Isso seria a coisa mais insana que você poderia fazer. Olhe Lizzy, nós vamos para o baile dos Harrison, e apenas aproveitaremos a noite, certo? Não vamos conversar sobre isso. Não será bom. Para nenhum de nós dois.

Ela revirou os olhos.

— Certo — concordou — não vamos conversar mais sobre isso.

Infelizmente sua promessa não durou mais do que cinco minutos. No andar de cima lord Gunning esforçava-se para solucionar um dos maiores dilemas de sua vida: ele deveria usar azul como havia programado? Mesmo com Stanley vestindo a mesma cor? Ou deveria usar o casaco esverdeado que por sua vez não combinava muito com as botas? Eram questionamentos importantes e que demandavam tempo. Tempo que Stanley compartilhou com lady Eliza.

OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora