Setembro.
Lizandra Almeida Telles.
Eu sabia que isso nao iria dar certo, eu falei tanto pro Vinicius, eu avisei mas ele é cabeça dura, eu implorei pra ele nao contar e agora ele ta morto, o próprio parceiro dele o matou e eu tenho que sair fugida por estar sendo ameçada de morte.
Vinicius é meu marido, namoramos desde que eu tinha 14 e ele 17, assim que ele entrou na corporação nos casamos e viemos morar na Barra e ele atuava em toda parte do Rio, principalmente nos morros, numa dessas invasões ele descobriu uma grande esquema da Milícia, eu implorei pra ele nao contar nada e nem se meter, não precisava se envolver só queria que ele ficasse quieto porque eu sei do que eles são capazes!
Não adiantou o Vinicius era o politicamente correto e foi aí que eu vi tudo desmoronar, 8 anos juntos, 4 anos de casados e eu perdi meu marido, eu perdi a minha felicidade, os nossos sonhos de ter filhos, dele sair da Polícia e irmos morar em Angra pra viver do nosso jeito, tudo acabou.. Eu nem pude enterrar meu marido porque eu estava sendo ameaçada como ainda estou, só deu tempo de jogar tudo dentro do carro quando soube da notícia e fugir, sumir, eu só tinha uma única alternativa, não era bem o que eu queria mas era o que eu tinha que fazer agora.
Liguei o carro e dei partida indo pro Vidigal, eu vou voltar a morar la, depois que minha mae morreu eu logo me casei e nunca mais entrei naquele morro, naquela casa, fazem praticamente 5 anos que eu não vou la, espero que nao tenha mudado muita coisa.
Na entrada do morro eu parei o carro e vi alguna homens me encarando, desci e fui até um rapaz alto que me olhava de soslaio.
Liz: Boa noite.
Xxxx: Boa! Precisa do que tu?
Liz: É... eu... sou filha da Ana que morava no bequinho. - ele me olhou estranho. - eu queria ir na minha casa.
Xxxx: Teu nome mesmo?
Liz: Lizandra!
Xxxx: guenta ai colega, vou ver a melhor forma pra tu. - eu sorri fraco e assenti.
Ele falou alguma coisa no Radinho e depoia voltou me olhando.
Xxxx: ai mina, patrão liberou tua entrada ta ligada? Pode subir mas vai ter visita mais tarde pra tu!
Liz: Não entendi. Qual seu nome?
Xxxx: Pode chamar de MP.
Liz: então MP, como assim visita?
MP: patrão passa na casa de todos morador novo ta ligada? - assenti.
Liz: tudo bem, obrigada MP. - sorri e ele retribuiu mostrando seu aparelho azul e as covinhas.
Entrei no carro e dei partida assim que eles liberaram a passagem pra mim, fui entrando nas ruas e percebi que muita coisa mudou, to perdida. Vi um homem descendo e perguntei.
Liz: ôh colega. - ele olhou. - tu conheceu a dona Ana do bequinho? - ele assentiu cabreiro. - Eu sou filha dela, to tentando achar a casa dela mas tô perdida, pode me ajudar?
Xxxx: ta na linha certa colega, entra nessa ruazinha ai e la no final dela vira a direita, a segunda casa amarela é a casa dela. Mas tu sabe que tua mãe morreu né? - respirei fundo e assenti.
Liz: Eu sei, eu estava presente. Obrigada! - ele seu se ombros eu subi o vidro e fiz o que ele mandou, cheguei na porta daquela casa que me trazia tantas lembranças, abri a porta sentindo cheiro de mofo no ar, a noite vai ser longa.
Me joguei ali no sofá que tinha, estava coberto com um plástico que eu cobri assim que dona Ana morreu, que saudade da minha coroa.
Peguei meu celular olhando a foto do fundo da tela, agora eu literalmente sozinha, sem mãe, sem pai e sem marido e o pior é que eu nao posso me aproximar da minha sogra, minha mãezona se não ela vai pagar por algo que não tem culpa, nem eu tenho, mas o quanto eu puder protege-la eu irei.
Levantei indo agir, procurei algum produto de limpeza na casa mas nao encontrei nada.
Liz: DROGA! - falei mais alto que o normal. - não posso dormir desses jeito minha rinite vai atacar e eu só quero ver. Merda viu.
Me vi perdida, de repente tudo começou clarear na minha mente.
Eu perdi meu alicerce, meu Vinicius.As lágrimas rolaram forte, abracei um travesseiro aleatório que estava no sofá e me vi perdida em meio às lágrimas.
O que eu vou fazer da minha vida? Eu to perdida meu Deus!!!Não sei quanto tempo fiquei ali, encolhida e chorando mas sai dos devaneios escutando alguém espirrar a porta, levantei e fui abrir ja sabendo que poderia se tratar d a tal visita que o MP falou.
Liz: Boa noite! - falei para os 3 postes parados na minha frente que me olharam de cima a baixo, menos o do meio, ele só me encarava com um olhar estranho, muito estranho.
Xxxx: libera a passagem ai mina, os mano vai entrar.
Liz: porque? - perguntei confusa.
Xxxx: é de prache mina. - um outro cara falou e eu assenti.
Eles ficaram tudo, cada canto da casa até que pararam no meu celular e eu engoli em seco lembrando da foto de capa, Viniciu e eu, ele fardado. Porra!
Ele me entregou sem desbloquear o celular e eu aliviei um pouco.
Xxxx: tremeu porque? - o do meio perguntou.
Liz: Não tremi, só to assustada com essa invasão na minha casa. - falei firme, e não menti eu real estava assustada com isso.
Xxxx: Jaé, se liga, todo dia 15 eu venho receber o aluguel.
Liz: O que? Mas... a casa é da minha mãe cara, como assim aluguel?
Xxxx: O morro é meu as regras são minhas.
Liz: Mas...
Xxxx: sem mais... Teu aluguel por agora é 150 só pra te aliviar mas vai aumentar fica ciente. - eu apenas assenti sentindo as lágrimas vindo com força mas me segurei.
Liz: Alguém pode me ajudar com as minhas coisas por favor?
Xxxx: Vitinho ajuda a mina ai.
Vitinho: Pô Alva porque eu?
Alva: Não ouviu nao porra, ajuda e já era. - ele assentiu e eu agradeo com um sorriso saindo pra ajudar ele.
Abri o carro e ele pegou 2 malas grandes enquanto eu peguei minha bolsa e maia duas malas pequenas, fechei o carro e acionei o alarme.
Alva: bota esse carro pra garagem, não responsabilizamos por nada que esteja fora da tua casa, denteo dela é outra coisa. - assenti vendo ele sair.
Entrei e vi o garoto parado perto das malas.
Liz: Olha, Vitinho né? - ele assentiu. - Muito obrigada pela ajuda. - ele assentiu novamente.
Fui até a porta mas ele começou a falar.
Vitinho: O Patrão é pesado, mas tem coração bom, só age na transparência e na pureza que tu nao vai se atrasar aqui. Tu me aparenta estar passando por problemas né, se quiser conversar também só chamar. - ele estendeu a mão. - Victor mais conhecido como Vitinho, sou irmão do Alva. - eu apertei a mão dele e agradeci.
Liz: Me chamo Lizandra mas pode me chamar de Liz, e obrigada mais uma vez. - ele sorriu e saiu pela porta me dando tchau.
Fechei a porta e entrei, que tenso isso tudo, infelizmente vou ter se trocar a foto do meu celular, não vou arriscar.
- lembranças...
- você é meu girassol, a minha felicidade veio depois que eu te conheci. Meu brilho, por isso amo ver o pôr-do-sol contigo. - falei e ele sorriu.
Sai dos meus devaneios, levantei e fui pro quarto, vou dormir assim mesmo e amanhã dou um jeito, tomei alguns calmantes, me ajeitei e apaguei de uma forma ou de outra eu teria de dormir.
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Tudo que acontecer neste livro é pura ficção e invenção da minha imaginação.
Nada é real ou baseado em alguma história real.
Plágio é crime e eu denúncio!
Boa leitura, não esqueçam de votar.
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- FLOR DE LIZ🌻'
Genel Kurgu... Mais puro é o amor que está aqui, é só você se deixar sentir. Não temer só sorri e, dizer que só quer ser feliz, poder ver o pôr-do-sol com um Beija flor não mais com um Girassol! 😢🌻🐦.