OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]

C A P Í T U L O XXIX

Ronnie Besset simplesmente saltou para dentro do quarto de lady Eliza.

E a Sra. Paine estava radiante. Ela usava um vestido de acordo com a moda, mas ainda em um estilo campestre, como se quisesse unir sua paixão por Londres com a nova vida no campo. Suas bochechas estavam coradas, provavelmente depois de passar longos dias ao sol e o sorriso largo era capaz de contagiar qualquer um. Ela correu até a amiga, abraçando-a com força, quase ao ponto de derrubar as duas.

— Cuidado com a cabeça dela! — Samantha avisou — Uma coluna grega caiu ali.

Ronnie soltou Liz no mesmo instante, estreitando os olhos. Eliza deu de ombros, considerando que era uma história grande demais para explicar naquele momento. Ela voltou para o assento em frente à penteadeira onde uma criada preparava seu penteado. Ronnie sentou-se ao lado de Samantha que no momento observa a preparação da amiga na beira da cama, deixando uma maleta aos seus pés. A Srta. Duncan estava certamente adorável com o vestido esverdeado, os cabelos loiros presos com fitas da mesma cor em laços laterais.

— Como assim uma coluna grega caiu na cabeça de Liz, Samantha?

A Srta. Duncan começou a contar a história, mas logo Ronnie a interrompeu. A Sra. Paine estava inquieta demais para ouvir qualquer coisa. Seus pés estavam em um vai e vem frenético, quase tocando no chão, e ela considerava um absurdo o fato de que Eliza não estava tagarelando sobre todos os últimos acontecimentos.

— Na verdade eu queria entender tudo o que aconteceu nos últimos dias. Vamos revisar: uma coluna grega caiu sobre a cabeça de Liz, depois ela ficou noiva de lord Morley, o casamento será hoje e eu ainda nem coloquei meu vestido de madrinha e, hum, a Srta. Hawkins não está aqui. Isso é tão estranho e confuso, — Ronnie suspirou e uma nova onda de animação invadiu seu corpo — mas divertido também.

— Eu fico assustada com sua definição de divertido — Eliza murmurou.

A criada fazia um ótimo trabalho em seu cabelo. Ela já usava o vestido que iria usar no casamento, uma peça em tons de azul royal e branco, com uma saia repleta de babados e um decote oval sobre os ombros. O trabalho da empregada era terminar o penteado. Seu cabelo foi preso com presilhas brilhantes e duas mechas solitárias desciam pela lateral de sua cabeça. Algumas tranças uniam-se no topo onde uma tiara de brilhantes segurava o cabelo. O cuidado de detalhe era admirável e Eliza mal podia acreditar que estava tão bonita assim.

Ela estava cintilando. Seus brincos, o colar e a tiara refletiam toda a luz que invadia o cômodo. E seus olhos estavam ainda mais destacados em contraste com o vestido e as joias. Ela estava bonita. Mal conseguia se lembrar da última vez que se sentira assim, porém agora tinha certeza. Era bela. Tudo estava perfeito.

Samantha tocou gentilmente a Sra. Paine enquanto a criada fazia os últimos ajustes na noiva. Seria o trabalho de a primeira madrinha explicar o que estava acontecendo para a outra.