o depois

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Senti meu corpo todo rígido ao despertar com o som irritante e constante, apitando sem pausa. Sem antes abrir as pálpebras, várias imagens passaram feito filme por trás das mesmas. O acidente. Arfei com a última cena que vivenciei antes de apagar: Jimin ensanguentado, desacordado sendo retirado do carro destruído.

— Jimin — minha boca e garganta secas. Percebi tubos presos a mim e a máquina ao lado na maca, apitou mais depressa — Onde ele está? Jimin… 

Eu quis gritar, mas estava fraca como se tivesse sido dopada. Olhei ao redor, o quarto branco do hospital vazio. O cheiro no ar me dando vertigem. 

Procurei algum sinal de algum de meus pertences como minha bolsa, mas não havia nada ali. Só vi um botão vermelho preso na cama. Consegui alcançar com algum esforço pois haviam partes muito doloridas no meu corpo.

 Apertei várias vezes o tal botão. Não demorou e um homem apareceu entrando pela porta apressado; o médico. 

— Jimin, onde ele está? — ele não me respondeu, mexendo nos monitores e na bolsa de soro acima da minha cabeça. Aquilo me fez querer chorar, não entendi nem por quê.

— Sente sede? — perguntou. O olhei feio.

— Diga onde meu marido está! No acidente, eu não estava sozinha. Por que não me diz? — os apitos no monitor continuaram a aumentar a frequência.

— Tem que se acalmar. Quando foi socorrida estava em estado de choque, os paramédicos tiveram de te sedar. 

— N-não foi o que perguntei — tossi. 

— Ele passou por uma cirurgia, está em observação. 

Meu coração afundou mais no peito.

— Oh, meus Deus… qual a situação dele?

O homem de cabelos ruivos me fitou, percebi sua hesitação. 

— Ainda não podemos dizer. O caso do seu marido é grave, senhora Park. Sinto muito.

— Não… — as palavras dele foram como navalhas em minha pele por todas as partes — Ele tem que ficar bem, por favor vocês precisam salvá-lo! Meu Jimin. A culpa é minha, toda minha!

— Ei, não diga isso. Foi  um acidente  — aproximou-se. 

Meu lábios tremeram.

— Quero vê-lo — li o nome dele no crachá — Dr. Oliver.

Ele negou.

— Não será possível. 

— Como? Por que? 

— Senhora, se acalme. 

— Não me passa calma! Eu tenho que saber como ele está. Meu Deus! O que foi que eu fiz? — chorei.

— A culpa não é sua. Precisa ficar calma não só por você.

Apertei os olhos.

— O que quer dizer?

O médico respirou fundo antes de falar.

— A senhora está grávida de exatamente três semanas — meu sangue pareceu congelar por um instante. Pestanejei repetidas vezes sem saber como reagir a notícia — Graças a Deus a lesão que o cinto de segurança causou no abdômen, não afetou o feto. O bebê está bem.

— Bebê… — sussurrei levando minha mão trêmula à barriga — Bebê. 

— Estão bem. Mas ter os nervos à flor da pele pode fazer muito mal a ele. Prometo que estamos fazendo o possível para salvar seu marido, senhora. 

Bound To You | pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora