Tirano | Daniel Seavey

025

Madeline Price

Me escoro melhor enquanto olho o jardineiro que dava um jeito na grama. Era muito bonito e parecia muito de bem com a vida.

  Eu estava o observando desde mais cedo. Era alto e parecia que tinha olhos claros.

Solto um suspiro enquanto o olho e apoio meu rosto nas mãos, ouvindo a porta do quarto se abrir. Não me dou ao trabalho de me virar e continuo a encarar o jardineiro.

- Mas por que você está demorando tanto?! - Ouço a voz do tirano e ignoro enquanto o jardineiro canta no gramado.

O mesmo acaba levantando o rosto e eu sorrio, acenando para ele, que acena e sorri de volta.

- Ele é um sonho...- Murmuro para mim mesma e solto um gritinho, logo me virando e vendo Daniel com a cara fechada.

- Está me traindo na cara dura?! - Ele questiona me olhando meio desconfiado e bufando.

- Eu? Eu não. - Falo e volto a olhar de soslaio para onde estava o jardineiro. - Uh...Quem é ele?

- Está tudo acabado entre nós. - Ele diz me olhando feio e cruzando os braços. - Você não é digna para estar no trono.

- Tudo bem. Então eu tenho passe livre para ficar com o jardineiro? - Pergunto sorrindo e tentando passar por ele. - Ele é mesmo um sonho.

- Falsa, mentirosa, salafaria! Você vai arrumar todo o meu quarto agora mesmo. - Ele fala pegando em meu braço e soltando um grunhido. - Você só quer e os meus bens, não é mesmo?

- Eu não sou sua empregada! - Falo e puxo meu braço de volta. - E eu estou pouco me lixando para seus bens. Eles não me importam.

- A partir de agora você é minha criada. - Ele diz voltando a me puxar e nega com a cabeça.

- Eu não sou nada sua. - Falo cínica. - Acha que eu não sei que mentiu para mim?! Seu cretino!

- Você é minha nova criada e está acabado. - Ele fala me puxando escadas acima. - Grande interesseira.

- É o que nós veremos. - Falo cínica e ele me puxa para seu quarto, onde eu me sento na cama e cruzo os braços.

- Comece já a arrumar. - Ele fala me fazendo ficar de pé e se deitando na cama. - E quando acabar eu quero uma massagem.

- Não vou fazer nada. - Digo e ando para a porta, tentando a abrir, mas vendo que ele havia trancado. - Se você não abrir, eu vou fazer você nunca mais poder andar.

- Ah é? Você e mais quantas? - Ele diz dando uma risada debochada e estralando os dedos. - Comece logo serva, Price.

Ando até a janela e consigo abrí-la, olhando para baixo e vendo que era alta.
Praguejo e vejo o desgraçado rir.

- Okay. Você pediu por isso. - Falo e ando até ele, o puxando pela camisa. - Abra isso!

- Você não tem local de fala aqui. - Ele diz me afastando com um sorriso cínico. - Só sai quando arrumar meu quarto.

- Vai se ferrar, seu ridículo. - Falo e solto um grunhido, o empurrando na cama.

- Ridícula é você que estava me traindo. - Ele fala bufando e negando com a cabeça.

- Olhar não arranca pedaço. - Resmungo e bufo, fechando a cara.