Tirano | Daniel Seavey

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Madeline Price

Nego com a cabeça enquanto visto a roupa sugerida por Anne. Em seguida ouço uns tombos vindos de fora e franzo o cenho.
Uma gritaria se instala e eu ando até a porta, a abrindo e logo vendo uma movimentação. Eram eles novamente. Os chamados de rebeldes.

- É ELA! PEGUEM! - Ouço um grito e em seguida começo a correr descalça pelo corredor.

O cara atrás de mim consegue me alcançar e começa a me puxar enquanto eu me debato.

- ME LARGA! - Grito e vejo que ele descia as escadas.

- QUEIMEM TUDO! - Um deles grita e meu corpo é empurrado contra a parede e logo minhas mãos são amarradas.

Engulo em seco e logo vejo Daniel sendo arrastado no chão da sala. Pisco algumas vezes ao ver que ele tinha alguns machucados e o mesmo nega com a cabeça para mim.

- Você tem 5 minutos para nos dizer onde estão as riquezas ou nós vamos te retalhar. - Um rebelde fala para ele e aponta um canivete. - Ou melhor, vamos matá-la.

Começo a andar discreta a um dos ferros da lareira e consigo cortar as cordas que prendiam minhas mãos, em seguida o segurando firme e batendo em um dos rebeldes.

- Vocês têm 2 minutos para se afastarem do tirano e darem o fora daqui. - Falo agarrando outro ferro.

- Johnson, dê um jeito nela. - O que segurava Daniel fala e em seguida eu bato com o ferro no que se aproximava de mim.

- Eu não estou brincando. - Falo firme e vejo os outros começarem a prestar atenção em mim.

Aos poucos o reforço do tirano vai chegando e vejo conseguirem puxá-lo.

A sala vai se transformando num lugar  sangrento, e eu sinto meu braço ser puxado por um dos homens de Daniel.

- Vamos! A senhorita tem que se esconder. - Ele fala e eu começo a acompanhá-lo até ouvir meu nome ser gritado.

- MADELINE! - Viro minha cabeça e vejo um homem. - VOCÊ NÃO PODE SE TORNAR UMA DELES! SEU PAI AINDA ESPERA QUE VOCÊ VOLTE PARA CASA.

Sinto meu coração disparar e antes que eu me dê por vencida, sou puxada.

- Vamos! - O segurança, ou seja lá o que for, fala me puxando e me colocando ao lado de Daniel.

Somos levados para a mesma salinha da última vez e eu me sento, vendo que minhas mãos tremiam como nunca.

- Essa foi por pouco. - Ele diz respirando fundo e passando a mão na testa.

Fecho os olhos por segundos enquanto sentia os mesmos lacrimejarem e aperto as unhas nas palmas das mãos.

Sinto o estofado se afundar ao meu lado e logo uma mão pousa em meu ombro, o que me causa certa fúria.

- Você está bem? - Ele questiona me olhando e torcendo os lábios.

- Tire suas mãos de mim. - Falo me afastando e me levanto, indo até a porta e tentando abrir, porém grunhindo ao notar que só abria por fora.

- Só vamos sair quando não tiver mais ninguém lá. - Ele diz fazendo pouco caso da situação e dando de ombros.

- Eu quero sair! - Falo olhando ao redor e procurando uma saída.

Sinto minha respiração começar a ficar irregular e as batidas do meu coração ficam mais rápidas.

- Mas não vai. - Ele fala se sentando e fechando a cara.

Começo a tentar puxar o ar e quando não consigo, me desespero, começando a tossir e sentir meus olhos lacrimejarem e tudo ficar mais escuro.

- Madeline? - Ele chama parando em minha frente e arregalando os olhos.

Coloco as duas mãos em meu pescoço e me forço a prender a respiração, até tudo voltar ao normal.

Me sento no chão e apoio o rosto nas mãos, enquanto volto a respirar normalmente e ouço Daniel me chamar.

- O que você tem?! - Ele diz me olhando e me balançando pelos ombros. - Era um ataque de pânico?

- Me deixa em paz. - Falo num tom baixo e afasto as suas mãos dos meus ombros.