C A P Í T U L O XXVI

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Eliza não acordou bem

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Eliza não acordou bem.

Na verdade, acordou sentindo-se péssima. Assim que abriu os olhos ela soube que havia algo de muito errado acontecendo, mas infelizmente não conseguia precisar o que. Seus olhos correram pelo teto por vários e vários minutos antes que ela tivesse coragem de se levantar. Era estranho! Tratava-se de Eliza que nunca despertava cedo por vontade própria, mas ali estava ela... Com os olhos atentos, o coração saltitando e um aperto terrível no peito.

Assim que se levantou ficou nauseada. Foi como se uma âncora despencasse sobre suas costas, simplesmente. A aflição em era tão grande que ela preferiu que fosse sintomas de uma gravidez do que qualquer mau presságio. Duvidava fortemente que estivesse grávida. Ela não sentia como se houvesse um fruto de Frederick em seu ventre, mas bem, seria uma explicação aceitável para seu mal estar. Ou talvez o jantar. Sim, o jantar dos viscondes...

Mas não. Ela não vomitou, não desmaio, nem soou. Apenas iniciou a manhã com um fraco desjejum, sozinha. A avó estava dormindo — e provavelmente dormiria por muito mais tempo — e ela não sabia precisar se Stanley estava na casa. Lord Gunning não, pois ela sabia que ele estava em Paddington em um encontro com seu contador. A casa estava terrivelmente silenciosa.

E lady Eliza afogava-se nesse silêncio quando o Sr. Butler trouxe lord Morley até ela. Liz levantou-se, alisando o vestido e demonstrando estar surpresa com a visita. Realmente, não esperava ver Frederick ali.

— Chamarei a Srta. Hedwig, milady. Devo procurar sua avó também?

— Eu conduzirei bem, Butler, mas agradeço. A presença da Srta. Hedwig já seria de muita estima.

Ele assentiu. Os olhos do mordomo cruzaram com os de Frederick por uma última vez e Eliza sentiu os pelos se eriçarem por ele. Butler geralmente era gentil, polido e até afetuoso, mas o homem certamente se lembrava do dia em que lord Morley fora expulso do quarto de Eliza. Por essa razão ele procurou a acompanhante o mais rápido possível.

— Pensei que ele fosse me matar, — Frederick confessou — seus criados gostam tanto de você assim?

— Ele trabalha na casa há anos. Se naquela noite eu não tivesse explicado que você não me forçou a nada que eu não quisesse, bem... Ele provavelmente teria te socado. Gosto de acreditar que você aceitaria o soco de bom grado.

Frederick sorriu com o canto dos lábios, sentando-se.

— Ninguém aceita um soco de bom grado, Lizzie, porém acredito que seja justo. Eu iria merecer.

— Você merece. — Ela respondeu com um sorriso.

— Eu mereço ser socado?

— Um pouco, — Eliza respondeu — ou talvez o problema seja comigo. Eu sei que deveria me manter afastada de você, mas simplesmente não consigo. Sei que deveria te afastar sempre que você se aproxima, mas não consigo. Sei que deveria odiá-lo, mas... Também não consigo.

OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora