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Madeline Price

Saio do quarto e ando até as escadas, vendo que Daniel subia as mesmas. Ele abre um sorriso para mim e me estende a mão para que eu desça em sua companhia.

Sorrio falsa e a seguro, vendo o mesmo beijar minha bochecha.

- Você está linda, querida. - Fala e eu evito dar-lhe um tapa. Eu não era a querida dele.

- Obrigada. - Respondo sonsa e olho ao redor. - Podemos ir lá fora?

- Claro que sim. - Diz e em seguida um dos seus homens passa e eu fico encarando. Era o mesmo homem que tinha sido pego no pulo com a Emme. - O que foi, Madeline?

- Eu...Tive uma impressão de algo. - Murmuro sonsa e o olho. - Lembro de uma garota e aquele homem que passou aqui.

- O que você se lembra? - Ele pergunta e vejo passar a mão no rosto. Estava nervoso.

- Eu não sei, eu só...- Murmuro como se tivesse esquecido as palavras. - Estou perdida.

- Eu estou com você. - Fala e acaricia meu rosto, aproximando o seu. - Eu prometo que vamos ser felizes.

Vejo o mesmo descer o olhar para meus lábios e contornar com o dedo indicador. O tirano estava me deixando tentada sem nem saber.

- Daniel...- Sussurro e me aproximo um pouco mais. - Pode fazer isso?

- Estava a espera de que deixasse. - Diz e em seguida sela nossos lábios.

Não negava que ele beijava muito bem. A forma como seus lábios se deslizavam pelos meus e suas mãos me seguravam era o suficiente para me deixar meio extasiada.

Sinto carícias serem deixadas em minha cintura e deixo também em sua nuca.

Quando o beijo encerra, eu abro os olhos e sorrio para ele, molhando os lábios.

- Vamos lá fora? - Sugere sorrindo e eu assinto.

O tirano entrelaça nossas mãos e andamos para fora. Vejo que havia homens ali e nego com a cabeça.

- Daniel...- Murmuro apertando sua mão. - Eles podem sair?

Ele ri e assente com a cabeça, fazendo sinal para que os homens entrassem e nos deixassem a sós.

Ele me puxa para sentar na grama e eu olho atentamente para cada lugar dali. Uma saída seria difícil. Mas eu daria um jeito de conseguir.

- O que está achando do quintal? Pensei em plantar petunias. - Ele diz olhando ao redor e torcendo os lábios.

- É bonito. - Digo e ele acaricia minha mão. - Como é fora daqui?

- Um lugar horrível e tomado por assassinos. - Ele fala me olhando com uma falsa expressão melancólica. - Não vai querer saber como as coisas  funcionam fora daqui.

- A minha família...Como foi o incêndio? - Pergunto e ele fica calado. - Não me lembro de nada.

- Já tem dois anos que isso aconteceu. - Ele fala e nega com a cabeça algumas vezes seguidas. - Você nunca gostou de tocar no assunto.

- Eu preciso lembrar. Era a minha família. - Digo e ele torce os lábios. - Eu me lembro deles.

- Um doido colocou fogo em tudo. - Ele diz me olhando e dando um suspiro falso. - Foi tão... devastador.

- Ah. - Murmuro como se estivesse triste e olho para o outro lado. - O que aconteceu com ele?

- Ele fugiu e ninguém sabe onde está até hoje. - Daniel volta a falar no maior drama possível e fecho meus punhos. - Abalou todo o condado o incêndio.

- Que triste. - Digo evitando me mostrar indignada. - Uh...Eu acho que preciso ir beber água.

- Vamos. Também estou com sede. - Ele fala se levantando e estendendo a mão para mim. - Está com fome?

- Não. - Respondo me levantando e o seguindo para dentro de casa. - Estou entediada.

- Podemos ler alguma coisa. - Ele fala me olhando e pegando em minha mão.

- Tudo bem. - Digo dando de ombros. Eu estava mesmo sem fazer nada.

Tirano | Daniel SeaveyOnde histórias criam vida. Descubra agora