C A P Í T U L O XXII

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Eliza amava Somerset

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Eliza amava Somerset.

Os campos coloridos, repletos de flores selvagens e jardins. A propriedade de sua família ficava em uma área vasta, com florestas e campos abertos, onde a brisa carregava o calor do sol de verão. Era um silêncio transcendental. Uma paz tranquilizadora que fazia lady Eliza esquecer-se de todas suas aflições, seus medos e arrependimentos. Era Somerset. Sua casa.

Acordava todas as manhãs com o sol invadindo seu quarto e cegando sua visão. Ela colocava um vestido leve e claro, arrumava o cabelo em uma simples trança e colocava um chapéu, pronta para o dia que viria pela frente. Não havia preocupações com etiqueta, sociedade ou modos. Era sua família e isso que importava.

Eliza estava animada para aquele dia em especial. A tia chegaria logo pela manhã e durante a tarde, talvez, eles fizessem um piquenique. Assim que o sol raiou ela desceu para o desjejum, acompanhada por Manchester, um dos cães que ficavam no campo e eram ótimos para caçar. Todos os animais andavam livremente pela propriedade, mas a maioria preferia permanecer aos arredores, na área do bosque e do lago. Manchester, em especial, gostava de ser um cão doméstico.

Liz pulou os últimos três degraus da escada e correu pelos cômodos que ligavam a sala de jantar. O beagle a acompanhou com entusiasmo, dando pulinhos e querendo brincar com ela. Eliza riu.

— Talvez mais tarde, Manchester. Agora vamos esperar por Titia Daisy.

Lord Gunning já estava acomodado na mesa e Stanley caminhava pela sala, observando pela milésima vez os detalhes do papel de parede e os quadros que sempre chamaram sua atenção. Julian gostava de analisar. Gostava da disposição das cores, das pinceladas leves e dos detalhes quase ocultos, captados apenas com muita atenção — como a moça em uma das janelas ao longe ou uma doninha próxima ao bosque.

Liz sorriu. Ela deixou o chapéu em um dos criados-mudos, pronto para ser usado, e sentou-se em uma das pontas da mesa. Julian aproximou-se.

— Nosso raio de sol acordou mais entusiasmada do que de costume, hum?

Ela estendeu a mão para pegar um bago de uva. Gustave a repreendeu com o olhar.

— Oras, estou com fome.

OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora