FamILY [Joohyuk]

Twenty-six

— Eu sei que talvez não seja um bom momento pra isso, mas... — Sihee começou a dizer e se sentou ao lado de Jooheon — Minhyuk não parece ter saído muito feliz com você, talvez não morem mais juntos... — Jooheon a olhou — Me desculpa, mas a Ily vai ter alta hoje. Se você quiser, posso levá-la pra minha casa. O final de semana está logo aí, então você vai poder sair com ela. Pode ficar com a gente no apartamento em que estou esses dias até encontrar outro lugar, mas devo voltar pra minha cidade ainda essa semana. Depois conversamos melhor sobre a guarda legal dela.

— Você quer sair da cidade com a minha filha?

— Eu quero levá-la pra casa. — Jooheon assentiu, apoiou os cotovelos nas pernas e a testa em suas mãos e, dessa vez sem hesitar, começou a permitir que as lágrimas que segurava antes caíssem — Está tudo bem?

— Só me deixa sozinho. — a mulher não disse mais nada, apenas se levantou e saiu de perto.

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[...]

Minhyuk caminhou devagar pela rua, até chegar na cafeteria onde Ily passou mal. Entrou, se aproximou do balcão e se sentou em um dos bancos altos que haviam alí, apoiou seus cotovelos no balcão, sua testa em suas mãos, e suspirou.

— Posso ajudar? — um dos atendentes perguntou e o loiro ergueu a cabeça — Ah, você voltou... Como está a menina?

— Ela está... estável.

— Que bom.

— Eu deixei tudo meu aqui. Queria saber se guardaram e também pagar meu pedido.

— Ah sim, claro. Mas não precisa pagar, uma das senhoras da mesa ao lado da sua fez isso pro senhor. — Minhyuk não sabia o que responder, então apenas forçou um sorriso e assentiu. Esperou que o rapaz fosse buscar suas coisas, ele não demorou e logo o entregou sua bolsa e as sacolas com as coisas de Ily.

— Obrigado... Vocês não tem nada alcóolico aqui, né?

— Dia difícil? — Minhyuk assentiu — Não, não temos. Mas temos um café bem forte que acabou de ficar pronto e pode te ajudar a reorganizar as ideias.

— Eu aceito. — o atendente sorriu e se virou — Pode me trazer um cardápio também?

— Claro. — o atendente derramou um pouco do café em uma das xícaras, pegou um dos cardápios do outro lado do balcão e entregou ambos ao loiro.

Minhyuk deu um gole em seu café e abriu o cardápio, procurou logo o doce que havia pedido para Ily. Leu os componentes várias vezes, tentando entender o que havia acontecido.

— Com licença... — disse, chamando a atenção do atendente novamente — As coberturas dos bolos são feitas na hora, certo?

— Da maioria sim.

— É que... a menina que estava comigo teve uma crise alérgica muito grave, ela tem alergia a um ingrediente que o cardápio não diz ter no pedido que fizemos. A cafeteria está praticamente vazia agora, acha que teria problema a pessoa que fez nossas coberturas conversasse um pouco comigo?

— Olha... eu realmente queria poder te ajudar, mas ela teve um imprevisto e teve que sair poucos minutos depois da menina ter passado mal.

— Ela... saiu? Do nada?

— Disse que era coisa de família. Agora nós não podemos fazer nada, mas pode ficar tranquilo porque vou passar o caso ao nosso gerente. Ter um ingrediente que não deveria na cobertura pode ser perigoso, então se aconteceu, precisamos tomar providências. Isso nunca havia acontecido antes, mas como ela entrou a apenas alguns dias...

— O que? A cozinheira?

— Sim. Na verdade, ela ainda não é cozinheira. Pelo que eu entendi, ela faz faculdade de gastronomia e procurou um tipo de estágio aqui pra ganhar experiência. Como a cozinheira responsável pelas coberturas entrou de licença, ela foi chamada.

— Qual é o nome dela?

— Si... Sihee. É, é isso, Kim Sihee. Por quê? Olha, se o senhor estiver pensando em nos processar... nós podemos resolver isso antes, eu posso chamar o gerente e... — Minhyuk encarava o atendente chocado, se levantou devagar e negou com a cabeça.

— Não, não se preocupe eu... eu preciso ir. — disse colocou uma nota na mesa — Pode ficar com o troco. — pegou todas as suas coisas e as de Ily e saiu da cafeteria o mais rápido que pôde, depois praticamente correu até o estacionamento onde seu carro se encontrava.