40. Você não atiraria...

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Meu cunhado sempre foi meio doidinho, mas nunca imaginei que ele fosse ser capaz de agredir alguém.

Como se fosse o universo me mostrando que deveria tomar cuidado, quando fui entrar em casa novamente peguei a minha irmã e o Renan brigando:

- Você mudou depois que voltamos da viagem, você não é mais a minha Yaya!
- Eu mudei? É sério? Meu pai morreu, Renan! Eu sofri um aborto, caralho! - minha irmã estrilou - essas coisas mudam muito a gente.
- Agora a culpa é minha pelo aborto?
- Quem falou isso, Renan? Pare de colocar palavras na minha boca!

Ouvi um barulho, então Renan berrou:

- Nunca mais levante a mão para mim, Yasmin! Nunca mais, você está entendendo?

A fúria tomou conta de cada parte do meu corpo, rodei a chave que já estava espetada na fechadura e abri a porta num rompante.

Andei até a sala pisando duro, olhei para os dois e vi minha irmã sem reação, então disse:

- Nunca levante a porra da sua mão para a minha irmã, deu pra entender ou tá difícil?
- Se eu levantar a mão para ela ou pra você, o que você vai fazer?

Ele deu uma risadinha de lado e a Yasmin me encarou.

Olhei para ele com o maior ar de debochada e disse:

- Eu não preciso justificar nada para você... Nada mesmo

Saí andando em direção ao quarto e meu cunhado berrou:

- A verdade é que vocês duas não podem fazer nada.

Abri o cofre, peguei o que queria, fechei novamente, então gritei:

- Repete.
- O que vocês vão fazer contra mim? Você é uma youtuberzinha de merda, a sua irmã é minha mulher... Minha, só minha, por isso eu posso fazer o que quero com ela.

Mirei na frente do pé do Renan e atirei. Os olhos dele ficaram arregalados, então eu levantei a arma em direção a cabeça dele e disse:

- Quem manda nessa casa sou eu e a "youtuberzinha de merda" - fiz aspas no ar - aqui está mandando você sair e esquecer da existência da minha irmã e da nossa família - olhei para a arma - ou então eu posso mirar no lugar certo da próxima vez.

Renan me encarou e disse:

- Você não atiraria...
- Quer ficar mais e descobrir?

Nós três ficamos nos encarando, então Yasmin me olhou e disse para o Renan:

- Tá tudo acabado entre a gente, a minha irmã tá certa, não dá mais pra aguentar isso...
- É assim, então... Que tudo acaba?
- Esse relacionamento já durou tempo demais, já deveria ter acabado a meses.

Renan pegou o casaco no encosto da cadeira, então disse:

- Eu te amava de verdade, Yaya...
- Quem ama não faz as coisas que você fez comigo.
- Nós dois mudamos muito nesses últimos tempos.
- Eu perdi meu pai e você me estuprou.

Eu tinha ouvido certo? Ele estuprou a minha irmã? Renan me encarou, então disse:

- Quando você vai entender que aquilo não foi um estupro?
- Não foi um estupro, Renan? Você tá de brincadeira comigo? Eu não queria transar, eu não queria nada aquele dia e você me pediu para te dar como uma prova de amor.

Meu ex cunhado começou a andar em direção a porta.

- Então eu fui dormir brigada com você - minha irmã estava chorando de ódio - e acordei com você metendo em mim e quando você viu que eu tinha acordado você colocou a mão na minha boca e sussurrou "Quietinha".

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Comecei a chorar enquanto você se satisfazia com o meu corpo e eu me senti indefesa, impotente. Então quando você gozou, você foi pro banheiro se limpar e eu fiquei na cama chorando e nem disfarcei quando você voltou e você simplesmente deitou do meu lado e dormiu.
- Você queria transar, só estava de cu doce comigo aquela noite.

Revirei os olhos. Ele realmente não percebia que aquilo tinha sido um estupro ou estava se fazendo de idiota, besta, retardado?

- Renan, já deu a sua hora de sair da minha casa e da minha frente - falei.
- Você vai se arrepender, Yasmin - disse ele enquanto ia em direção a porta.
- Ela já se arrependeu... Do dia em que te conheceu - falei me segurando para não pegar a arma e puxar o gatilho.

Ele saiu cabisbaixo e eu olhei para a minha irmã que estava chorando copiosamente e veio me abraçar.
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Pessoal, estou com um problema de saúde chamado periodontite e não estou conseguindo atendimento no hospital público, então peço encarecidamente que orem por mim e vou deixar a minha chave PIX caso alguém queira me ajudar a comprar medicação para tentar cessar a minha dor:

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Nosso universo particular - Livro 08 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora