CAPÍTULO 27

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— Jonas, por favor, tiras as mãos de mim — falo, com a voz embargada, já quase tomada pelo desespero. A tensão já estava me paralisando. Sentia meu olhos lacrimejando, na tentativa de lágrimas não escorrerem.
— calma, só ia te falar que estou assistindo um filme e acho q gostaria dele. Me desculpa, lindeza. — sua última palavra me deixou assustada, como ele está me chamando. Tenho receio.
— você não precisava passar a mão em mim por causa disto... E TIRA SUAS MÃOS SUJAS DE MIM. — Berro.
— tá bom, tá bom. Não grite, não seja exagerada. — sua mão, ao mesmo tempo que deixa de tocar me, desliza sobre minhas costas e desce até não me encostar. Ouço a voz de minha mãe:
— Jonas? Samantha? O que aconteceu?
— nada, Samantha deixou seu isqueiro cair. — não podia ser outra coisa? Sofia sobe e para no corredor dos quartos.
— isqueiro?  — pergunta.
— sim, estava queimando algumas coisas esses dias. Boa noite, pra vocês. — finalmente entro para meu quarto e ali desabo, transformando todo meu medo e pânico em lágrimas e soluços. Pedindo a Deus - ou o que seja que existe superior a nós, meros humanos, devastados por sentimentos e desprovidos de empatia um pelos outros - para que amenizasse tudo isso e que a dor passa-se. Aos poucos que eu fazia cortes em minha panturrilha, me acalmava. A dor diminuí. A respiração se controlava. Tudo voltava ao normal.
[•••]
Faço meus deveres, anoto alguns conteúdos para estudar e depois escrevo alguns versos em um de meus diários.
Samantha off.

Perfectly wrongOnde histórias criam vida. Descubra agora