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Madeline Price

Ouço um barulho bem alto vindo de fora do quarto e vejo Daniel se levantar. Ele anda até a janela do seu quarto e em seguida fecha.

- Madeline, preciso que fique aqui e não saia até eu voltar. - Ele diz e eu franzo o cenho.

- Mas por que? - Pergunto e ele vem até mim, segurando meu rosto. - O que foi?

- Os rebeldes estão atacando. Você precisa ficar aqui fora de perigo. - Diz e nega com a cabeça. - Nenhum deles vai chegar até aqui. Eu prometo.

Ele beija minha testa e me encara por segundos antes de sair do quarto.

Me levanto na mesma hora e pego um dos seus casacos. Era a oportunidade perfeita para sair daqui.
Prendo meu cabelo e saio do quarto, começando a descer as escadas com certa pressa e ficando pasmada a ver que havia pessoas ali destruindo muita coisa.

Pego um pedaço de ferro no chão e começo a passar por aquelas pessoas de forma despercebida, até que um deles me para a começa a me empurrar. Reviro os olhos, e bato com o ferro no seu joelho, o empurrando para o chão.

Ouço um grito masculino e sou capaz de reconhecer que tinha vindo de Daniel. O grito ecoa novamente e eu olho para a saída, que estava próxima, mas também para a entrada de outro cômodo, que era de onde vinham os gritos.

Bufo e começo a ir até lá, adentrando e vendo que tinham dois rebeldes indo para cima de Daniel, que estava machucado.

Ando de fininho até lá e bato com o ferro na cabeça de um, logo fazendo o mesmo com o outro e olhando para o tirano.

- Onde está o reforço? - Questiono me abaixando e o ajudando a levantar.

- Precisamos ir para a partitura secreta. - Ele fala negando com a cabeça e fazendo uma expressão de dor. - Por que saiu de onde eu falei?

- Ouvi você gritar. - Minto e passo o braço dele por meus ombros. - Segura em mim.

- E veio até aqui por mim?! - Ele fala parecendo indignado e passa a se segurar em mim. - Você é corajosa.

- Claro que sim. - Minto e acabo por evitar revirar os olhos.

Vejo um dos homens chegar onde estávamos e em seguida me ajudar a fazer o tirano andar.

- O reforço foi chamado, senhor. - Ele fala e viramos para um cômodo, entrando numa salinha e indo até os fundos, onde ele abre uma porta. - Quando estiver tudo normal, voltamos para buscá-lo, senhor.

- Obrigado, John. - Daniel fala e acaba tossindo, vindo a se sentar em uma cadeira que ali tinha. - Você está bem?

- Eu estou. - Digo e olho ao redor. - Aqui tem algo para cuidar dos ferimentos?

- Dentro do armário na segunda prateleira. - Ele fala pondo as mãos na perna. - Eu acho que tem um corte aqui.

- Espera um pouco. - Falo e ando até lá, pegando uma caixinha.

Volto até onde Daniel estava e retiro sua camisa, vendo uns cortes em si.

- Ai minha nossa, é uma hemorragia! - Ele exclama arregalando os olhos e evito revirar os meus. - Preciso ir para o médico agora!

- Se você sair daqui, vai parar direto num caixão. - Falo e molho o algodão no álcool. - Vou limpar todos os cortes e vai arder.

- O que você vai fazer dói como o inferno. - Ele diz bufando enquanto me aproximo. - Não seja bruta, sou um bom namorado para você.

- E eu não sou uma boa namorada?! - Falo meio cínica e começo a limpar seus cortes.

- Eu só estou dizendo... - Ele murmura e solta um grunhido quando passo o algodão ali. - Inferno, Madeline, inferno!

- Eu estou tentando ajudar. Para de se mexer! - Exclamo e ele grunhe.

- Porque não é em você que está doendo... - Ele resmunga e acaba retraindo todo o corpo. - Não pode passar água não?

- Não. - Falo e bufo. - Dá pra se acalmar?

Ele continua resmungando e eu passo spray em seus cortes, logo fazendo curativo. Os cortes estavam feios.

- Já acabou? - Ele questiona e eu assinto com a cabeça, o vendo abrir os olhos. - Finalmente, achei que iria morrer.

- Tem mais algum lugar machucado? - Pergunto e ele nega. - Como isso aconteceu?

- Minha perna. - Ele diz apontando para a mesma e fazendo uma careta. - Eu fui atacado enquanto tentava me esconder.

- Você nem deveria ter saído do quarto. - Falo e nego com a cabeça, pegando uma tesoura e o vendo arregalar os olhos.

- Vai fazer o que com isso?! - Ele questiona parecendo estar incrédulo e se afasta um pouco. - Está doida?

- Relaxa. - Falo e corto sua calça, vendo o corte. - Foi superficial.

- É hoje que eu morro. - O ouço resmungar e apertar as mãos na cadeira. - Tomara que aqueles estúpidos morram.

Passo o álcool por ali, e faço o mesmo procedimento de curativo.

Limpo minhas mãos e vejo Daniel respirar aliviado.

- Finalmente... - Ele murmura sorrindo e suspirando. - Pensei que morreria.

- Dramático...- Resmungo e me sento. - Da próxima vez, vê se não tenta dar uma de valente.

- O mesmo serve para você. - Ele diz me olhando e negando com a cabeça. - Não deveria ter saído.

- Se eu não saísse, você estaria morto. - Digo e ele se cala.

- Obrigado. - Ele responde negando com a cabeça e suspirando. - Você foi bem corajosa.

- Meu pai sempre dizia isso. - Murmuro.

- Como sabe? - Ele questiona arqueando as sobrancelhas e cruzando os braços. - Recuperou a memória?

- Eu lembro de certas coisas. - Falo e reviro os olhos.

Tirano | Daniel SeaveyOnde histórias criam vida. Descubra agora