Perfectly wrong

CAPITULO 13

Shawn on:

— papai, posso ir com você? — eu era apenas uma criança.
— não, hoje não vai dar filho, papai vai estar ocupado — justifica.
— mas o senhor sempre está ocupado, não brinca mais comigo — protesto com a cabeça baixa. Papai me deixa em casa, mamãe não está me esperando. O tio chato está lá. Eu entro para casa triste e subo para meu quarto deixar minhas coisas. Estou com fome, desço até a cozinha para achar algo para comer. Tento pegar uma banana em cima do balcão, mas acabo derrubando as frutas no chão. O tio chato aparece, ele está bravo. Ele começa a me bater e eu não entendo o por quê. Ele me bate muito forte, meu corpinho dói, dói muito... Mamãe não chega...

Acordo com minha respiração descontrolada, meu peito subia e descia rapidamente. Lágrimas involuntárias acabam escorregando pelo meu rosto. Olho para o relógio, é passada das 3AM. Levanto e vou até o banheiro, jogo uma água sobre meu rosto para colocar meus pensamentos em ordem novamente. Tudo não passou de um pesadelo, misturado com lembranças. Preciso falar com meu pai, a um tempo não nos falamos. Estou com saudades.
Mais tarde...
Depois do pesadelo, foi difícil encontrar o sono novamente. Um vazio no meu peito se instalou, um medo imenso cresceu. Milhões de coisas se passaram em minha mente, que quando consegui pegar no sono já eram passada das 5:30 da manhã. Acordo já eram quase 9AM, sábado. Faço minha rotina de sempre ao acordar e ligo para meu pai. Ele atende, depois de insistir bastante.

— alô? Oi, filho. Está precisando de alguma coisa?
— não. Está muito ocupado?
— um pouco, porquê?
— apenas queria falar que estava com saudades. Quando vai vir para cá? — pergunto esperançoso.
— não tenho data prevista ainda, subi de cargo na empresa e as tarefas aumentaram por aqui — justifica sua ausência.
— ah, que bom. Como estão por ai?
— bem, muito bem e vocês? —
— bem também, posso passa um fim de semana aí? Como na próxima semana? — ansioso, espero pela resposta.
— acho que não vai dá, Shawn. Acho que vou ter reuniões e não vou ter tempo para você. Me desculpe, mas nas férias talvez você venha. Agora tenho que desligar, estão me chamando. Fique com Deus, te amo!
— tá, tudo bem — falo desapontado — tchau, o senhor também, te amo! — desligo a chamada.