Lauren viu em Watertown e em seus novos pais adotivos uma chance de recomeçar e talvez até de ser feliz, mas quando Chris, a pessoa mais importante da sua vida desaparece em condições misteriosas, ela vê um novo mundo antes inimaginável se formar di...
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Dinah deu a volta e entrou no carro, deu partida e arrancou com ele, passou o caminho todo sem falar nada, parecia estranhamente calma e sem assunto.
— A gente vai te ajudar a achar o Chris! — Ela disse pela primeira vez pelo caminho inteiro, mas dessa vez foi minha vez de ficar em silêncio.
Mal vi a estrada enquanto ela dirigia, só voltei a reparar quando entramos em uma estrada de terra, seguimos por ali por mais uns cinco minutos até pararmos em um campo aberto perto de um rio, haviam várias casas de madeira quase como uma mini-cidade, mas tudo já estava meio apagado, provavelmente por causa da hora.
— Que horas são? — perguntei finalmente.
— Uma e dezoito! — Dinah disse olhando no celular após parar o carro e sair. — Você consegue sair?
— Não sei! — Disse sincera, então ela abriu a porta e eu tentei me levantar, uma dor aguda, mas consegui.
— Não quer que eu te leve?
— Não precisa!
Ela me deu a mão de forma a me dar apoio e me guiou até uma das casa, era mais afastadas das outras, mas a luz estava acesa, havia uma escada de quatro degraus em cada lateral e na frente da varanda que dava acesso a porta, ela estava aberta, por dentro era tão rustica quanto por fora e não haviam muitos moveis, um cômodo amplo com sofás e uma mesa grande, tudo com a aparência surrada, mais atrás havia uma pia e uma geladeira, e duas portas laterais.
— Você pode tomar banho ali! — Apontou para a primeira porta. — Vou arrumar uma roupa pra você!
Não disse nada, só entrei meio mancando para onde ela tinha apontado, era um banheiro razoavelmente grande e tinha uma cortina azul com patinhos amarelos desenhados nela, tirei a roupa e deixei jogada no chão, estava tudo meio marrom, entrei no chuveiro e o liguei sentindo pela primeira vez em tempos algo quente tocando meu corpo, no chão aonde a agua escorria não era mais branco, o marrom e o vermelho tomaram conta, a sensação de alivio foi rapidamente se transformando em angustia ao pensar no sangue de Joe escorrendo, Alice apática, Chris sendo empurrado bruscamente dentro de um carro e a cara de satisfação daquelas pessoas ao fazer aquilo e o corpo sem vida da mulher jogada no chão a minha frente.
Tentei me esfregar o máximo que consegui, na altura da costela havia um hematoma roxo enorme e doía para respirar, minhas mãos ardiam em pequenos cortes que não fazia ideia quando foram feitos, ouvi Dinah entrar no banheiro e deixar alguma coisa lá, mas não me preocupei em falar nada e nem ela, abri a cortina e vi uma toalha verde musgo e roupas limpas, um conjunto de moletom azul escuro, me sequei e me vesti tentando não agachar muito por causa da dor, quando sai do banheiro a morena estava sentada em um dos sofás.
— Está bem melhor assim! — Ela sorriu cortes e se levantou indo até a cozinha. — Fiz um chá pra você!
