Lauren viu em Watertown e em seus novos pais adotivos uma chance de recomeçar e talvez até de ser feliz, mas quando Chris, a pessoa mais importante da sua vida desaparece em condições misteriosas, ela vê um novo mundo antes inimaginável se formar di...
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Não vou enrolar vocês, boa leitura!.
Olho para o lado e vejo o Chris balançando a cabeça no ritmo da música que tocava baixo no rádio do carro, quando me pegou olhando pra ele sorriu e por um minuto eu sabia que estava tudo bem porque estávamos juntos, coisa que ficava cada vez mais difícil com a separação dos dormitórios e alas do abrigo por sexo, meninas ala direita, meninos ala esquerda, horários diferentes, mas sempre fugíamos para a sala em comum há meia noite para conversar, ele me mostrar suas notas e assistirmos Os Simpson até a Donna aparecer e brigar nos obrigando a ir dormir.
— Gosta dessa música Chris? — Joe perguntou olhando pelo retrovisor, fazendo Alice se virar para olhar para nós.
— Gosto bastante! — Ele respondeu.
— E você Lauren?
— Uma ótima banda! — Concordei tentando sorrir com simpatia.
Não é todo dia que um casal quer adotar mais de uma criança, muito menos com nossa idade, eu com 16, quase 17 e Chris com 14, então eu tentava manter a cabeça aberta sobre eles, Chris gostou do jeito meio desleixado do Joe e eu gostei inicialmente por isso facilitar as coisas pra mim, porque o plano era eu fazer 18, arrumar um emprego e conseguir sustentar nós dois, mas agora parecia um plano idiota, já que ninguém iria querer empregar uma órfã, depois porque eu ia ter que comprovar que podia cuidar de mim e dele, mas com o Joe e Alice talvez as coisas ficassem mais fáceis, mas também gostei de ver Chris animado, desde que nossos pais faleceram eu não o via sorrindo assim.
Comecei a sentir frio a medida que íamos nos afastando de Miami, a cidade em que eles moravam era mais ou menos 28 horas de estrada, tirando as paradas para comer e ir ao banheiro, percebi que eles bebiam bastante água, provavelmente por não estarem acostumados com o clima mais seco de Miami, o que me fez pensar o porque eles foram tão longe para adotar duas crianças de idades tão avançada, não era como se Dakota do Sul e Flórida fossem uma do lado da outra.
— Você gostou mesmo deles Laur? — Chris pergunta enquanto encosto do lado de fora do carro esperando eles voltarem do banheiro.
— Sim!
— Porque parece que você está mentindo então?
— Porque você é tão desconfiado? — Perguntei não respondendo sua pergunta, vi Joe passar pela porta da conveniência, ele vinha andando tranquilamente enquanto Alice saia do banheiro que era do lado de fora.
— Prontos para irmos? — Ele perguntou entrando no carro.
— Prontos! — Chris disse entrando e deixando a porta aberta para eu entrar atrás dele.
— Que banheiro imundo! — Alice reclamou enquanto entrava.
— É banheiro de posto querida!
Voltamos para a estrada, logo Chris começou a dormir, mas eu não conseguia, não sabia dizer se era por ser minha primeira viagem longa depois do acidente dos meus pais ou se era a ansiedade de não saber bem o que esperar dessa nova vida que estaria por vir.
