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Após a entrega dos convites, Jimin recebeu muitas ligações da imprensa querendo fazer parte do acontecimento. Nada ficava de longe dos olhos da mídia e isso o irritava, ainda mais por ter prometido manter a imagem de Bel longe dos holofotes. Obviamente ele havia recusado qualquer entrevista não importando o quão alto fosse o valor que lhe ofereceram.
Jimin  solta o ar pelo nariz digitando rapidamente no computador. Estava impaciente por estar sozinho, já que sua futura esposa encontrava-se junto de sua mãe e Hwasa para finalmente comprar o vestido de noiva. Lembrou de dar um beijo nela antes de sair para o trabalho, pedindo para que o esperasse para dormir. Agora analisando a situação, ele percebeu o quão íntimo àquilo soava...
Intimidade.
Depois de tudo o que viveram e aprenderam sobre o outro, após concordarem no acordo do falso casamento, Jimin podia afirmar que tornaram-se mais que amigos, o nível de intimidade que tinham só crescia. E não era exatamente por conta do sexo, eles se conheciam bem como Jimin nunca tinha experimentado na vida. Nem com seus amigos, porque talvez a única pessoa que o via totalmente além de Bel, era sua doce mãe.
Jimin se afasta do computador suspirando. Pegando o celular abrindo a galeria buscando a imagem que sempre namorava as escondidas; Uma foto de Isabel sorrindo. Seu coração batia mais forte sempre que encarava a imagem, Jimin desejava poder continuar sendo o único para ela. Porém sabia que em breve tudo teria um ponto final.
Não queria pensar sobre, mas as vezes era inevitável. Como seria depois dela? Ele estava tão acostumado a dividir a cama, beijar, transar, dar carona, tomar banho juntos, receber atenção exclusiva, entre outras mil coisas que tinha só com a Bel. O que ele faria no momento que tudo simplesmente terminasse? O que faria com aquela coisa quente dentro do peito?
Balançou a cabeça.
— Acho que deveria aceitar de uma vez que nunca ficaria na minha vida como eu quero... – sussurrou para a foto.
Neste momento o telefone toca. Jimin deixa o seu de lado para atender.
— Sim?
— Sr. Park só liguei para avisar que seu advogado está subindo.
— Ah, sim. Okay, obrigado Molly.
— Disponha senhor.
Desligou e ficou a esperar. Não demorou muito para Hoseok bater na porta ouvindo para entrar. Jimin se levantou para um aperto de mãos breve, não fora o abraço como era de costume. Dr. Jung aceitou sem se queixar ou demonstrar desconforto, se sentou na cadeira da frente como Jimin indicou colocando sua pasta preta sobre a mesa.
— Parece muito bem, Hoseok.
— Sim, estou bem. Posso dizer o mesmo para você, Jimin-ssi.
— Pois é. Posso te ajudar em alguma coisa? Não me lembro de termos marcado um horário.
— Oh, e não marcamos. Te atrapalho?
— Não, nunca atrapalhou. – Jimin acenou com a cabeça.
— Ótimo. – Hoseok sorriu rapidamente. — Bom, mesmo assim me perdoe por aparecer sem antes avisar. Estava tomando um café com um cliente aqui perto e decidi aproveitar para falar com você.
— Certo.
— Estamos sozinhos? – indagou olhando para aporta de acesso a sala da secretaria.
— Se quer saber se minha mulher está? Não, então estamos sozinhos. – Jimin disse num tom normal.
— Okay. É uma pena pois queria poder agradecer aos dois pelo convite. Fiquei surpreso em receber.
— Ficou surpreso por receber? Por que? – Jimin ajeitou o óculos. — Você é um amigo, não é?
— Não imaginei que me quisesse no seu casamento depois do que já fiz pra você.
— São águas passadas, Hoseok.
O clima muda entre eles que se encaram intensamente por segundos.
— Não tenho certeza. – o amigo diz. — Parece que agora voltamos para onde estávamos há um ano atrás. O jeito que me olha mudou novamente, inclusive a forma como me trata, Jimin. Sei que tem sido mais cliente que amigo.
— Veio aqui pra isso?
— Precisamos conversar já que daqui para frente ficará ocupado com seu casamento.
— Hoseok, eu não consigo te entender... Você parece sentir prazer em ficar de olho no que é meu. Não tinha pensado nisso, mas depois que percebi seu olhar sobre a Bel... – riu sombrio — Pois é, eu notei, meu amigo. Quer repetir o que aconteceu há uma ano atrás?
Hoseok riu nasalado.
— Está mesmo falando sério? Eu pedi perdão e me arrependi amargamente pelo que lhe causei. Nós costumávamos ser tão parceiros, senti muito quando soube que nada seria igual para nós dois.
— Será mesmo? Porque eu me lembro de olhar nos seus olhos e não ver nenhum arrependimento.
— Jimin, ela nem sequer gostava de você! Só queria seu dinheiro e status e quando viu que não seria fácil conseguir, desistiu.
— E você logo aproveitou, não é mesmo?! Trepando com minha ex uma semana depois dela ter me dado um pé na bunda. Nunca perguntei, mas como você se sentiu, huh? Sabendo que eu era apaixonado por ela?
— Não tenho mais como me defender sobre isso, Jimin. Já disse milhares de vezes que sinto muito.
— Não acredito.
Hoseok pestanejou.
— Como?
— Não dá, você 'tá fazendo de novo. Rondando a Bel cheio de intenções...
O mais velho bufa.
— Não, não é de novo. A situação é totalmente diferente agora. Aliás, eu não tenho culpa se sua ex era uma interesseira de merda que nunca gostou de você e sua família. Ela mesma me disso isso, ouvi daquela boca que só contava mentiras para você! Eu nunca repetiria o mesmo erro, Jimin... E sim, eu tenho intenções. Por isso vim assumir olhando nos seus olhos, que eu sei a verdade.
Jimin apertou os olhos.
— Do que está falando?
— Sobre você e a Bel. Eu sei que não é real, nunca foi. – riu em escárnio — No começo eu caí como os outros, mas somos os mais próximos na nossa roda de amigos, estava quase sempre te encontrando e logo as peças se encaixaram.
Jimin o encarava com de mandíbula trincada e os punhos cerrados no colo. Hoseok continuou a falar:
— Você nunca se apaixonaria por uma mulher feito ela porque mulheres como a Bel não existem no nosso mundo. Você a encontrou não foi? A viu como uma oportunidade de salvar seu patrimônio. Ela de alguma forma aceitou, talvez persuadida por você e seu charme de Busan. Foi difícil para mim crer que vocês realmente estavam fazendo isso, mas quando peguei a Bel sozinha, nervosa sempre que eu perguntava sobre você começou a fazer muito sentido.
— Nada disso te interessa!
— Tem razão... Mas não se esqueça que fraude é crime. Esse casamento está sendo organizado por um interesse maior e tudo isso pode se voltar contra você, Jimin.
— Por que diabos ‘tá fazendo isso, porra? O que quer? Isso tem haver com a Isabel? É nela que está todo seu interesse que deu até de me ameaçar? Que porra é essa Hoseok? – Jimin de repente se põe de pé num solavanco.
— Não precisa ficar assim, vocês nem são reais! Esse plano de casamento falso vai acabar logo assim que conseguir o que quer. Não está amando ela, então quando acabar Bel estará livre.
— Meu Deus... Eu 'tô mesmo te ouvindo dizer isso? Que moral você acha que tem? Nada do que eu escolho fazer te diz respeito, não importa para você e não é da sua conta e foda-se se é advogado ou qualquer merda! – a discussão se mantinha num tom que  não saia daquela sala — Tudo só diz respeito a mim e a Isabel.
Hoseok também fica de pé e diz:
— Eu quero conquista-la. Quero ela para ser minha porque estou começando a gostar dela.
Tais palavras causaram ira espontânea em Jimin que velozmente contornou a mesa para pegar Hoseok pelo colarinho, o puxando com violência.
— Nunca mais se atreva a se aproximar da minha mulher se quiser continuar com seus  olhos na cara, Hoseok! Ela não vai ser sua, nunca porque eu não vou permitir. E se tentar qualquer coisa contra mim, se mais alguém souber do que você sabe, eu prometo que vou pessoalmente destruir sua carreira. Vou esquecer que um dia te perdoei!
Hoseok nunca o viu tão furioso. Aquele Jimin parecia mesmo capaz de arrancar olhos com as mãos, era possível ver a frieza nos seus próprios escuros, cheios de raiva e ressentimento. Jimin o soltou.
— Agora some! – gritou.
O mais velho engoliu seco pegando sua pasta para sair, mas antes se virou olhando Jimin.
— A gente se vê. – bateu a porta.
Jimin fechou os olhos trincando os dentes apertando os punhos cerrados com força, sentindo o ódio correr nas veias. Sem poder se conter dá um soco estrondoso na mesa fazendo as pequenas decorações caírem.
— Porra!
A mão latejou de dor, mas Jimin não quis saber. Sua respiração estava irregular, tinha vontade de quebrar tudo que via pela frente, queria ter dado a surra que Hoseok merecia. Já não bastava a traição do passado, ele agora queria a única coisa que fazia Jimin ser melhor...
— Não... Ela não.
Mas o que ele faria? Hoseok repetiu a verdade, quando acabasse Bel seria livre.

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